É nessa Terça! Quer participar? É fácil!
Nao se esqueça de enviar emails para todas as suas redes sociais, nesta Terça, 6 de Abril, ao redor das 10 da manha, na celebração do Dia Mundial da Atividade Física.
Para facilitar, estamos enviando uma sugestão de texto.
30 minutos fazem a diferença!
A OMS recentemente apontou que o sedentarismo está matando mais de 3 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo. Assim se converteu na quarta causa de morte no planeta!
Para superar esta epidemia, temos uma receita simples:
Realize pelo menos 30 minutos de atividade física na maior parte dos dias (5) da semana; de moderada intensidade, de forma contínua ou mesmo em blocos de 15 ou 10 minutos.
Estamos felizes por celebrar o Dia Mundial da Atividade Física com o tema: Cidades Ativas, Vida Saudável!
Siga Agitando hoje e sempre!
Não se esqueçam de registrar seus eventos em http://www.agitamundo.org/
quinta-feira, 31 de março de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Belo Horizonte vai vestir-se de azul em prol dos autistas!
Atenção, moradores de BH!
No próximo dia 02 de Abril,
Queremos grande número de locais e de pessoas iluminando a cidade de azul!
Haverá concentração na Praça da Liberdade, às 9h da manhã!
Contamos com vocês!!!!
Para maiores informações, entrem em contato com ANA através do e-mail armond75@gmail.com
No próximo dia 02 de Abril,
- Vistam azul!!!
- Iluminem suas casas e locais de trabalho de azul!
Queremos grande número de locais e de pessoas iluminando a cidade de azul!
Haverá concentração na Praça da Liberdade, às 9h da manhã!
Contamos com vocês!!!!
Para maiores informações, entrem em contato com ANA através do e-mail armond75@gmail.com
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segunda-feira, 28 de março de 2011
Congresso Médico Universitário de Taubaté - SP (COMUT)
Convidamos todos os leitores deste blog a participarem da 39ª edição do Congresso Médico Universitário de Taubaté - SP (COMUT), que, nesta edição, terá como tema: “Uma abordagem multidisciplinar ao paciente com deficiência”. O evento ocorrerá entre os dias 22 e 26 agosto de 2011, na Universidade de Taubaté - SP.
As palestras terão o enfoque na abordagem das diversas especialidades médicas aos seguintes temas:
Além disso, por ser um congresso médico universitário, o COMUT aceitará a inscrição de artigos de todas as áreas médicas.
Os artigos serão julgados por uma mesa de Mestres e Doutores, que selecionarão os três melhores, e estes serão premiados, com 100% de um curso de idiomas de um mês no Canadá, com estadia inclusa, para o primeiro colocado do evento, e 50% para o segundo colocado.
O e-mail para contato com os organizadores é fernandogln@hotmail.com Caso haja interesse em patrocinar o evento através de parceria financeira, haverá espaço de divulgação para os possíveis interessados.
As palestras terão o enfoque na abordagem das diversas especialidades médicas aos seguintes temas:
- CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (TERMINOLOGIA ADEQUADA)
- DEFICIÊCIAS IMUNOLÓGICAS
- DEFICIÊNCIAS METABÓLICAS
- DEFICIÊNCIAS FÍSICAS
- DEFICIÊNCIAS COGNITIVAS
- MÁS FORMAÇÕES CONGÊNITAS
- OUTROS AINDA A DEFINIR.
Além disso, por ser um congresso médico universitário, o COMUT aceitará a inscrição de artigos de todas as áreas médicas.
Os artigos serão julgados por uma mesa de Mestres e Doutores, que selecionarão os três melhores, e estes serão premiados, com 100% de um curso de idiomas de um mês no Canadá, com estadia inclusa, para o primeiro colocado do evento, e 50% para o segundo colocado.
O e-mail para contato com os organizadores é fernandogln@hotmail.com Caso haja interesse em patrocinar o evento através de parceria financeira, haverá espaço de divulgação para os possíveis interessados.
Fonte: Fernando Gibran Nunes - Acadêmico do terceiro ano de Medicina e membro da Comissão Organizadora do COMUT.
Abaixo-Assinado:Pelo Arquivamento do Projeto de Lei que Institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência
Amigos,
Sendo vocês pessoas com deficiência ou, simplesmente, simpatizantes de nossa causa, recomendamos ler e assinar este abaixo-assinado online:
«Pelo Arquivamento do Projeto de Lei que Institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência»
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8028
Concordamos com este abaixo-assinado e cremos que vocês também hão de concordar após uma leitura atenta do mesmo.
Pedimos assinar o referido abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8028 e divulgá-lo a outras pessoas tambén.
Agradecemos desde já!
Sendo vocês pessoas com deficiência ou, simplesmente, simpatizantes de nossa causa, recomendamos ler e assinar este abaixo-assinado online:
«Pelo Arquivamento do Projeto de Lei que Institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência»
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8028
Concordamos com este abaixo-assinado e cremos que vocês também hão de concordar após uma leitura atenta do mesmo.
Pedimos assinar o referido abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8028 e divulgá-lo a outras pessoas tambén.
Agradecemos desde já!
quarta-feira, 23 de março de 2011
Ato pelo Dia Internacional da Síndrome de Down lota auditório da Câmara
De Brasília, Idhelene Macedo.
Segunda-feira, 21 de março de 2011
Reprodução autorizada mediante citação da Rádio
Telefone: (61) 3216-1700
Fax: (61) 3216-1715
Mais de 350 pessoas lotaram o auditório Nereu Ramos, na Câmara, durante o ato em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta segunda-feira.
Fernanda Honorato, como ela mesma gosta de ressaltar, a primeira jornalista do mundo portadora de Down, explica que, quando têm oportunidade, todos podem ser incluídos na sociedade.
"Foi através de uma reportagem que eu fiz com a cantora Maria Bethânia, que parou em uma coluna do jornal O Globo. É isso que a gente precisa: a questão de uma oportunidade. A gente precisa mostrar bem o que é um incentivo para pessoas com deficiência."
Roxana Campos, representante da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down do Distrito Federal, destaca que as escolas devem estar preparadas para receber as crianças especiais.
"A realidade hoje de uma educação moderna é a escola encontrar a forma de ensinar porque todos nós somos diferentes. Tem gente que é bom em matemática, tem gente que é bom em português, tem gente que não é bom em nada. Então, a escola não pode dizer: este aluno não me serve porque vai me dar trabalho."
