segunda-feira, 30 de abril de 2018

Teatro Cego - "O Grande Viúvo"

Teatro Cego - "O Grande Viúvo"
8 apresentações gratuitas na cidade de São Paulo.

Teatro Alfredo Mesquita
2/5 - 19h e 21h
Avenida Santos Dumont, 1770 - Santana

Teatro Cacilda Becker
8/5 – 19 h e 21h
R. Tito, 295 - Lapa

Teatro João Caetano
10/5 – 19 h e 21 h
R. Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino

CCJ - Centro Cultural da Juventude
12/5 – 18 h e 20 h
Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 - Vila Nova Cachoeirinha

**Retirar ingressos com 1h de antecedência**

Com música ao vivo e deficientes visuais no elenco, o Teatro Cego acontece em completa escuridão e faz com que o público, sem usar a visão, utilize seus outros sentidos para compreenderem a peça. Baseado no conto O Grande Viúvo, de Nelson Rodrigues, conta a história de um viúvo que, após a morte de sua esposa, comunica à família que também quer morrer e ser enterrado junto à falecida. Mas, não antes de construir um mausoléu, onde os corpos, dele e o da esposa, deverão repousar lado a lado.
Durante o espetáculo, sons, vozes e cheiros chegam aos espectadores vindos sempre de locais diferentes, dando a sensação de que eles estão realmente inseridos no ambiente cênico. Essa condição ímpar insere o público no universo dos deficientes visuais, que se utilizam desses quatro sentidos, somados à intuição, para compreenderem o mundo ao seu redor.
Duração: 60 minutos

Imperdível!

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Nós (Deficientes Visuais) e o Celular

Dica para se relacionar com uma pessoa com deficiência visual nas redes sociais.
1. É importante primeiro que você saiba que nós pessoas com deficiência visual temos um programa no celular e no computador que nos da acesso a todos os aplicativos com autonomia sem a necessidade de alguém ter que fazer a leitura por nós, ou seja, escrevemos e lemos com acessibilidade e nos dá acesso a aplicativos de música, vídeos, instagram, Facebook, Whatsapp entre outros. .
2. Procure abreviar menos as palavras ao enviar uma mensagem escrita.
3. Nosso aplicativo faz a descrição de maioria dos emojis do Whatsapp, não é preciso você deixar de usar.
4. Ao enviar fotos, lembre-se de descrevê-las.
5. Vídeos com apenas texto não é identificado por nosso aplicativo de acessibilidade, ao passar estes, procure fazer se possível um resumo do que está escrito.
6. Ao postar fotos no Facebook coloque uma legenda que dê pra identificar um pouco da foto para que a gente também possa “ver”.
7. A descrição de fotos automáticas do Facebook já identifica pessoas, elementos e consegue descrever algumas coisas das fotos automaticamente.
8. #TodosPelaInclusão!

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Cotas para PCD deverão valer também para funções de confiança

Cotas para PCD deverão valer também para funções de confiança, como chefia gerencia e supervição. Empresas com mais de 100 funcionários serão obrigadas a manter entre 2% e 5% de cotas para pessoas com deficiência (PCD), não somente sobre o total dos postos de trabalho, mas também em relação às funções de confiança, como chefias, gerências e coordenações. É o que estabelece projeto de lei (PLS 263/2017) aprovado nesta quarta-feira (11) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Pela legislação atual (Lei 8.213/1991), as cotas beneficiam pessoas com deficiência e profissionais reabilitados, afastados por conta de incapacitação, mas que retornaram ao trabalho. Empresas com 100 a 200 trabalhadores têm cota de 2%, percentual que sobe progressivamente até chegar a 5% nas companhias com mais de 1000 empregados.

O texto aprovado pela CDH obriga as cotas também para as funções de confiança. O objetivo do autor, senador Romário (Pode-RJ), é assegurar maior possibilidade de progressão funcional.

