quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Senado poderá imprimir livros com letra ampliada para pessoas com baixa visão

Pessoas que sofrem com a baixa visão encontram dificuldade semelhante à do cego no momento em que procuram livros adequados à sua deficiência.

Publicada em 20 de outubro de 2010 - 11:30


Durante entrega de publicações em braile, na sexta-feira (15), na 29ª Feira do Livro de Brasília, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, determinou que sejam iniciados estudos para a impressão de livros com letra ampliada. A edição desse novo formato de publicação atenderia às pessoas com baixa visão. A Feira do Livro de Brasília prosseguiu até domingo (17) no Pavilhão de Feiras e Exposições do Parque da Cidade Sarah Kubitschek (ExpoBrasília).

Quem sugeriu à Secretaria Especial de Editoração e Publicações (SEEP) do Senado a impressão de títulos com as fontes em tamanho ampliado foi Bernardo Silva, presidente da Associação dos Amigos do Deficiente Visual. Ele disse que as pessoas que sofrem com a baixa visão encontram dificuldade semelhante à do cego no momento em que procuram livros adequados à sua deficiência.

Logo que Haroldo Tajra indagou sobre a possibilidade de o pedido ser atendido, o diretor da SEEP, Florian Madruga, agendou com o subsecretário industrial, José Farias Maranhão, o início dos estudos técnicos para viabilizar a impressão dos livros com a letra ampliada. O diretor-geral destacou a importância do trabalho que o Senado desenvolve em favor das pessoas com deficiência visual.

“Esse serviço de doação de publicações em braile é importante porque contribui para a valorização dos portadores de deficiência visual, para o exercício de sua cidadania e sua inserção social. Além disso, através da impressão desse tipo de livro, o Senado incentiva a leitura”, afirmou Haroldo Tajra.

As publicações doadas na Feira do Livro de Brasília foram o Guia do Passageiro, a Legislação Eleitoral e Política, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Direitos Humanos, Eu Senador, o um Passeio, Legislação Desportiva, Lei Antidrogas, Lei de Falências, Senado Federal e a Lei Orgânica do Distrito Federal. Receberam os livros a Biblioteca Braille Dorina Nowill, a Associação dos Amigos do Deficiente Visual e o Centro de Ensino Fundamental 02, de Brazlândia.

Importância do braile

Neuma Pereira tem 58 anos e mora no Distrito Federal há quase três décadas. Veio de Mossoró ajudar a irmã que não tinha com quem deixar os filhos para poder estudar na Universidade de Brasília (UnB). Neuma perdeu a visão com um ano e meio porque sua mãe teve rubéola durante a gestação. Ela aprendeu a ler livros em braile quando se mudou para a capital do país. Em Mossoró, sua terra natal, não havia escolas desse tipo quando morava por lá.

Funcionária concursada da Secretaria de Cultura do DF, Neuma atualmente está à disposição da Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga. Ela trabalha emprestando livros e lecionando braile. Com outros portadores de deficiência visual que frequentam a entidade, participa atualmente de um curso de fotografia, além de ter aulas de dança coreográfica.

“Quando ganhei uma cartilha em braile me interessei em aprender. Quando fui fazer o curso, com três aulas aprendi a ler. A professora costumava me pedir para ajudá-la nas aulas. Esse trabalho que o Senado desenvolve tem um significado muito especial para quem não enxerga e enfrenta todos os tipos de dificuldade para encontrar livros que possa ler”, declarou Neuma.

Fonte: Agência Senado

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dica de teatro: A Revolta dos Brinquedos

Espetáculo utiliza Libras e audiodescrição para facilitar a compreensão dos espectadores surdos, cegos e com baixa visão.

Publicada em 08 de outubro de 2010 - 16:00


A história dos brinquedos que se revoltam contra a própria dona e resolvem promover um grande julgamento para decidir como puni-la, agora poderá ser conhecida por pessoas com deficiência visual e auditiva.

Nos dias 9, 10, 16 e 17 de outubro, no Teatro Apolo, em Recife, um grupo de sete atores vai contar com a ajuda de um interprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que fará a tradução simultânea de todo o espetáculo para o público surdo. Já os cegos e pessoas com baixa visão, poderão acompanhar o espetáculo através do recurso da audiodescrição.

A audiodescrição é uma técnica de tradução visual que transforma em palavras tudo o que é visto. Por meio de fones de ouvido sem fio, os usuários deste serviço vão receber informações entre as falas dos atores, ou seja, nos momentos em que não há diálogo. Mas o trabalho do profissional de audiodescrição não se restringe apenas ao espetáculo em si. Cerca de 30 minutos antes, o espectador cego recebe informações sobre o Teatro, o palco, o cenário, detalhes sobre os personagens e o figurino. Para isso, a companhia tem o apoio do grupo "Imagens que falam" da UFPE. A equipe atua no campo da pesquisa e da prática da audiodescrição, além de formar profissionais para o mercado.

Segundo o audiodescritor Ernani Ribeiro, trata-se de um processo delicado que exige atenção e cuidado do profissional. "O tradutor não pode, em momento algum, se chocar com as falas dos atores e deve ser o mais preciso possível na descrição para que o espectador possa compreender a excelência do espetáculo", afirma.

A ideia, segundo o diretor José Francisco Filho, é permitir que todas as pessoas, sem exceção, possam ter acesso ao Teatro. "O objetivo da companhia não é atender apenas os cegos e os surdos, e sim, usar a acessibilidade comunicacional para que todos possam apreciar a peça.

“Infelizmente o Estado ainda é carente de espaços acessíveis a um público com deficiência”. Há 38 anos na direção da Revolta, José Francisco adianta que a iniciativa serve também como laboratório para iniciativas futuras do grupo, entre elas, O Pirata Tubarão de Rubem Rocha Filho, com estreia prevista para 2011.

A revolta dos brinquedos comemora em 2010 40 anos de montagens em Pernambuco e faz homenagem a Rubens Teixeira, primeiro diretor do espetáculo em Pernambuco.

Serviço:

A revolta dos brinquedos
Elenco: Alysson Castro , Diogo Barbosa, Ismael Holanda, Michele Sant´ana, Ricardo Vendramini, Regina Carmem e Roberta Marcina.
Direção: José Francisco Filho
Administração e sonoplastia: Sérgio Veloso
Intérprete de Libras: José Carlos Santos Veloso
Audiodescrição: Grupo Imagens que falam UFPE
Realização: Circus produções.
Local: Teatro Apolo - Rua do Apolo, 121 - Bairro do Recife
Horário: Sábados e Domingos, de 11 de setembro a 17 de outubro – 16h30.

Fonte: Vida Mais Livre