Já Juan Llerena, coordenador do Departamento de Genética da Fiocruz, observou que um caso de síndrome de Down é registrado a cada 800 nascimentos. Mulheres fora da faixa etária dos 19 aos 24 anos têm mais chances de dar à luz bebês com a anomalia. Segundo ele, a medicina já avançou e a possibilidade do indivíduo com Down atingir 35 anos de idade é muito maior hoje do que há uma década. Para Llerena, o grande desafio é vencer o preconceito e respeitar a escolha das famílias que decidem ter filhos em idade avançada, por exemplo.
"Não é direito do casal decidir pelo futuro de sua prole? Essas são questões que são individuais, não são coletivas. Tem de ser respeitada a decisão individual."
Cercado de crianças e adolescentes ávidos por uma foto com o ídolo, o ex-jogador e agora deputado Romário (PSB/RJ) diz estar feliz em promover um evento com o objetivo de mudar a ideia das pessoas sobre os portadores da síndrome de Down.
"Fico feliz em saber que as pessoas com síndrome de Down me têm como uma pessoa querida e também os pais dessas pessoas, os amigos me veem como uma pessoa que possa fazer, definitivamente, alguma coisa de diferente do que foi feito até agora. Então, o que eu posso dizer é que, se depender de mim, vou estar sempre lutando e dando o máximo para que a gente possa mudar a qualidade de vida dessas pessoas."
O deputado Romário afirmou que não pretende apresentar novos projetos, mas vai trabalhar para a aprovação de propostas sobre o tema em andamento na Casa. As proposições preveem, por exemplo, a concessão de benefícios como isenção do Imposto de Renda e o pagamento de um salário mínimo mensal para o portador da síndrome de Dowm que comprovar ausência de meios para sua própria manutenção.
terça-feira, 15 de março de 2011
Workshop “Acessibilidade e Inclusão Aplicadas ao Lazer e Turismo"
Data e hora:
Sexta, 15 de abril às 09:00 - 16 de abril às 18:00
Localização
São Paulo (Rua Vergueiro, 1421 - 12º Andar).
Mais informações
O workshop terá dois módulos:
Mais informações
Investimento
Para quem fizer o agamento até o dia 15/03, desconto de R$30,00 (para estudante ou profissional)!
Sexta, 15 de abril às 09:00 - 16 de abril às 18:00
Localização
São Paulo (Rua Vergueiro, 1421 - 12º Andar).
Mais informações
O workshop terá dois módulos:
- Acessibilidade e Adequações;
- Inclusão e Hospitalidade
Mais informações
- Pelo e-mail: curso@ducaacessibilidade.com.br
- Pelo telefone: (11) 2225-1421
Investimento
- Estudante: R$380,00
- Profissional: R$450,00
Para quem fizer o agamento até o dia 15/03, desconto de R$30,00 (para estudante ou profissional)!
segunda-feira, 14 de março de 2011
Prefeitura de Belo Horizonte Promove Seminário “Novos tempos, Novos rumos, Melhor qualidade de vida”
A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte por meio da Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania/Coordenadoria de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência, convida para o seminário “Novos tempos, Novos rumos, Melhor qualidade de vida” em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down.
Dia 21 de março de 2011
Horário 13hs30
Local Teatro Marília – av Alfredo Balena, 586 – Centro.
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania-SMADC
Coordenadoria de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência-CDPPD
Rua Espirito Santo, 505 - 8.º andar - Centro
CEP 30160-030
Telefones
(31) 3277.4105/6949
Fax (
31) 3277.4678
caappdbh@pbh.gov.br
Dia 21 de março de 2011
Horário 13hs30
Local Teatro Marília – av Alfredo Balena, 586 – Centro.
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Secretaria Municipal Adjunta de Direitos de Cidadania-SMADC
Coordenadoria de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência-CDPPD
Rua Espirito Santo, 505 - 8.º andar - Centro
CEP 30160-030
Telefones
(31) 3277.4105/6949
Fax (
31) 3277.4678
caappdbh@pbh.gov.br
Colaboração: "Armond Gmail"
Caminhos possíveis?
Um panorama da acessibilidade em São Paulo: a cidade atende as necessidades das pessoas com deficiências?
No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.” Este trecho do famoso poema de Carlos Drummond de Andrade pode muito bem refletir os problemas da acessibilidade na metrópole paulista.
Não apenas para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, como também para cidadãos com deficiência visual, idosos e gestantes, a cidade conta com obstáculos que impedem a circulação tranquila e sem riscos.
Basta olhar para baixo. Às vezes esburacadas, outras vezes com a presença de impedimentos e em alguns casos até inexistentes, as calçadas ainda precisam de muitas reformas para oferecerem livre acesso à população.
Tânia Ieda Medeiros Vale, 47, que o diga. Após sofrer um acidente de carro em fevereiro de 2008 ela tenta se adaptar sobre rodas. Os desníveis, os buracos e a falta de rampas nas calçadas, porém, têm afastado a paulistana das ruas. “É muito difícil sair de casa. Eu preciso de um acompanhante para me ajudar, pois subir degraus com a cadeira para mim é impossível”, relata. Moradora do Tatuapé, Tânia passou a fazer compras pelo telefone e a sair apenas em casos estritamente necessários, como quando vai às sessões de reabilitação e fisioterapia. Nessas situações, acaba contratando uma acompanhante para auxiliá-la.
Calçadas em ordem
Mas, afinal, de quem é a responsabilidade pela manutenção das calçadas? De acordo com a Prefeitura de São Paulo, “o proprietário do imóvel, seja comercial ou residencial, é responsável pela conservação, manutenção e reforma da calçada em frente ao seu imóvel. Sendo que aquelas em situação irregular ou precária são passíveis de multa”.
Apesar da polêmica que essa resolução gera, cabe a todos os cidadãos a conservação e a manutenção do passeio público em frente a sua residência. Antes de realizar qualquer reforma ou melhoria, porém, a recomendação do órgão público é que se entre em contato com a Subprefeitura da região. É importante lembrar que para plantar uma árvore ou instalar algum objeto na calçada o procedimento deve ser o mesmo.
Casa adaptada
Além da necessidade de encontrar acessibilidade nas ruas, a adaptação dos lares também é importante para garantir às pessoas com deficiência um dia-a-dia ativo. Na casa de Tânia, por exemplo, sua irmã Maria Gorete providenciou uma grande reforma. Os desníveis e degraus foram retirados e todas as portas ficaram mais largas, para permitir o trânsito da cadeira de rodas com mais facilidade.
O banheiro também ganhou uma nova estrutura e a frente da casa recebeu uma rampa. A instalação de um varal mais baixo e com hastes que podem ser puxadas separadamente, além de uma máquina de lavar com abertura frontal foram outras das inusitadas instalações.
Pela inclusão
Após o acidente, Tânia conheceu e passou a fazer parte do Movimento Inclusão Já, do qual hoje é primeira secretária. O objetivo do grupo, criado em janeiro de 2004, é buscar os direitos das pessoas com deficiência, além de melhorias para a sociedade de forma geral.