Na reunião da comissão nesta quarta, o senador Paulo Paim (PT-RS) leu o parecer favorável do relator, senador João Capiberibe (PSB-AP).

— A proposta de disseminar a cota para os cargos de confiança é justificada. É lamentável que isso deva ser feito por força de lei, mas o que realmente deve causar estranhamento e indignação é a exclusão das pessoas com deficiência ou reabilitadas dos escalões de gerência e chefia nas empresas — afirmou Paim.

O projeto foi aprovado com uma emenda de redação para deixar claro que as cotas estão sendo estendidas para os cargos de confiança, mas não deixam de ser exigíveis para outras contratações. O PLS segue agora para votação  terminativa na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Fonte: Agência SENADO via Deficiente ON LINE

Um estágio para lidar com deficiências. De todos nós


Publicada em 24/04/2018

Maria do Carmo (ao centro), com a estagiária Stephanie e a mãe dela, Vanda
No começo foi difícil. Alfredo de Campos Adorno, supervisor de SGP.13 (Secretaria das Comissões Extraordinárias e Temporárias), conta que precisou de longas conversas com Maria do Carmo Apelian de Oliveira, de SGA.14 (Seleção, Desenvolvimento e Avaliação de Pessoal), para saber como agir com os estudantes do Programa de Estágio para Estudantes com Deficiência Intelectual, a partir de 2011.
Segundo Alfredo, os funcionários simplesmente não sabiam como se relacionar com a estagiária que apresentava essa deficiência. Alguns a tratavam de um jeito condescendente, como se fosse uma filha, e não uma colega. Outros mostravam-se impacientes e tinham dificuldade, em alguns momentos, de reconhecer os limites apresentados pela estagiária.
Na época, o programa estava no começo e ainda era visto com resistência entre muitos funcionários da Casa. “Muitos mostraram-se preocupados e inseguros em relação à forma de como lidar com os estagiários com deficiência intelectual e de como inseri-los em seu ambiente de trabalho”, conta Maria do Carmo.
Nas conversas, ela aconselhou que Alfredo continuasse a tentar, observando a estagiária com atenção e tentando vê-la como ela realmente era. “Conversar com Maria do Carmo equivale a um treinamento”, lembra Alfredo. “Tive com ela uma análise profissional e uma visão técnica que me mostraram aspectos que desconhecia, no que diz respeito ao emocional humano, o que me possibilitou um olhar muito mais abrangente de um programa elogiável.”
A deficiência de todos
Com tempo e trabalho, a equipe foi percebendo que a estagiária tinha necessidades especiais que precisavam ser observadas, mas também podia encarar desafios e superar limites como qualquer pessoa. “Atender telefones, por exemplo. É claro que no começo ela não seria tão eficiente como outras pessoas, mas podia aprender. As pessoas tinham receio de que ela cometesse algum erro, mas entendemos que erros são inevitáveis no processo de aprendizado, além de termos uma equipe comprometida com o programa. Eventuais equívocos foram contornados” conta Alfredo.  E, de erro em erro, a estagiária aprendeu o certo pela prática.
Do mesmo jeito, a equipe passou a errar menos no relacionamento com a jovem. Foi um aprendizado coletivo, que mobilizou toda a equipe. “Aprendemos a ter um olhar especial para ela, não complacente, mas objetivo”, conta Alfredo. E, o mais surpreendente, começaram a perceber que a deficiência não estava na estagiária, mas em todos os membros da equipe, os que se viam como “normais”.
“Eu comecei a ver que a deficiência estava em mim, no modo como eu me relacionava com ela. Se eu me dirigia a ela de um jeito que a feria, então eu tinha uma deficiência para me comunicar. Se eu explicava e ela não entendia, o problema era eu não saber explicar”, relata.
Foi assim que a equipe aprendeu na prática a noção, descrita na Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de que a deficiência não faz parte de uma pessoa, como um braço ou uma perna, mas que “resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras atitudinais e ambientais que impedem sua plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”.
“Apesar de dificuldades, que considerei  além de razoáveis na época, eu reconheci  a magnitude do trabalho desenvolvido, a importância de trabalhar de forma séria e permanente, de persistir em uma atividade para a qual, penso,  a CMSP é pioneira”, afirma Alfredo.
“Foi transformador”, resume o supervisor. Transformador para as estagiárias, que aprenderam a ir além dos próprios limites e se empoderaram. E transformador para a própria equipe, que aprendeu a enxergar as próprias falhas no relacionamento daquela jovem que viam como diferente. “O grupo todo mudou depois disso”, define.
Eles não estavam mesmo preparados, isso ele reconhece. Mas ninguém poderia estar. “Ninguém pode estar preparado para isso. É algo que só se aprende fazendo”, diz.
Desafio
Expectativa e apreensão. Foi o que a implantação do Programa de Estágio para Estudantes com Deficiência Intelectual despertou. E isso em todo mundo: pais, estudantes, familiares, funcionários. Foi um desafio que a equipe de SGA.14 abraçou, sabendo que era uma briga que valia a pena.
