Pessoas autistas podem ter dificuldades em interpretar mensagens com linguagem ambígua, indireta ou carregada de expressões figuradas. Elas tendem a compreender melhor quando recebem informações diretas, objetivas e estruturadas. Isso não significa “falar menos” ou “simplificar demais”, mas sim evitar ruídos e deixar as intenções transparentes.
Uma analogia com o ChatGPT
Pense na forma como você se comunica com uma inteligência artificial como o ChatGPT. Se você escreve: "Faça um texto bonito", a resposta pode variar muito, porque “bonito” é subjetivo. Agora, se você diz: "Faça um texto de 200 palavras, com tom acolhedor, voltado para mães de crianças com deficiência, usando exemplos práticos", as chances de obter exatamente o que deseja aumentam — e muito.
Com uma pessoa autista, a lógica é parecida: quanto mais claros e específicos forem os detalhes, mais fácil será compreender e atender ao que está sendo pedido. Instruções vagas podem gerar confusão, frustração e até afastamento. Instruções claras geram segurança, previsibilidade e confiança.
Como tornar a comunicação mais clara
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Use frases curtas e objetivas.
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Evite duplos sentidos e expressões muito abstratas.
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Organize as informações em ordem lógica.
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Confirme se a mensagem foi entendida, sem pressa ou julgamento.
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Quando possível, acompanhe a fala com exemplos visuais ou escritos.
Conclusão
A clareza na comunicação não é apenas uma questão de gentileza — é uma ponte para a inclusão. Ao oferecer informações bem estruturadas e específicas, damos à pessoa autista mais autonomia e conforto para interagir. Assim como uma IA responde melhor a comandos bem definidos, uma pessoa autista pode se expressar e compreender melhor quando o diálogo é claro e transparente. Afinal, comunicação de qualidade é aquela que respeita a forma única de cada um perceber e processar o mundo.
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