“O movimento surgiu basicamente das necessidades dessas pessoas. Lá fui formando guerreiros, pais e mães de pessoas com deficiência, ensinando os indivíduos a levantarem suas cabeças, partirem para a luta e praticarem cidadania, a fim de buscarem seus direitos”, explica o presidente do grupo, Valdir Timóteo.
Timóteo é cadeirante. Ele sofreu uma lesão medular de nível T6 e T7 após um acidente de carro em novembro de 2000 e ficou paraplégico.
Quatro anos depois do ocorrido, quando já estava fazendo a reabilitação, surgia o grupo: “Posso afirmar que o Movimento Inclusão Já nasceu do descaso que o poder público sempre teve com as pessoas que tem alguma deficiência, da nossa revolta contra os maus tratos recebidos dele e de grande parte da sociedade e também da falta de acessibilidade e de prestação de serviços públicos voltados ao segmento dos indivíduos com deficiência e mobilidade reduzida”, ressalta ele.
Uma das atividades realizadas pelo movimento é organizar passeios e eventos para que os participantes possam viver momentos de lazer e também compartilhar experiências. “Uma das nossas atividades principais é tirar pessoas com deficiência das suas ‘prisões’ domiciliares para eventos em parques e atividades culturais e mostrar a elas e a seus familiares que existe vida além das quatro paredes de seus quartos. Nosso trabalho é trazê-los para o convívio social”, conta Timóteo.
“Tem muitas pessoas que, na vida, só saíram para passear acompanhadas de membros do Movimento”, acrescenta Tânia.
Além dessa interação social, outro foco do grupo é trabalhar em favor de medidas práticas, cobrando do poder público o respeito às leis de inclusão e o investimento em estruturas de acessibilidade.
Um dos projetos é o “Mutirão da inclusão através de emendas”, que sugere o direcionamento de parcelas da Emenda Parlamentar dos políticos para propostas de inclusão social e acessibilidade. A emenda é a verba que os vereadores, deputados e senadores têm direito para que destinem à iniciativas e melhorias de interesse público.
Para isso, Timóteo e sua esposa, Francisca Lucineide da Silva Leite, constantemente visitam a Câmara Municipal de São Paulo. Em uma dessas ocasiões, a equipe da Revista IN acompanhou-os, com o objetivo de analisar as estruturas de acessibilidade da cidade. Confira o trajeto.
11h42: Início do trajeto
Para sair da casa de Valdir, em Itaquera, e pegar o ônibus é preciso descer uma rua íngreme. Durante o percurso, é necessário seguir com a cadeira pela rua. As calçadas não possuem acessibilidade.
11h52: Transporte público
Ao chegar ao ponto de ônibus, outra surpresa: sem qualquer cobertura, a única indicação é a de uma viga de madeira. No local, a calçada também não possui rampas. Para Valdir subir, precisou de ajuda da equipe.
11h59: Chegada do veículo
Após sete minutos de espera, passou um ônibus adaptado com destino ao Metrô. Além do espaço reservado a pessoas com deficiência, também possuía elevador para subir a cadeira de rodas.
12h05: Embarque
Devido à falta de acessibilidade da calçada, porém, o embarque foi difícil e levou mais alguns minutos.
12h41: No Metrô
Na estação Itaquera, o elevador levou Timóteo ao andar do embarque. As dimensões reduzidas da instalação, no entanto, não permitem aos cadeirantes virarem a cadeira. Ou seja, se entram de frente irão sair de costas e vice-versa. Para embarcar no vagão do Metrô foi necessária ajuda, devido ao vão entre a plataforma e o trem e ao desnível entre as estruturas.
13h08: Desembarque
Foi feito na estação Sé, onde Timóteo também teve acesso ao elevador e enfrentou o mesmo problema de espaço.
13h45: Chegada
Para chegar à Câmara, o percurso foi feito a pé. Em função das irregularidades da calçada e da inclinação de deteminados locais, ele teve de contar com uma pessoa para auxiliá-lo segurando a cadeira.
Com a boca no trombone
Sobre a acessibilidade da cidade, Timóteo analisa: “Chegar a um ponto de ônibus sozinho é impraticável. Pouquíssimas pessoas com deficiência conseguem superar as ruas e calçadas totalmente irregulares. Grande parte dos pontos nos bairros são estacas pintadas e fincadas no chão, sem cobertura para nos proteger do sol ou da chuva. Sem contar que não existem rampas para acessar esses locais.”
Atende?
Um dos programas municipais de transporte público das pessoas com deficiência é o Serviço de Atendimento Especial, o Atende. Criado por decreto em maio de 1996, trata-se de uma modalidade gratuita de transporte porta a porta, destinada a indivíduos deficientes com alto grau de severidade e dependência, oferecido pela Prefeitura de São Paulo.
No dia 6 de agosto de 2001, entretanto, em uma audiência pública ficou decidido que o serviço não atenderia mais casos de consultas e exames. Desde então, o atendimento só ocorre nas situações em que há planejamento de viagens. A justificativa para isso era o atendimento de um maior número de pessoas.
Para Timóteo, porém, essa decisão é excludente e discriminatória. “Essa mudança acaba excluindo muita gente e afeta especialmente os mais pobres, que não têm condições para pagar um táxi e deixam inclusive de fazer parte da triagem para começarem um tratamento”, declara.
Elaine Cristina da Silva Barbosa e o seu filho Ronaldo Barbosa Alves, 5, que possui deficiência múltipla, são usuários do Atende após dois anos aguardando na fila pelo serviço. Com relação à busca por atendimento e melhorias, Timóteo orienta: “As pessoas têm de ir atrás de seus direitos. Nós temos que colaborar com o poder público criticando quando estão errados e propondo soluções para os problemas. Só teremos uma sociedade mais justa se o cidadão contribuir na construção de políticas públicas”, orienta Timóteo.
Para fazer a inscrição no programa, os interessados devem comparecer a um posto da SPTrans ou à Subprefeitura e retirar a Ficha de Avaliação Médica, também disponível para impressão pelo site (www.sptrans.com.br).
Barreiras
Como Ronaldo recebe tratamento em três locais diferentes e o Atende só possibilita viagens para dois endereços distintos por semana, às quintas-feiras Elaine e Ronaldo têm de usar o transporte público.
A respeito dos problemas enfrentados nesse aspecto, ela afirma: “Para ir até o ponto de ônibus, temos que andar no meio da rua, disputando espaço com os carros. No centro da cidade, eles se preocupam muito com as calçadas, mas nos bairros às vezes nem tem. Eles esqueceram que as pessoas com deficiências também moram nesses locais”.