“Eu vi que, através desse trabalho, se fosse bem feito, a gente poderia fazer diferença na vida dessas pessoas: acolhendo, orientando, treinando, preparando”, conta Maria do Carmo. “A gente tinha a proposta de incluir essas pessoas no mercado de trabalho e de também fazer com que as barreiras internas da Câmara fossem vencidas por elas.”
Logo que foi implantado, em 2011, com a criação de 15 vagas de estágio para estudantes do ensino médio com deficiência intelectual, o programa se deparou uma dificuldade: encontrar jovens regularmente matriculados em instituições reconhecidas pelo MEC (Ministério da Educação), uma exigência obrigatória para programas de estágio, mas uma condição nem sempre comum entre jovens com deficiência intelectual.
Uma parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) ajudou o programa a selecionar os primeiros estagiários. Após as experiências iniciais, ficou claro que o programa precisava buscar a colaboração de quem tivesse conhecimentos específicos sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Colaboração que veio por meio de uma parceria com a Apae-SP, assinada em dezembro de 2012. Os objetivos eram dois: capacitar os estagiários e também os servidores da CMSP envolvidos com o projeto.
O estágio na CMSP foi a primeira oportunidade de trabalho que a estudante Stephanie Lima Ferreira, hoje com 22 anos, encontrou na vida. Ninguém sabia o que esperar da experiência. Mesmo a ideia de que a menina passaria a sair de casa todos os dias para ir a um trabalho e voltar era algo que apavorava uma parte da sua família.
“Você é louca, vai soltar sua menina no centro da cidade, se acontecer alguma coisa a gente vai te culpar a vida inteira”, era o que uma tia de Stephanie costumava dizer para a mãe da jovem, Vanda Ferreira, no início do estágio. Nos primeiros dias, a menina ainda ia e voltava com os pais. Depois, passou a fazer o percurso sozinha. “Tia, se for para acontecer, vai acontecer, entrega na mão de Deus”, Stephanie respondia.
Trabalhando nas Comissões, ela atendia aos telefones e levava documentos aos gabinetes dos vereadores. Como tem dificuldades para ler e escrever, a equipe criou uma tabela com os nomes e as fotos dos vereadores para ajudá-la a se localizar nos labirintos do Palácio Anchieta.
Divisor de águas
A experiência deixou marcas fundas na vida de Stephanie. Hoje trabalha numa escola de inglês, onde a chamam de Formiguinha, porque “está sempre fazendo coisas”. Fazer coisas, resolver problemas, ter iniciativa: ela conta que o primeiro emprego, proporcionado pela Câmara, rendeu uma autonomia que ela nunca tivera. “Se eu não tivesse vindo aqui, acho que estaria do mesmo jeito, que nem antes, dependendo da minha família para fazer tudo”, diz. E não foi só o que mudou. “Antes, eu tinha poucas amizades. Agora, tenho um monte de amigo”, conta, feliz.
A CMSP modificou a vida de outros jovens com deficiência. Foram 38 estagiários que passaram pelo programa, sendo que 15 já estão inseridos no mercado de trabalho, em empresas como Credigy, Englishtown, Socicam, Renner, Le Lis Blanc, IMC SASTE e Manserv.
No ano passado, Stephanie candidatou-se e foi eleita suplente para o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência. Hoje ativista, conta que a experiência do estágio mudou até sua relação com a própria deficiência: “Antes, eu tinha vergonha de falar para as pessoas”. Chegou a esconder a deficiência de um namorado. Para que ele não desconfiasse de nada, pedia que as irmãs lessem e respondessem por escrito as mensagens que ele mandava via Whatsapp, já que ela só consegue enviar áudios. Quando finalmente resolveu contar, foi aceita sem problemas e ainda descobriu que o namorado tinha um irmão com deficiência.
Até no ônibus, ela relata, um dia fez questão de dar uma lição em uma mulher que dizia lamentar o destino da filha, que, por ser deficiente visual, não poderia trabalhar. “Eu expliquei minha história para ela e falei assim: ‘eu sou conselheira e também tenho trabalho, quem falou que sua filha não pode chegar aonde cheguei?’” No Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, diz que já discutiu com uma pessoa que a aconselhou a não falar em público. “Eu disse para ela que falaria, sim, e completei que antes de ser deficiente, sou uma pessoa.”
“A partir do trabalho na Câmara, mudou muito, muito, muito a vida da Stephanie”, conta sua mãe, Vanda. “Foi um divisor de águas.” Curiosamente, Alfredo, o supervisor de SGP.13, usa a mesma expressão de Vanda para se referir ao impacto que o programa trouxe à sua vida profissional: “O programa foi um divisor de águas para toda a equipe”.
Como transformou as vidas de Stephanie, de Alfredo e tantos outros, o Programa de Estágio para Estudantes com Deficiência Intelectual quer ir além. O próximo passo é incluir estagiários com outros tipos de deficiência, abrindo a possibilidade de transformação para mais e mais pessoas.

