segunda-feira, 28 de março de 2016

Londrina (PR) terá a primeira igreja dedicada aos surdos no mundo


Gaudium Press - 2016/03/10


Londrina - Paraná (Quinta-feira, 10-03-2016, Gaudium Press) A congregação Pequena Missão para Surdos dos Padres Gualandianos de Londrina, no Paraná, vem ao longo desses tempos construindo uma igreja específica para este público. Esta, talvez, seja considerada uma das únicas experiências em todo o mundo.

Trabalhando diretamente com cerca de 200 alunos surdos em uma escola, o Seminário da Pequena Missão para Surdos está há 35 anos desenvolvendo diversas atividades junto à comunidade a fim de integrar todos aqueles que possuem este tipo de deficiência.

O diretor do Seminário, o Padre Heriberto Mossato, ao ser entrevistado por um veículo de comunicação de Londrina, explicou as dificuldades enfrentadas nos 35 anos de existência da Missão. Contudo, ressaltou o lado benéfico de trabalhar com os cristãos surdos.

Segundo o sacerdote, os surdos é que precisavam se adequar à Liturgia, uma vez que antes de chegarem os trabalhos aplicado pela congregação, não havia uma pastoral ou grupo que atuasse neste campo.

Até então, as celebrações para os surdos em Londrina acontecem em uma garagem que há no terreno da Pequena Missão. Agora, a construção da nova Igreja com condições específicas para este público deve proporcionar maior conforto e dignidade ao público surdo.

"Em Londrina, trabalhamos há 35 anos com a Pequena Missão Para Surdos. Durante todo este tempo, notamos e sentimos na pele a falta de um lugar adequado para uma Liturgia destinada a este público. Surgiu então, a ideia de construirmos uma igreja específica e que oferecesse condições especiais e favoráveis para a Liturgia das pessoas com deficiência auditiva. Até então, nas Igrejas onde há participantes ouvintes, quem fica atrás do ambão não é o surdo, mas sim outra pessoa. Na nova Igreja, os surdos serão os protagonistas e haverá sim, uma pessoa que ouça trabalhando na tradução dos textos para aqueles que não fazem parte destas condições", relatou o Padre Heriberto.

Ainda conforme o sacerdote, este "é um processo de experimentação. Como não havia nada parecido no qual pudéssemos nos basear, precisamos começar do zero e experimentar, juntamente com os surdos, sobre as possibilidades de materiais e recursos para este tipo de edificação".

"Chamamos um arquiteto que topou o desafio e, a partir de então, fomos buscar recursos técnicos que fossem condizentes com o que queríamos. A construção está em andamento e até agora, não precisamos parar com as obras, mas os recursos são escassos e estamos seguindo devagar com a construção. Mas muitas pessoas estão nos ajudando com as obras", contou.

Além disso, a intenção é que o local venha ser um exemplo para outras comunidades, e assim, se torne um santuário com espaço para meditação e troca de experiências. A padroeira da nova Igreja será Nossa Senhora do Silêncio.

"Queremos que este local sirva de exemplo, de base para as comunidades que queiram fazer algo semelhante. A intenção também é tornar o lugar um santuário destinado à peregrinação, à meditação e às trocas de experiências entre as pessoas dos mais diferentes lugares. Precisamos disso. Os surdos desejam isso também", classificou.

Ainda não há uma data prevista para a conclusão das obras. A intenção, no entanto, é que os serviços sejam concluídos o quanto antes", concluiu o presbítero. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações CNBB

quarta-feira, 23 de março de 2016

Você Sabe o que é GOLBOL?

https://youtu.be/yF0TRHBpsb0

“Prendam aquele miserável sem dedo”