A falta de ônibus adaptados com elevador para subir a cadeira de rodas também tem sido um empecilho, pois, segundo ela, quando o veículo possui espaço para o embarque de pessoas com deficiência mas não conta com essa estrutura, muitos motoristas se negam a embarcá-los.
Na semana anterior à entrevista, por exemplo, Elaine afirma ter esperado uma hora com Ronaldo para pegar o ônibus. “Fiquei com meu filho esperando debaixo do sol. Passou um ônibus adaptado e o motorista jogou o veículo para o meio da avenida e fez sinal de não com o dedo, passando direto”, relata.
Lugar reservado
Devido a Diabetes, o aposentado e conselheiro do Conseg - Conselho Comunitário de Segurança da Mooca - Paschoal Fienga, 75, teve de aderir à bengala e passou a fazer parte da população com mobilidade reduzida, recebendo o direito, por exemplo, de estacionar em vagas reservadas a esse público.
Para Fienga, no entanto, é preciso aumentar a fiscalização sobre o uso dessas vagas que, segundo ele, muitas vezes acabam sendo utilizadas por pessoas sem deficiências.“Isso é uma falta de educação e deve haver uma maior fiscalização. Os veículos devem estar identificados com o adesivo”, ressalta.
Esse cartão a que ele se refere, que identifica os carros de pessoas com deficiência, é o DeFis-DSV e possui uso obrigatório em vias públicas, podendo gerar multas quando não utilizado. Mais informações sobre como retirar o cartão podem ser obtidas pelos fones: 3812.3281 e 3816.3022.
Com a ponta dos dedos
Às pessoas com deficiências visuais, a cidade de São Paulo também apresenta barreiras que dificultam a acessibilidade. Para a estudante Maria da Consolação Rodrigues, 27, que veio de Fortaleza para continuar os estudos na Fundação Dorina Nowill, “a acessibilidade ainda é precária”.
Apesar de todos os avanços da metrópole, Sol, apelido de Maria, reclama das calçadas esburacadas e cheias de obstáculos, como mesas e cadeiras. “A Prefeitura deveria ver isso”, reclama. Para a jovem, que tem que andar sozinha, muita coisa ainda precisa mudar para lhe oferecer segurança e tranquilidade. “Faltam faróis sonoros e faixas táteis nas calçadas”, complementa.
Praticamente autodidata em braille, a estudante hoje cursa o Ensino Médio. Ela está a procura de emprego e, enquanto não encontra, faz artesanato. O crochê ela aprendeu sozinha, desmanchando um bordado feito pela mãe. Já o tricô conheceu depois, em um curso.
Sobre a acessibilidade na cidade de São Paulo a professora de orientação e mobilidade da Fundação Dorina Nowill, Suzete Rugno Arruda, comenta: “Na região periférica muito se tem a fazer. Encontramos calçadas inadequadas, lixo e esgoto a céu aberto o que dificulta a locomoção do deficiente visual e da população de forma geral.”
Para Suzete também faltam mudanças no transporte público: “Apesar de termos ônibus que se dizem acessíveis, eles ainda são inadequados, têm degraus e a sinalização é visual. A frota de veículos acessíveis é pequena. Faltam semáforos sonoros que facilitem a travessia das ruas. As calçadas com degraus e desníveis muito altos dificultam a locomoção”, esclarece.
A profissional destaca que conseguir um cão-guia no Brasil ainda é algo muito raro e complexo, sendo que apenas 60 pessoas, aproximadamente, contam com esse benefício. As mudanças mais importantes para oferecer autonomia às pessoas com deficiência visual, segundo Suzete, são “a melhoria e a conservação do passeio público, a sinalização sonora em semáforos e pontos e ônibus e os pisos podotáteis em torno de obstáculos com altura superior a 60 cm, o que está previsto em norma”, conclui.
Com relação à difusão de obras em braille e dos audiobooks (livros falados), a gerente de distribuição de produtos da Fundação Dorina Nowill, Susi Maluf afirma: “Uma pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas revelou que apenas 9% das bibliotecas públicas municipais possuem seção com obras em braille, faladas e digitais acessíveis”. Em contrapartida, Susi declara que os usuários da Biblioteca Circulante de Livro Falado da instituição leem cerca de nove livros por ano, enquanto a média brasileira é de 1,3 livro.
Cliques da inclusão
Apaixonada por fotografia desde pequena, Kica de Castro conseguiu unir o útil ao agradável quando abriu uma agência de modelos com deficiência. Sua iniciativa tem alcançado sucesso no Brasil e no exterior e, o mais importante, por meio dela essas pessoas têm conseguido resgatar sua autoestima e a sociedade tem percebido que a inclusão profissional desse grupo é uma realidade e que, com ela, todos só têm a ganhar.
Kica profissionalizou-se como fotógrafa em 2000, época em que atuava em eventos sociais, como casamentos e festas corporativas. Em 2002 a profissional passou a tirar fotografias científicas em um centro de reabilitação para pessoas com deficiências físicas, o que foi a semente de seu atual trabalho. “Em 2003, fazia na instituição o resgate da autoestima das pessoas com deficiência, ao que dei o nome de fototerapia”, comenta.
“No ano de 2005, as meninas começaram a procurar oportunidades no mercado de trabalho como modelo, levavam as fotos de book feitas por mim nas agências e a resposta sempre era a mesma: ‘ Não temos nada para o seu perfil’, o que acabava com a autoestima das garotas”. Após uma ampla pesquisa sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mundo da moda, em 2007 ela abriu uma agência de modelos especializada. “Hoje temos bons resultados nos anúncios e nas passarelas”.
Apesar do sucesso de sua iniciativa, porém, Kica destaca que o preconceito ainda existe: “Ele é a pior deficiência da Humanidade. Muitas pessoas julgam sem saber, fazem uma avaliação do perfil sem antes dar oportunidade de conhecer a pessoa. Ainda escuto de muitos empresários que vão deixar para fazer campanha social em uma próxima oportunidade e o que mostro é que a campanha não é social e sim voltada para um público consumidor que tem algum tipo de deficiência”.
Data: 14/03/2011
No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.” Este trecho do famoso poema de Carlos Drummond de Andrade pode muito bem refletir os problemas da acessibilidade na metrópole paulista.
Não apenas para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, como também para cidadãos com deficiência visual, idosos e gestantes, a cidade conta com obstáculos que impedem a circulação tranquila e sem riscos.
Basta olhar para baixo. Às vezes esburacadas, outras vezes com a presença de impedimentos e em alguns casos até inexistentes, as calçadas ainda precisam de muitas reformas para oferecerem livre acesso à população.