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo - Intranet

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Lei Brasileira da Inclusão ao Alcance dos Dedos


Todo cidadão, com ou sem deficiência,
que disponha de um apareclo celular
já pode contar com um APP que lhe
possibilita acesso à íntegra da
Lei Brasileira de Inclusão.
É só entrar no Google Play.

O link é este.


quarta-feira, 18 de abril de 2018

Levanta, papai! (Por Jairo Marques)


</p><p>Elis e papai brincando de ‘fada madrinha’


Eu sabia que aconteceria, que chegaria o momento de biscoita me dar uma enquadrada por estar sempre sentado na hora das danças, na hora de brincar de pique-esconde. Só não imaginava que seria de maneira tão precoce e tão contundente.

Minha filha, às vésperas de completar três anos, quer entender já o que é ser diferente, e eu, que me achava tão seguro e bem resolvido, voltei a pensar, como num passado remoto, que não seria de todo ruim que me surgisse um cálice do elixir da normalidade para voltar a andar “só um pouquinho”.

E foi mais ou menos assim: “Papai, levanta para rebolar comigo essa música!”, “Papai, sai da sua cadeirinha um pouco e senta aqui no tapete para brincar”, “Pai, por que sua perninha é assim?”, “Pai, fica em pé só um pouquinho, igual à mamãe”.

Elis tem mais do que uma curiosidade pontual de qualquer criança que vê um cadeirante na rua, no shopping, aponta o dedo e lasca: “O que é iiiiissso, mãe?!”.