Nada como o conflito, a raiva e os embates mais calorosos para tirar das sombras pensamentos que explicitam o quanto uma diferença física ou sensorial tem poder de incomodar parte das pessoas. Quando os argumentos falham ou não são suficientes para satisfazer a revolta a contento, são os incontestáveis “defeitos de fábrica” os alvos de insultos.
Que o ex-presidente Lula gere razões suficientes para deixar o povo igual a um marimbondão preto, como diria minha tia Filinha, é passível de ser entendido, mas explorar o fato de ele não ter um dedo na mão direita para desmoralizar seu caráter, para mim, é o mesmo que gritar que um cidadão negro é macaco, que um gay é promíscuo ou que a garota que usa shortinho é vagabunda.
Já escutei de tudo dessa história da falta do mindinho do ex-presidente. Certa vez, o relato foi que ele mesmo “mandou decepar” parte de si para poder aposentar-se por invalidez e viver à custa do erário. Nesta ideia está implícita a mentalidade de que pessoas com amputações são inválidas, incapazes de trabalhar, de defender o pão com auxílio de próteses, muletas ou até pedaços de pau simulando pernas ou braços.
As piadas em torno do defeito físico de Lula são antigas, mas retornam agora, em momentos de tensão política, repaginadas em memes de internet, em postagens nas redes sociais e em compartilhamentos de grupos de aplicativos. Devo ter recebido umas dez vezes uma imagem do líder petista, com a mão no rosto, um esboço de sorriso e a frase: “Prendam este miserável sem dedo”.
Até certo ponto, pode-se considerar natural ser visto socialmente por suas características, embora possa haver algum dorzinha íntima por esses retratos: o careca da padaria, o gordinho da malhação, a moça manca do balé, o taxista de olhos esbugalhados, o jornalista “mal-acabado”.
O problema é quando se avança de uma simples referência para localizar um indivíduo, de uma maneira piadista de ver o outro, para uma manifestação de ódio por aquilo que o diferencia da maioria das pessoas. Sejam quais forem as canalhices supostamente cometidas pelo vacilante novo ministro da Casa Civil, explorar de maneira pejorativa sua deficiência –em algum nível a condição é um fato –é praticar preconceito, travestido de pilhéria inocente.
Ter nove dedos não influencia de maneira determinante a personalidade de ninguém, assim como usar uma cadeira de rodas, ser surdo ou babar pelo canto da boca. Ser bandido, ser carola, ser justiceiro ou ser probo são aspectos do “serumano” construídos com elementos de vida diversos e que independem de condições corporais ou dos sentidos.
Uma vez que se tolera o xingamento e o ódio a Lula aliados a um mindinho ausente, de alguma maneira, respinga-se a agressividade a todos os cidadãos explicitamente honestos, trabalhadores e batalhadores que perderam partes do esqueleto para acidentes, doenças ou fatalidades.
Como todo brasileiro, torço para que seja trilhado o caminho da Justiça e para que o país seja palco futuro de dias verdes, amarelos e vermelhos de confetes jogados sobre glórias e conquistas, não de embates enfadonhos e agressivos. Mas, até lá, que sejam pelo menos guardadas as foices e bicos afiados que dilaceram honras e hombridades.






terça-feira, 15 de março de 2016

Bicampeão paraolímpico luta contra doença para defender título no Rio

DE SÃO PAULO
14/03/2016  02h00

Dirceu Pinto, bicampeão paraolímpico na bocha. Foto: Marcus Leoni - 07.mar.2016/FolhapressBicampeão paraolímpico na bocha em duas modalidades, individual e em duplas, e um dos principais nomes do paradesporto brasileiro, Dirceu Pinto, 35, não titubeia em dizer que vai "conquistar na raça" mais um ouro, no Rio, daqui a seis meses.

O desafio do paraatleta, porém, passa pelo enfrentamento de sua própria situação física. Vítima de uma doença degenerativa e progressiva, ele perdeu parte da força de seus arremessos nos últimos meses, caiu no ranking mundial e teve de diminuir o ritmo de dedicação.

Aliado a isso, Dirceu vai competir com jogadores asiáticos mais ágeis e que progrediram no esporte, abocanhando títulos e posições entre os melhores do planeta.

Mas as questões lógicas parecem não abalar Dirceu, atual sétimo melhor do mundo na bocha, que tem quatro classes e é jogada por pessoas com deficiências severas ou com paralisia cerebral.

"Fiquei quatro noites sem dormir durante a Paraolímpíada de Londres [2012] de tanta tensão. Mas entrava na quadra, me transformava e ganhava. Tenho tido muitas derrotas de lá para cá. O foco saiu de mim e é um momento diferente. Mas vou fazer de tudo para ser tricampeão, não para mim, mas pelas pessoas com deficiência", diz.

Atualmente, além de esportista, Dirceu é coordenador paradesportivo da Prefeitura de Mogi das Cruzes (cidade da Grande São Paulo), onde comanda um programa de inclusão.

"Precisamos dar um amparo maior para quem tem deficiência grave no Brasil. São pessoas que passam por muitas dificuldades e privações. O esporte ajuda na melhoria da vida delas e no entendimento de suas condições. Minha sede por mais um ouro é para abrir ainda mais portas para ajudar essas pessoas."

FÉ E VIBRAÇÃO

Mas para buscar um resultado de campeão, o paraatleta não está apostando apenas em fichas subjetivas, como em sua "fé" ("se puder, por favor, escreva que Deus me ajuda muito"), no temor dos adversários a seus títulos e no poder de vibração da torcida brasileira, em casa.