Tânia Ieda Medeiros Vale, 47, que o diga. Após sofrer um acidente de carro em fevereiro de 2008 ela tenta se adaptar sobre rodas. Os desníveis, os buracos e a falta de rampas nas calçadas, porém, têm afastado a paulistana das ruas. “É muito difícil sair de casa. Eu preciso de um acompanhante para me ajudar, pois subir degraus com a cadeira para mim é impossível”, relata. Moradora do Tatuapé, Tânia passou a fazer compras pelo telefone e a sair apenas em casos estritamente necessários, como quando vai às sessões de reabilitação e fisioterapia. Nessas situações, acaba contratando uma acompanhante para auxiliá-la.
Calçadas em ordem
Mas, afinal, de quem é a responsabilidade pela manutenção das calçadas? De acordo com a Prefeitura de São Paulo, “o proprietário do imóvel, seja comercial ou residencial, é responsável pela conservação, manutenção e reforma da calçada em frente ao seu imóvel. Sendo que aquelas em situação irregular ou precária são passíveis de multa”.
Apesar da polêmica que essa resolução gera, cabe a todos os cidadãos a conservação e a manutenção do passeio público em frente a sua residência. Antes de realizar qualquer reforma ou melhoria, porém, a recomendação do órgão público é que se entre em contato com a Subprefeitura da região. É importante lembrar que para plantar uma árvore ou instalar algum objeto na calçada o procedimento deve ser o mesmo.
Casa adaptada
Além da necessidade de encontrar acessibilidade nas ruas, a adaptação dos lares também é importante para garantir às pessoas com deficiência um dia-a-dia ativo. Na casa de Tânia, por exemplo, sua irmã Maria Gorete providenciou uma grande reforma. Os desníveis e degraus foram retirados e todas as portas ficaram mais largas, para permitir o trânsito da cadeira de rodas com mais facilidade.
O banheiro também ganhou uma nova estrutura e a frente da casa recebeu uma rampa. A instalação de um varal mais baixo e com hastes que podem ser puxadas separadamente, além de uma máquina de lavar com abertura frontal foram outras das inusitadas instalações.
Pela inclusão
Após o acidente, Tânia conheceu e passou a fazer parte do Movimento Inclusão Já, do qual hoje é primeira secretária. O objetivo do grupo, criado em janeiro de 2004, é buscar os direitos das pessoas com deficiência, além de melhorias para a sociedade de forma geral.
“O movimento surgiu basicamente das necessidades dessas pessoas. Lá fui formando guerreiros, pais e mães de pessoas com deficiência, ensinando os indivíduos a levantarem suas cabeças, partirem para a luta e praticarem cidadania, a fim de buscarem seus direitos”, explica o presidente do grupo, Valdir Timóteo.
Timóteo é cadeirante. Ele sofreu uma lesão medular de nível T6 e T7 após um acidente de carro em novembro de 2000 e ficou paraplégico.
Quatro anos depois do ocorrido, quando já estava fazendo a reabilitação, surgia o grupo: “Posso afirmar que o Movimento Inclusão Já nasceu do descaso que o poder público sempre teve com as pessoas que tem alguma deficiência, da nossa revolta contra os maus tratos recebidos dele e de grande parte da sociedade e também da falta de acessibilidade e de prestação de serviços públicos voltados ao segmento dos indivíduos com deficiência e mobilidade reduzida”, ressalta ele.
Uma das atividades realizadas pelo movimento é organizar passeios e eventos para que os participantes possam viver momentos de lazer e também compartilhar experiências. “Uma das nossas atividades principais é tirar pessoas com deficiência das suas ‘prisões’ domiciliares para eventos em parques e atividades culturais e mostrar a elas e a seus familiares que existe vida além das quatro paredes de seus quartos. Nosso trabalho é trazê-los para o convívio social”, conta Timóteo.
“Tem muitas pessoas que, na vida, só saíram para passear acompanhadas de membros do Movimento”, acrescenta Tânia.
Além dessa interação social, outro foco do grupo é trabalhar em favor de medidas práticas, cobrando do poder público o respeito às leis de inclusão e o investimento em estruturas de acessibilidade.
Um dos projetos é o “Mutirão da inclusão através de emendas”, que sugere o direcionamento de parcelas da Emenda Parlamentar dos políticos para propostas de inclusão social e acessibilidade. A emenda é a verba que os vereadores, deputados e senadores têm direito para que destinem à iniciativas e melhorias de interesse público.
Para isso, Timóteo e sua esposa, Francisca Lucineide da Silva Leite, constantemente visitam a Câmara Municipal de São Paulo. Em uma dessas ocasiões, a equipe da Revista IN acompanhou-os, com o objetivo de analisar as estruturas de acessibilidade da cidade. Confira o trajeto.
11h42: Início do trajeto
Para sair da casa de Valdir, em Itaquera, e pegar o ônibus é preciso descer uma rua íngreme. Durante o percurso, é necessário seguir com a cadeira pela rua. As calçadas não possuem acessibilidade.
11h52: Transporte público
Ao chegar ao ponto de ônibus, outra surpresa: sem qualquer cobertura, a única indicação é a de uma viga de madeira. No local, a calçada também não possui rampas. Para Valdir subir, precisou de ajuda da equipe.
11h59: Chegada do veículo
Após sete minutos de espera, passou um ônibus adaptado com destino ao Metrô. Além do espaço reservado a pessoas com deficiência, também possuía elevador para subir a cadeira de rodas.
12h05: Embarque
Devido à falta de acessibilidade da calçada, porém, o embarque foi difícil e levou mais alguns minutos.
12h41: No Metrô
Na estação Itaquera, o elevador levou Timóteo ao andar do embarque. As dimensões reduzidas da instalação, no entanto, não permitem aos cadeirantes virarem a cadeira. Ou seja, se entram de frente irão sair de costas e vice-versa. Para embarcar no vagão do Metrô foi necessária ajuda, devido ao vão entre a plataforma e o trem e ao desnível entre as estruturas.
13h08: Desembarque
Foi feito na estação Sé, onde Timóteo também teve acesso ao elevador e enfrentou o mesmo problema de espaço.
13h45: Chegada
Para chegar à Câmara, o percurso foi feito a pé. Em função das irregularidades da calçada e da inclinação de deteminados locais, ele teve de contar com uma pessoa para auxiliá-lo segurando a cadeira.
Com a boca no trombone
Sobre a acessibilidade da cidade, Timóteo analisa: “Chegar a um ponto de ônibus sozinho é impraticável. Pouquíssimas pessoas com deficiência conseguem superar as ruas e calçadas totalmente irregulares. Grande parte dos pontos nos bairros são estacas pintadas e fincadas no chão, sem cobertura para nos proteger do sol ou da chuva. Sem contar que não existem rampas para acessar esses locais.”
Atende?