Ela tem uma necessidade de compreender por que sua própria vida é brindada com um ineditismo de ser _afinal, ser família, é ser um só em diversos momentos. Ela quer saber por que não a jogo bem lá no alto, como ela adora, porque não a socorro rápido quando se afoga de tanto rir na piscina de bolinhas.

A legítima curiosidade de minha pequena tem sido pueril e cessa diante de uma resposta com pouco argumento tipo “filha, todos somos diferentes. O vovô usa bigode, a vovó usa óculos, o Joca tem os olhos esbugalhados, o lobo faz malvadezas e o papai usa uma cadeirinha, sabe?”.

Pensava que esse processo de reconhecimento e descoberta de minha vida torta fosse construído de maneira mais natural para ela, embalada no berço, embrulhada nas fraldas e acalentada desde sempre comigo na tal “cadeirinha do papai”, mas pitchuca me obriga a refletir que o “serumano” em suas complexidades também é um valor a ser construído, lapidado, discutido, avaliado.

Certa vez, mergulhado numa angústia que não cabe em palavras e aproveitando que estávamos na varanda só eu, ela e a boneca da Luna, quis avançar no debate: “Você fica triste porque o papai só brinca de fada com você sentado?”.

Ela pensa com a brevidade que as grandes expectativas almejam e tasca: “Não fico, não, papai. Agora veste aqui o tutu, porque é sua vez de fazer a magia”.

Naquele momento, bem que a varinha de plástico que ela ostenta com a certeza de fazer o impossível -já fez uma massinha verde ficar azul e aparecer um chocolate dentro de uma caixinha- poderia me fazer ficar em pé um só pouquinho para dar a ela o sagrado mimo de não entortar suas tenros sonhos e inspirações.

Não há convicção que se mantenha diante uma criança que confia a você a orientação das verdades. Deficiência não é pecado, não é carma, não é castigo, mas ler a cartilha de minhas firmezas de caráter, de minha resiliência precisa ter a delicadeza do voo de libélula e explicar que, mesmo aquelas com menos asas podem encantar e seguir adiante, sendo libélulas, não é das tarefas mais fáceis.

Refleti um bocado se deveria compartilhar esse momento com os leitores. Concluí que, se as ideias destas linhas é tentar levar luz ao desconhecimento a respeito das diversas maneiras de viver, é também válido demostrar que há páginas brancas que só a experiência, a inclusão plena e o abraço apertado na diversidade irão ajudar a preencher.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

OLHA QUE LEGAL! Garoto com autismo constrói réplica do Titanic com 56 mil peças de Lego



Museu no estado americano do Tennessee diz que obra é a maior reprodução do navio com peças de brinquedo.


Brynjar em uma das exibições de sua réplica do Titanic (Foto: Arquivo Pessoal)Um garoto que tem o transtorno do espectro autista (TEA) construiu uma réplica do navio Titanic que foi considerada o maior exemplar do tipo feito com peças de Lego. De acordo com o Titanic Pigeon Forge, museu nos EUA dedicado ao navio, o trabalho de Brynjar Karl Birgisson mede quase 8 metros de comprimento por 1,5 metro de altura, e é o maior do tipo conhecido no mundo.

O resultado do trabalho estará em exibição no museu, localizado no Tennessee, a partir do dia 21. Mas toda a construção foi feita em um "estaleiro" bem distante dos EUA, já que Birgisson vive na cidade de Reykjavík, capital da Islândia. Quando começou o projeto, ele tinha 10 anos e demorou 11 meses para concluir o trabalho. Atualmente o adolescente tem 15 anos e conta que a decisão de construir a réplica mudou sua vida e a sua relação com o transtorno.

"Brynjar Birgisson diz se lembrar de ter começado a brincar com as peças de Lego aos cinco anos. Quando era um garoto já em idade escolar conheceu o Titanic e decidiu construir o navio, inspirado por uma visita a um parque dedicado ao Lego na Dinamarca.

