quinta-feira, 7 de agosto de 2025

"Autismo e Crises Agressivas: Acolher, Proteger, Amar

Crises no autismo podem ser assustadoras — não apenas para quem observa, mas principalmente para quem as vive. Em algumas situações, a pessoa autista pode se machucar ou machucar alguém ao redor sem intenção. Nessas horas, o mais importante é manter a calma, acolher sem julgar e agir com firmeza respeitosa.

Mas o que fazer, na prática, quando isso acontece?


1. Entenda que a crise não é birra

A crise autista não é uma "pirraça" ou um "ataque de nervos". Ela é o resultado de uma sobrecarga sensorial, emocional ou cognitiva. Pode acontecer em locais barulhentos, após mudanças de rotina, diante de frustrações ou até mesmo por dores físicas que a pessoa não consegue expressar verbalmente.


2. Afaste objetos perigosos e proteja com suavidade

Se a pessoa estiver se batendo ou jogando objetos, o primeiro passo é garantir que ela e quem está por perto estejam em segurança. Retire objetos cortantes ou pontiagudos do ambiente e, se necessário, proteja o corpo da pessoa com almofadas, cobertores ou mesmo abraços firmes — mas somente se ela aceitar esse tipo de contato. Nem todos toleram ser tocados.


3. Não grite, não critique, não confronte

Gritar, tentar "ensinar" ou usar palavras duras só aumenta a crise. Durante o episódio, a pessoa está em estado de desequilíbrio neurológico. A melhor abordagem é manter a voz baixa, o tom calmo e usar frases curtas e previsíveis. Exemplo: “Estou aqui com você. Vai passar.”


4. Reduza os estímulos

Apague luzes fortes, diminua os sons, feche janelas ou cortinas se houver excesso de estímulo visual ou auditivo. Se possível, leve a pessoa para um ambiente silencioso e familiar.


5. Após a crise, acolha, não acuse

Depois de uma crise, a pessoa pode se sentir confusa, envergonhada ou exausta. Evite cobranças ou broncas. Em vez disso, pergunte com carinho:
"O que posso fazer para te ajudar agora?"
"Quer ficar sozinho um pouco ou conversar?"

Isso ajuda a resgatar a sensação de segurança e pertencimento.


6. Busque ajuda especializada

Se as crises forem frequentes ou muito intensas, é fundamental buscar orientação profissional. Um psicólogo, neurologista ou terapeuta ocupacional com experiência no espectro autista pode ajudar a identificar os gatilhos e oferecer estratégias para prevenir ou suavizar os episódios.


7. Planeje-se para emergências

Ter um plano de ação claro ajuda a agir com mais segurança. Algumas dicas incluem:

  • Manter uma “caixinha da calma” com objetos sensoriais que ajudam a acalmar.

  • Ter contatos de emergência e medicamentos prescritos, se houver.

  • Informar a escola, familiares e cuidadores sobre como agir em crises.


8. Tenha empatia e jamais use a força de forma punitiva

Segurar alguém com violência, forçar imobilizações ou usar palavras cruéis são formas de violência — física ou emocional — e podem gerar traumas duradouros. Toda ação deve ser orientada pela empatia, respeito e proteção.


Conclusão

Quem convive com uma pessoa autista precisa aprender a olhar além do comportamento. Toda crise tem uma causa, mesmo que não seja visível de imediato. Nossa missão, enquanto sociedade, família ou profissionais, é garantir acolhimento, dignidade e suporte, mesmo nos momentos mais difíceis.

Porque o amor — quando é verdadeiro — sabe esperar, proteger e transformar.

Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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