Com um staff de cinco pessoas –de personal trainer a uma psicóloga–, Dirceu está mudando os hábitos alimentares, criou uma rotina de fisioterapias e está intensificando os treinamentos na reta final para os jogos.

"A distrofia desgasta a musculatura, mas estou bem e treinando. Quem olha de fora acha que estou debilitado, mas na quadra mostro que ainda posso dar bons resultados. Já descuidei muito da minha saúde no passado, mas agora tenho um grupo multidisciplinar me ajudando. Tenho muita experiência. Aposentadoria só em 2020."

Na Paraolimpíada de Pequim, em 2008, Dirceu era o 25º melhor jogador do mundo e ficou com o título.

"É bom que achem que não posso mais ganhar. Isso tira um pouco da pressão sobre mim. Mas o ouro virá."

Raio-x

Dirceu José Pinto
Nascimento 18.set.1980 (35 anos), em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

Títulos
Bicampeão paraolímpico de bocha na classe BC4

Doença
Distrofia muscular de cintura (degenerativa e progressiva)

segunda-feira, 14 de março de 2016

II ConAutismo - Congresso Nacional e On-line Sobre Autismo


O Segundo Congresso Nacional Online de Autismo, é um evento que acontecerá de 14 a 20 março de 2016. Serão palestras com Médicos, Pesquisadores, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Pedagogos, Terapeuta Ocupacional, Pais e Familiares, Organizações e Associações.

O Congresso será Totalmente Online e GRATUITO durante toda a semana de exibição, onde serão disponibilizadas várias palestras em horários pré determinados, abordando vários assuntos de grande relevância para todos os Interessados com Grandes Especialistas e Pesquisadores.

Para ter acesso a Área do Congresso você deve fazer a sua inscrição colocando seu e-mail no campo ACIMA, assim que você se inscrever na página do Congresso, receberá um link de confirmação no seu e-mail colocado na Inscrição, fazemos isto para ter certeza da autenticidade do e-mail, assim que fizer a confirmação no link ENVIADO no seu e-mail seu acesso será ativado no Congresso.

É muito importante ver seu e-mail regularmente, pois mandaremos várias informações acerca do evento. Veja também na paste de SPAM pois alguns servidores enviam estes e-mails para lá.

Nos dias do Congresso iremos enviar um e-mail com o link de acesso a área de palestras do dia (olhe também o spam). Nossas salas virtuais comportam no máximo 1.900 pessoas em cada palestra, assim teremos várias salas, que estarão expondo a mesma palestra em cada horário.

Por este motivo é importante organizar-se e acessar o link na hora marcada, ou com certa antecedência. Além de mandarmos o link no seu e-mail disponibilizaremos o Link na Comunidade no Facebook bem como no nosso site.

A programação de palestras estará disponível brevemente.

Inscreva-se aqui!



quarta-feira, 9 de março de 2016

Câmara aprova projeto que libera uso e fabricação da 'pílula do câncer'

Desenvolvida pela USP, a fosfoetanolamina sintética ainda está em teste.
Proposta agora segue para o Senado antes de ir à sanção presidencial.

Do G1, em Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8) projeto que permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. O texto segue agora para análise do Senado antes de ir à sanção presidencial.

Desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) para o tratamento de tumor maligno, a substância é alardeada como cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.

A "pílula do câncer" foi distribuída durante anos pela USP de São Carlos. Desde novembro, a distribuição está suspensa por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente, a substância é estudada pelo Instituto do Câncer de São Paulo, que iniciará testes em seres humanos.

Pelo projeto de lei aprovado pela Câmara, pacientes com tumor maligno poderão usar a “pílula do câncer”, desde que exista laudo médico que comprove a doença. O paciente ou seu representante legal terá ainda que assinar um termo de consentimento ou responsabilidade.

A proposta vai além e também permite a fabricação da fosfoetanolamina sintética mesmo sem registro sanitário.

“Ficam permitidas a produção e manufatura, importação, distribuição e prescrição, dispensação, posse ou uso da fosfoetanolamina sintética, direcionadas aos usos de que trata esta lei, independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca dessa substância”, diz o texto.

O projeto ressalva, porém, que a produção da “pílula do câncer” só pode ser feita por “agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente”.

"A burocracia estatal demoraria demais para autorizar o medicamento, e o câncer não espera. O que estamos fazendo aqui é liberando, dando a possibilidade, o direito de tomar a pílula e a possibilidade para aqueles que querem fabricar a pílula", disse o relator da proposta, deputado Marcelo Aro (PHS-MG).