Um dos programas municipais de transporte público das pessoas com deficiência é o Serviço de Atendimento Especial, o Atende. Criado por decreto em maio de 1996, trata-se de uma modalidade gratuita de transporte porta a porta, destinada a indivíduos deficientes com alto grau de severidade e dependência, oferecido pela Prefeitura de São Paulo.
No dia 6 de agosto de 2001, entretanto, em uma audiência pública ficou decidido que o serviço não atenderia mais casos de consultas e exames. Desde então, o atendimento só ocorre nas situações em que há planejamento de viagens. A justificativa para isso era o atendimento de um maior número de pessoas.
Para Timóteo, porém, essa decisão é excludente e discriminatória. “Essa mudança acaba excluindo muita gente e afeta especialmente os mais pobres, que não têm condições para pagar um táxi e deixam inclusive de fazer parte da triagem para começarem um tratamento”, declara.
Elaine Cristina da Silva Barbosa e o seu filho Ronaldo Barbosa Alves, 5, que possui deficiência múltipla, são usuários do Atende após dois anos aguardando na fila pelo serviço. Com relação à busca por atendimento e melhorias, Timóteo orienta: “As pessoas têm de ir atrás de seus direitos. Nós temos que colaborar com o poder público criticando quando estão errados e propondo soluções para os problemas. Só teremos uma sociedade mais justa se o cidadão contribuir na construção de políticas públicas”, orienta Timóteo.
Para fazer a inscrição no programa, os interessados devem comparecer a um posto da SPTrans ou à Subprefeitura e retirar a Ficha de Avaliação Médica, também disponível para impressão pelo site (www.sptrans.com.br).
Barreiras
Como Ronaldo recebe tratamento em três locais diferentes e o Atende só possibilita viagens para dois endereços distintos por semana, às quintas-feiras Elaine e Ronaldo têm de usar o transporte público.
A respeito dos problemas enfrentados nesse aspecto, ela afirma: “Para ir até o ponto de ônibus, temos que andar no meio da rua, disputando espaço com os carros. No centro da cidade, eles se preocupam muito com as calçadas, mas nos bairros às vezes nem tem. Eles esqueceram que as pessoas com deficiências também moram nesses locais”.
A falta de ônibus adaptados com elevador para subir a cadeira de rodas também tem sido um empecilho, pois, segundo ela, quando o veículo possui espaço para o embarque de pessoas com deficiência mas não conta com essa estrutura, muitos motoristas se negam a embarcá-los.
Na semana anterior à entrevista, por exemplo, Elaine afirma ter esperado uma hora com Ronaldo para pegar o ônibus. “Fiquei com meu filho esperando debaixo do sol. Passou um ônibus adaptado e o motorista jogou o veículo para o meio da avenida e fez sinal de não com o dedo, passando direto”, relata.
Lugar reservado
Devido a Diabetes, o aposentado e conselheiro do Conseg - Conselho Comunitário de Segurança da Mooca - Paschoal Fienga, 75, teve de aderir à bengala e passou a fazer parte da população com mobilidade reduzida, recebendo o direito, por exemplo, de estacionar em vagas reservadas a esse público.
Para Fienga, no entanto, é preciso aumentar a fiscalização sobre o uso dessas vagas que, segundo ele, muitas vezes acabam sendo utilizadas por pessoas sem deficiências.“Isso é uma falta de educação e deve haver uma maior fiscalização. Os veículos devem estar identificados com o adesivo”, ressalta.
Esse cartão a que ele se refere, que identifica os carros de pessoas com deficiência, é o DeFis-DSV e possui uso obrigatório em vias públicas, podendo gerar multas quando não utilizado. Mais informações sobre como retirar o cartão podem ser obtidas pelos fones: 3812.3281 e 3816.3022.
Com a ponta dos dedos
Às pessoas com deficiências visuais, a cidade de São Paulo também apresenta barreiras que dificultam a acessibilidade. Para a estudante Maria da Consolação Rodrigues, 27, que veio de Fortaleza para continuar os estudos na Fundação Dorina Nowill, “a acessibilidade ainda é precária”.
Apesar de todos os avanços da metrópole, Sol, apelido de Maria, reclama das calçadas esburacadas e cheias de obstáculos, como mesas e cadeiras. “A Prefeitura deveria ver isso”, reclama. Para a jovem, que tem que andar sozinha, muita coisa ainda precisa mudar para lhe oferecer segurança e tranquilidade. “Faltam faróis sonoros e faixas táteis nas calçadas”, complementa.
Praticamente autodidata em braille, a estudante hoje cursa o Ensino Médio. Ela está a procura de emprego e, enquanto não encontra, faz artesanato. O crochê ela aprendeu sozinha, desmanchando um bordado feito pela mãe. Já o tricô conheceu depois, em um curso.
Sobre a acessibilidade na cidade de São Paulo a professora de orientação e mobilidade da Fundação Dorina Nowill, Suzete Rugno Arruda, comenta: “Na região periférica muito se tem a fazer. Encontramos calçadas inadequadas, lixo e esgoto a céu aberto o que dificulta a locomoção do deficiente visual e da população de forma geral.”
Para Suzete também faltam mudanças no transporte público: “Apesar de termos ônibus que se dizem acessíveis, eles ainda são inadequados, têm degraus e a sinalização é visual. A frota de veículos acessíveis é pequena. Faltam semáforos sonoros que facilitem a travessia das ruas. As calçadas com degraus e desníveis muito altos dificultam a locomoção”, esclarece.
A profissional destaca que conseguir um cão-guia no Brasil ainda é algo muito raro e complexo, sendo que apenas 60 pessoas, aproximadamente, contam com esse benefício. As mudanças mais importantes para oferecer autonomia às pessoas com deficiência visual, segundo Suzete, são “a melhoria e a conservação do passeio público, a sinalização sonora em semáforos e pontos e ônibus e os pisos podotáteis em torno de obstáculos com altura superior a 60 cm, o que está previsto em norma”, conclui.
Com relação à difusão de obras em braille e dos audiobooks (livros falados), a gerente de distribuição de produtos da Fundação Dorina Nowill, Susi Maluf afirma: “Uma pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas revelou que apenas 9% das bibliotecas públicas municipais possuem seção com obras em braille, faladas e digitais acessíveis”. Em contrapartida, Susi declara que os usuários da Biblioteca Circulante de Livro Falado da instituição leem cerca de nove livros por ano, enquanto a média brasileira é de 1,3 livro.
Cliques da inclusão
Apaixonada por fotografia desde pequena, Kica de Castro conseguiu unir o útil ao agradável quando abriu uma agência de modelos com deficiência. Sua iniciativa tem alcançado sucesso no Brasil e no exterior e, o mais importante, por meio dela essas pessoas têm conseguido resgatar sua autoestima e a sociedade tem percebido que a inclusão profissional desse grupo é uma realidade e que, com ela, todos só têm a ganhar.