"Meu pai me ajudou com as instruções e fez a planta do navio para a escala do Lego", explica o adolescente, acrescentando que cada peça de boneco Lego tem 4 cm e foi equiparada no projeto com uma pessoa de tamanho médio de 1,75 metro.

"Já minha mãe foi minha técnica e mentora. Ela ajudou a encontrar caminhos para o sonho se tornar realidade", conta, explicando que ela foi a responsável por comprar peças, ferramentas, organizar contato com a imprensa e visitas ao projeto. "Muitos obstáculos que uma criança não poderia superar", comenta.

Atualmente, Brynjar faz sua terceira visita aos EUA. Em uma das anteriores ele falou em um TEDx Kids em San Diego.

Réplica do Titanic está exposta em museu nos EUA: adolescente com autismo diz que processo de construção do navio ajudou nos relacionamentos e na escola. (Foto: Divulgação/TitanicPigeonForge.com)"Nunca imaginei que meu projeto pudesse ter tanto impacto. (...) Toda essa jornada me ajudou a sair da sombra do autismo. Eu continuo com autismo e vou continuar, mas eu me treinei para ser 'o mais normal possível', isso quer dizer que eu era totalmente incapaz de me comunicar quando comecei o projeto e agora eu me sento e consigo dar entrevistas."

O garoto explica que, aos 10 anos quando começou a construir o Titanic, uma pessoa o ajudava durante todas as atividades da escola. "Mas hoje eu estudo sem qualquer apoio. Minhas notas subiram e meus colegas de turma me consideram como um dos seus pares", conta.



Fonte: G1

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Nota alusiva ao Dia Nacional do Braille

Neste 08 de abril, data dedicada as comemorações do dia nacional do Braille, a Secretaria de Educação e Cultura da Organização Nacional de Cegos do Brasil                   (ONCB) convoca todas as suas Entidades afiliadas, a gestão pública  e a sociedade brasileira em geral a empenhar-se na luta para manter vivo este sistema que há 200 anos mudou significativamente a vida das pessoas cegas em todo mundo.
As possibilidades de conhecer, desde cedo, a leitura e a grafia correta das palavras, o prazer de uma leitura autônoma, a independência na resolução de problemas cotidianos, as perspectivas de comunicação, bem como a aquisição de conhecimento em formato totalmente  acessível, ratificam a importância deste sistema, o qual assegura a identidade e as especificidades no universo das pessoas cegas, cujo avanço das tecnologias não é capaz de substituir.
Nesse sentido, neste país de dimenssões continentais, nossa luta consiste em:
•Que crianças cegas sejam alfabetizadas tendo um livro braille em suas mãos;
•Que nos mais diversos níveis e modalidades de ensino haja profissionais qualificados, que possam responder eficazmente às demandas específicas dos estudantes cegos;
•Que, no Brasil, seja reduzida a tributação para a aquisição de linhas e impressoras braille, ou de quaisquer outros produtos de  tecnologia assistiva;
•Que nos eventos, produtos, serviços e logradouros públicos e privados, sejam disponibilizadas informações em braille, conforme assegurado por normativas nacionais e internacionais;
•Que além de avançarmos nas politicas públicas, assim como no processo de pesquisa e produção de conhecimentos relacionados a deficiência visual, seja despertada nas novas gerações de crianças e jovens cegos, a paixão pela leitura braille, como também a consciência e sobretudo a necessidade de mobilizações coletivas em torno desta causa;
Estamos cientes de que a conjuntura é desafiadora. No entanto, acreditamos que a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e as leis que dela emergem, a articulação das entidades de e para pessoas cegas, as conferências municipais, estaduais e Nacional de educação, os conselhos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência, assim como a parceria junto à gestão pública e a seguimentos sociais diversos, constituem elementos potenciais nesta luta.
Seja portanto o Dia Nacional do Braille uma oportunidade valiosa de celebração, divulgação e mobilização das pessoas cegas em todo território nacional.

Brasilia, 08 de Abril de 2018.