Embora defenda a liberação da substância, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) ponderou que ela não tem eficácia garantida e destacou que, se os testes apontarem que a pílula pode oferecer riscos, a autorização para o uso terá que ser derrubada.

"Sabemos que há relatos de melhorias ou bem-estar. Há relatos também de gente que usou e não melhorou. Temos que ser francos para não oferecer uma esperança que pode não se confirmar amanhã", disse o deputado do PT.

Como surgiu a pílula

A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da USP em São Carlos, pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado. Apesar de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.

Em junho do ano passado, a USP interrompeu a distribuição e os pacientes começaram a recorrer da decisão na Justiça. Em outubro deste ano, a briga foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a produção e distribuição do produto.

Mas, desde novembro, por causa de uma nova decisão judicial, a distribuição da substância está proibida. A polícia chegou a fechar um laboratório em Conchal (SP), que estava produzindo ilegalmente a substância.

Um levantamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) diz que 5 mil pessoas no estado estão sem receber a fosfoetanolamina sintética. Segundo o pesquisador que desenvolveu a droga, a substância ajuda a célula cancerosa a ficar mais visível ao sistema imunológico. Com isso, o organismo combate com mais facilidade essas células.

A Anvisa diz que é preciso comprovar a eficácia e a segurança do produto, e que os prazos dos estudos devem ser respeitados. Agora, o Instituto do Câncer de São Paulo vai começar os testes em pacientes. A produção da substância será feita pela Fundação para o Remédio Popular (Furp). O investimento total para os testes deve ser de aproximadamente R$ 2 milhões.

No inicio, 10 pessoas vão receber a substância. Se nenhum paciente tiver efeitos colaterais graves, o estudo continua. Serão separados 10 grupos de cada tipo de câncer, com 21 pacientes cada. Se pelo menos dois pacientes responderem bem, a pesquisa será ampliada. Progressivamente, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir o máximo de 1 mil pessoas.

A estratégia, segundo a equipe, permitirá melhor compreensão da droga. O oncologista e diretor-geral do Icesp, Paulo Hoff, disse que a prioridade é a segurança dos pacientes. Por isso, nesse primeiro momento, a pesquisa vai avaliar se a droga é segura e se há evidência contra o câncer.

Fonte: G1

segunda-feira, 7 de março de 2016

Maior site de empregos do país abre vagas e cadastro gratuitos para “malacabados”



Meu povo, a crise tá mais “braba” do que cachorro de japonês, mas uma notícia pode levar alento às pessoas com deficiência que estejam desempregadas, que estão atrás de emprego ou querem analisar possibilidades de movimentar o corpão atrás de dinheiro e de maior interação social.
A empresa Catho, a maior em oferta de vagas pela internet do Brasil, resolveu dar gratuidade para o povão quebrado das partes navegue livremente em busca de uma colocação profissional entre suas milhares de oportunidades em todo o país.
Além disso, será possível cadastrar o currículo, também gratuitamente, para que potenciais recrutadores busquem o seu perfil e tentem enquadrá-lo em algum posto aberto e com suas características… uuuuuia!
Com a ação, que não me pareceu assistencialista, mas, sim, estratégica, o site pretende não só auxiliar pessoas com deficiência a encontrarem um “job” como também ser uma ferramenta para empresas pararem de xororô e encontram profissionais aptos e “bacanudos” para se enquadrarem na Lei de Cotas.
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Para ter direito à gratuitidade, o interessado terá de baixar um documento diretamente do site da Catho, clicando neste link ou no bozo bozo , e preencher o que for pedido. Evidentemente que o interessado terá de comprovar sua condição “malacabada” seja física ou sensorialmente e terá de dispor de um currículo atualizado.
Um ponto que achei também interessante é que as pessoas com deficiência terão liberdade para surfar e se candidatar a qualquer tipo de vaga, não apenas àquelas, muitas vezes “trecheiras”, que algumas firmas dedicam às diferenças simplesmente para ficar ok com a lei e não para promover inclusão e avanço social.
Atualmente, há 290 mil vagas abertas no site, que consegue intermediar 10 mil contratações por mês. Bora trabalhar, zente?!

quinta-feira, 3 de março de 2016

“Cadeirantinhos” sem transporte escolar é condenação futura ao assistencialismo




Caro seu prefeito Haddad,

Aqui quem escreve é o seu Jairim, um “malacabado” das partes, já meio capenga também devido à idade e à qualidade imprestável das calçadas de São Paulo que sacolejam meu corpo à exaustão e também minha cachola já não muito certa.