Kica profissionalizou-se como fotógrafa em 2000, época em que atuava em eventos sociais, como casamentos e festas corporativas. Em 2002 a profissional passou a tirar fotografias científicas em um centro de reabilitação para pessoas com deficiências físicas, o que foi a semente de seu atual trabalho. “Em 2003, fazia na instituição o resgate da autoestima das pessoas com deficiência, ao que dei o nome de fototerapia”, comenta.
“No ano de 2005, as meninas começaram a procurar oportunidades no mercado de trabalho como modelo, levavam as fotos de book feitas por mim nas agências e a resposta sempre era a mesma: ‘ Não temos nada para o seu perfil’, o que acabava com a autoestima das garotas”. Após uma ampla pesquisa sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mundo da moda, em 2007 ela abriu uma agência de modelos especializada. “Hoje temos bons resultados nos anúncios e nas passarelas”.
Apesar do sucesso de sua iniciativa, porém, Kica destaca que o preconceito ainda existe: “Ele é a pior deficiência da Humanidade. Muitas pessoas julgam sem saber, fazem uma avaliação do perfil sem antes dar oportunidade de conhecer a pessoa. Ainda escuto de muitos empresários que vão deixar para fazer campanha social em uma próxima oportunidade e o que mostro é que a campanha não é social e sim voltada para um público consumidor que tem algum tipo de deficiência”.
Fonte: Revista IN
Aplicativo do iPhone, que reconhece cédulas de dinheiro, ajuda deficientes visuais
Sem dúvida alguma, alguns dos momentos mais complicados e desconfortáveis na vida de um cego são aqueles que envolvem dinheiro. Tanto na hora de pagar como receber uma determinada quantia, fica sempre aquela dúvida se a pessoa com quem o portador de deficiência visual está se relacionando é alguém realmente confiável e honesto. Em um mundo cada vez mais escasso de boas intenções, o LookTel Money Reader veio na hora certa para ajudar os deficientes visuais nesse processo de “desmacarar” larápios em potencial.
O aplicativo, desenvolvido pela Ipplex, funciona da seguinte forma: a pessoa aponta uma cédula de dinheiro para a câmera do iPhone e automaticamente o LookTel Money Reader reconhece dólares americanos e diz qual o valor da nota, de modo sonoro, é claro.
O acesso ao recurso não necessita nem mesmo de conexão à Internet para que possa ser ativado e o aplicativo pode ser facilmente encontrado via VoiceOver, presente no iPhone. Ou seja, basta a pessoa tocar na tela, para que o celular diga o nome do aplicativo e do que se trata.
Além disso, você não precisa ficar segurando por muito tempo a nota em frente ao celular ou tirar uma foto dela para que seja reconhecida pelo LookTel Money Reader. Inclusive não é nem mesmo necessário a cédula aparecer inteiramente no visor do aparelho. Basta balançar um pequeno pedaço da nota em frente ao iPhone, para que o aplicativo brade em alto e bom som o seu valor. Todos esses recursos visam auxiliar ainda mais o uso do aplicativo pelo deficiente visual.
A LookTel ainda promete, em breve, lançar outros aplicativos que facilitam a vida dos portadores de deficiência visual. Esses aplicativos devem promover o reconhecimento de embalagens de alimentos, CDs, DVDs e caixas de remédio. Com isso, os deficientes visuais terão cada vez mais autonomia nas suas ações cotidianas, sem precisar da ajuda de terceiros, que nem sempre estão por perto, além de contribuir para o aumento de sua auto-estima.
(Veja: Pai cria aplicativo de iPhone para ajudar filha com deficiência)
Existe uma outra proposta de aplicativo que reconhecerá pontos de referência nos locais, ajudando os cegos no difícil processo de se locomoverem pelas cidades. Parece que não só os vigaristas devem se preocupar com os próximos lançamentos da LookTel. Os cães-guia podem ser a próxima “classe” a estar com os dias contados…
O aplicativo, desenvolvido pela Ipplex, funciona da seguinte forma: a pessoa aponta uma cédula de dinheiro para a câmera do iPhone e automaticamente o LookTel Money Reader reconhece dólares americanos e diz qual o valor da nota, de modo sonoro, é claro.
O acesso ao recurso não necessita nem mesmo de conexão à Internet para que possa ser ativado e o aplicativo pode ser facilmente encontrado via VoiceOver, presente no iPhone. Ou seja, basta a pessoa tocar na tela, para que o celular diga o nome do aplicativo e do que se trata.
Além disso, você não precisa ficar segurando por muito tempo a nota em frente ao celular ou tirar uma foto dela para que seja reconhecida pelo LookTel Money Reader. Inclusive não é nem mesmo necessário a cédula aparecer inteiramente no visor do aparelho. Basta balançar um pequeno pedaço da nota em frente ao iPhone, para que o aplicativo brade em alto e bom som o seu valor. Todos esses recursos visam auxiliar ainda mais o uso do aplicativo pelo deficiente visual.
A LookTel ainda promete, em breve, lançar outros aplicativos que facilitam a vida dos portadores de deficiência visual. Esses aplicativos devem promover o reconhecimento de embalagens de alimentos, CDs, DVDs e caixas de remédio. Com isso, os deficientes visuais terão cada vez mais autonomia nas suas ações cotidianas, sem precisar da ajuda de terceiros, que nem sempre estão por perto, além de contribuir para o aumento de sua auto-estima.
(Veja: Pai cria aplicativo de iPhone para ajudar filha com deficiência)
Existe uma outra proposta de aplicativo que reconhecerá pontos de referência nos locais, ajudando os cegos no difícil processo de se locomoverem pelas cidades. Parece que não só os vigaristas devem se preocupar com os próximos lançamentos da LookTel. Os cães-guia podem ser a próxima “classe” a estar com os dias contados…
Fonte: DeficienteCiente
terça-feira, 1 de março de 2011
Fórum em SP vira obstáculo na busca por justiça
Público sofre com deficiências graves de infraestrutura em quatro dos 12 prédios de fóruns regionais da capital
Falta de banheiros e de bancos para o público aguentar longas esperas, escadarias intermináveis, processos espalhados pelo chão e pouca - ou nenhuma - acessibilidade para deficientes. Esses são apenas alguns dos problemas dos fóruns regionais de São Paulo.
O Estado visitou 12 prédios na capital paulista e constatou que as unidades de Santo Amaro, Penha, Itaquera e Lapa estão em pior situação. Os dois últimos já deveriam funcionar em outros locais desde 2009. No entanto, os prédios anunciados pelo governo do Estado em 2007 não foram construídos no prazo previsto.
O descaso é flagrante no Fórum de Santo Amaro, que abrange 43% da população da cidade e é o mais visitado - 4,5 mil pessoas passam por lá por dia. A reportagem encontrou até processos no chão perto de latas de lixo.
Nas filas intermináveis, frequentadores esperam ansiosos pela construção de dois novos fóruns na zona sul, no M"Boi Mirim e em Capela do Socorro. A criação foi aprovada por lei em 2010, mas o Judiciário diz que não há data para funcionarem.
Em termos de conforto e acesso, o maior problema está no prédio que abriga a Vara da Infância e juizados especiais cíveis na Rua Aurélia, na Lapa, zona oeste. Usuários - incluindo mães com bebês - têm de subir 44 degraus para entrar. Muitos chegam às 5 horas para conseguir senha e esperam até a abertura, às 12h30. À tarde, amontoam-se lá dentro.
No prédio que centraliza as demais varas da Lapa, na Rua Clemente Álvares, um informe colocado na parede avisa os visitantes que a estadia no prédio será penosa. "Convidamos a todos que se deslocarem em até dois andares, utilizar as escadarias", diz o comunicado. O prédio tem quatro andares.
Na zona leste, o contraste entre bairros ricos e pobres também se traduz na realidade dos fóruns. O do Tatuapé tem boa estrutura. Na visita feita pela reportagem, havia bancos de sobra para todos os usuários. Já no da Penha, as pessoas tinham de esperar em pé.
"Não tem acomodação nenhuma nesse prédio. É muito desconfortável. Sem contar o calor que temos de suportar", disse o motoboy Lisney Eliezer Silva, de 37 anos, que esperava ali por uma audiência.
"Puxadinhos". Vários desses problemas se repetem no Fórum de Itaquera, na mesma região. Tanto lá quanto na Penha, há salas que são "puxadinhos" feitos com divisórias. Faltam em vários andares itens de acessibilidade, ventilação, elevadores que aguentem a demanda, locais para guardar processos e outros equipamentos.
"Aqui o usuário pena. Chega cedo, fica na fila do lado de fora sob sol e chuva. É difícil estacionar e a localização é muito ruim", contou o advogado Eudecio Ramos, responsável pela divisão regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no bairro. A segurança também é um problema em Itaquera, já que a reportagem, sem se identificar, foi convidada pelos seguranças a entrar sem passar pelo detector de metais para agilizar o processo.
O fórum fica na Avenida Pires do Rio, muito perto do Fórum São Miguel Paulista, cuja estrutura é bem melhor. Corredores largos e bancos por todo o prédio dão conforto. Há rampas que podem ser usadas por cadeirantes e banheiros em todos os andares.
Uma curiosidade, porém, é a falta de aparelhos de ar-condicionado nos corredores e nas salas de varas e cartórios. O equipamento só é encontrado com frequência nos gabinetes de juízes. Entre os fóruns visitados pela reportagem isso foi uma constante, assim como o calor fora dessas salas.
Santana, Pinheiros e Vila Prudente também estão entre os prédios com boa estrutura em relação aos demais.
Falta de banheiros e de bancos para o público aguentar longas esperas, escadarias intermináveis, processos espalhados pelo chão e pouca - ou nenhuma - acessibilidade para deficientes. Esses são apenas alguns dos problemas dos fóruns regionais de São Paulo.
O Estado visitou 12 prédios na capital paulista e constatou que as unidades de Santo Amaro, Penha, Itaquera e Lapa estão em pior situação. Os dois últimos já deveriam funcionar em outros locais desde 2009. No entanto, os prédios anunciados pelo governo do Estado em 2007 não foram construídos no prazo previsto.
O descaso é flagrante no Fórum de Santo Amaro, que abrange 43% da população da cidade e é o mais visitado - 4,5 mil pessoas passam por lá por dia. A reportagem encontrou até processos no chão perto de latas de lixo.
Nas filas intermináveis, frequentadores esperam ansiosos pela construção de dois novos fóruns na zona sul, no M"Boi Mirim e em Capela do Socorro. A criação foi aprovada por lei em 2010, mas o Judiciário diz que não há data para funcionarem.
Em termos de conforto e acesso, o maior problema está no prédio que abriga a Vara da Infância e juizados especiais cíveis na Rua Aurélia, na Lapa, zona oeste. Usuários - incluindo mães com bebês - têm de subir 44 degraus para entrar. Muitos chegam às 5 horas para conseguir senha e esperam até a abertura, às 12h30. À tarde, amontoam-se lá dentro.
No prédio que centraliza as demais varas da Lapa, na Rua Clemente Álvares, um informe colocado na parede avisa os visitantes que a estadia no prédio será penosa. "Convidamos a todos que se deslocarem em até dois andares, utilizar as escadarias", diz o comunicado. O prédio tem quatro andares.
Na zona leste, o contraste entre bairros ricos e pobres também se traduz na realidade dos fóruns. O do Tatuapé tem boa estrutura. Na visita feita pela reportagem, havia bancos de sobra para todos os usuários. Já no da Penha, as pessoas tinham de esperar em pé.
"Não tem acomodação nenhuma nesse prédio. É muito desconfortável. Sem contar o calor que temos de suportar", disse o motoboy Lisney Eliezer Silva, de 37 anos, que esperava ali por uma audiência.
"Puxadinhos". Vários desses problemas se repetem no Fórum de Itaquera, na mesma região. Tanto lá quanto na Penha, há salas que são "puxadinhos" feitos com divisórias. Faltam em vários andares itens de acessibilidade, ventilação, elevadores que aguentem a demanda, locais para guardar processos e outros equipamentos.
"Aqui o usuário pena. Chega cedo, fica na fila do lado de fora sob sol e chuva. É difícil estacionar e a localização é muito ruim", contou o advogado Eudecio Ramos, responsável pela divisão regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no bairro. A segurança também é um problema em Itaquera, já que a reportagem, sem se identificar, foi convidada pelos seguranças a entrar sem passar pelo detector de metais para agilizar o processo.
O fórum fica na Avenida Pires do Rio, muito perto do Fórum São Miguel Paulista, cuja estrutura é bem melhor. Corredores largos e bancos por todo o prédio dão conforto. Há rampas que podem ser usadas por cadeirantes e banheiros em todos os andares.
Uma curiosidade, porém, é a falta de aparelhos de ar-condicionado nos corredores e nas salas de varas e cartórios. O equipamento só é encontrado com frequência nos gabinetes de juízes. Entre os fóruns visitados pela reportagem isso foi uma constante, assim como o calor fora dessas salas.
Santana, Pinheiros e Vila Prudente também estão entre os prédios com boa estrutura em relação aos demais.
Fonte: Estadão (27/02/2011) in DeficienteCiente
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