Mas não me dirijo ao sr. para resmungar da infraestrutura urbana, novela que já assistimos até no “Vale a pena ver de novo”, mas, sim, para lembrá-lo do estrago permanente que causou e está causando na vida de centenas de crianças com deficiência da rede municipal de ensino com o não fornecimento do serviço de transporte acessível que as levem para a escola.

Não importam aos “malacabadinhos” e às suas famílias, seu prefeito, se o problema com as Kombis está na intransigência dos prestadores de serviço que querem mais “dilmas” para continuarem cumprindo a missão de levá-los às casas do saber.

Eles já possuem preocupações demais, seu prefeito. São madrugadores porque precisam de mais tempo para tomar um banho, se arrumar e, em alguns casos, colocar seus aparelhos ortopédicos, fazer suas sessões de fisioterapia ou simplesmente se acomodarem de maneira confortável na cadeira de rodas.

Deixar de ir para a escola para uma pessoa com deficiência é condená-la a viver sob aos atrasos assistencialistas e tirar delas uma das poucas maneiras de conseguir, no futuro, alguma dignidade social, que é o alcance do conhecimento.

Não fosse São Paulo uma cidade tão hostil com as diferenças no transporte público, na qualidade de seus passeios e por suas complexas distancias entre as moradias e os serviços, seu prefeito, pode apostar que mães e pais dessa molecada que se desloca sobre rodas estariam “camelando” sem medir a quantidade de suor deixado pela estrada para que os filhos chegassem até a sala de aula.

Teria sido genial se toda a frota de carros oficiais que servem aos secretários e até mesmo ao senhor fosse colocada à disposição para conduzir parte dessa galera quebrada para a escola. Talvez não coubesse todo o mundo, mas menos gente ficaria mais próxima da indigência provocada pela ignorância.

Também teria bacana se houvesse um anúncio de que os dias de aula perdidos pelos “cadeirantinhos” à revelia de suas vontades fossem compensados com atividades de cidadania para toda a turma, com apresentações sobre o valor das diferenças, com espetáculos que demostrassem o potencial de pessoas fora da curva da dita “normalidade”.

Até agora, porém, o que foi divulgado foi que, EM QUINZE DIAS, tudo vai estar resolvido e bola para a frente. Vergonhoso é adjetivo pequeno para isso. Eu prefiro usar desumano.

Tenho certeza que como o sr. foi ministro da Educação, o que gaba-se sempre em dizer, vai sentir como eu a mesma dor coronária ao pensar nos reflexos desta negligência do poder público.

Um abraço e saudações inclusivas.


quarta-feira, 2 de março de 2016

Primeiro parque para crianças deficientes de São Paulo é inaugurado


O primeiro parquinho infantil acessível da cidade de São Paulo, que foi inaugurado no dia 25 de janeiro em uma unidade da AACD.Em abril de 2012, o executivo Rudi Fischer largou uma bem-sucedida carreira no Banco Itaú para trabalhar em casa e ficar mais próximo da primeira filha, Anna Laura, então com três anos de idade. Um mês depois, no entanto, a menina morreu tragicamente em um acidente de carro.

A dor da perda seria parcialmente aplacada naquele mesmo ano, durante uma viagem a Israel, quando Fischer fez uma espécie de imersão nos preceitos do judaísmo. “Aprendi que deveria realizar algo positivo em nome dela para ajudar a elevar sua alma”, lembra. Faltava o formato para implementar o plano, que foi encontrado em Jaffa, a 50 quilômetros de Jerusalém, quando ele conheceu um escorregador adaptado para crianças com deficiência (possuía uma rampa em vez de escada).

Nasceu ali a ideia de construir o primeiro parquinho infantil acessível da cidade de São Paulo, que foi inaugurado no dia 25 de janeiro em uma unidade da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), no Parque da Mooca, na Zona Leste.

Batizada de Anna Laura Parques para Todos, a iniciativa conta com a colaboração da própria AACD, que disponibilizou terapeutas para ajudar a projetar os brinquedos, ao lado de engenheiros e arquitetos voluntários. Ao todo são quinze peças no local, como balanços para crianças com dificuldades motoras e equipamentos com recursos para o uso por cadeirantes.

O investimento total foi de 120 mil reais, bancados integralmente por Fischer, hoje aposentado do mercado financeiro. A ação será levada adiante com a inauguração de mais espaços semelhantes, o próximo no Parque do Cordeiro, em Santo Amaro, ainda neste ano. Outros devem ser implantados em cidades como Recife e Porto Alegre. “É emocionante poder ajudar o próximo por meio de uma homenagem à minha filha”, diz. Ele ainda pretende lançar um livro com a história da menina nos próximos meses e fundar uma ONG de auxílio a pais em luto.