terça-feira, 24 de julho de 2018

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quinta-feira, 19 de julho de 2018

Estudante de medicina que assistia a aula em maca faz reabilitação em SP


Aluno do Piauí ficou paraplégico após ser baleado há quatro anos

Por Jairo Marques
18.jul.2018 às 12h59
SÃO PAULO

O estudante de medicina da UFPI (Universidade Federal do Piauí) Leandro Silva de Sousa, 21, que assistia às aulas do curso de bruços, deitado em uma maca, recuperou-se da lesão que o impedia de sentar na cadeira de rodas e está, a convite do governo de São Paulo, fazendo reabilitação na Rede Lucy Montoro, no Morumbi, zona oeste. Era um sonho dele desde que ficou paraplégico ao levar cinco tiros tentando apartar uma briga, há quatro anos.

Leandro foi submetido a uma cirurgia plástica, há três meses, logo depois de a Folha ter revelado sua história, o que conseguiu tapar uma úlcera de pressão –ferida que pode comprometer profundamente a parte afetada se não for bem tratada– ​​na região das nádegas.

Agora, o estudante consegue se sentar, mas ainda prefere acompanhar as disciplinas teóricas do curso —ele acabou de passar para o terceiro semestre— em uma maca portátil, enfrentando diversos desafios de acessibilidade. Ele chegou a entrar em laboratórios e usar o microscópio, com uma adaptação improvisada, deitado na maca.

“Agora fico a maior parte do tempo na cadeira de rodas, mas ainda é um desafio ir de um lugar para outro no campus porque não existem condições de acessibilidade. Perto das salas de aula da medicina, por exemplo, não consigo entrar em nenhum dos banheiros”, afirma.

Após ter sido baleado e sofrer uma lesão medular, o jovem não teve orientação básica para encaminhar a vida em uma nova condição física. Ele tem dificuldades de tocar a cadeira de rodas e ter desenvoltura com ela, assim como não sabia toda técnica de lidar com suas funções fisiológicas, que foram alteradas, por essa razão, ele queria vir a São Paulo.

Desde o início de julho, Leandro está passando por uma reabilitação intensiva na Rede Lucy, ligada à Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Ele ficará quatro semanas em tratamentos, treinamentos e preparos para ter condições de levar uma vida mais autônoma. No final do ano, ele retorna para uma reavaliação.

“Nosso objetivo é preparar o Leandro para que ele consiga estar bem capacitado para lidar com desafios que são próprios do estudante de medicina e do médico. Vamos dar ele suporte emocional, técnico e instrumentos para que ele vá criando seus próprios caminhos de adaptação na profissão”, diz o fisiatra Daniel Rubio, que acompanha o estudante.

O médico afirma que em disciplinas que se passam em centros cirúrgicos, por exemplo, será necessário pensar em como fazer o processo de assepsia da cadeira de rodas. Para ficar na altura do paciente na mesa de cirurgia, Leandro já tem uma solução.

Com apoio de uma campanha coletiva, que arrecadou R$ 24 mil, ele vai comprar uma cadeira especial, que deixa o usuário em pé e se locomove eletronicamente. Parte do dinheiro ele usou para pagar as passagens aéreas para São Paulo.

O jovem mora com a mãe em uma quitinete, próxima ao campus onde estuda. O pai é caminhoneiro, sustenta a família com cerca de R$ 1.400 por mês. Até dois meses atrás, ele tinha despesas com uma ambulância que o levava de maca à universidade, o que não é mais necessário. A UFPI dá uma bolsa de assistência a ele.

“O Leandro é muito aplicado, focado nas orientações que passamos e está se desenvolvendo muito rápido. Nossa expectativa é que ele tenha uma vida normal, como usuário de cadeira de rodas. Ele ainda tem medo de ficar muito tempo sentado, com receio de uma reincidência da úlcera, mas ele está muito bem”, afirma o médico.

Leandro ainda tem uma bala alojada entre as vértebras, mas o doutor Daniel Rubio avalia que não será necessário retirá-la, embora o estudante ainda tenha de passar por outras avaliações. O entendimento é diferente do que foi passado ao estudante anteriormente, no Piauí.

“A bala não me parece representar nenhum risco e, pelo tempo que já se passou, ela criou uma espécie de invólucro, não se movimenta, não prejudica outros órgãos e não irá afetar em nada a vida dele”.

O estudante, que é apaixonado por esportes, pretende entrar em um time de basquete em cadeira de rodas. “Estou feliz. Muita coisa boa aconteceu após a reportagem sair, por exemplo, vir para São Paulo e receber esse tipo de assistência que estou tendo. Quero ser médico para fazer o bem a outras pessoas”, declara Leandro.

Como parte do programa de reabilitação, que é totalmente gratuito, o estudante sairá de São Paulo com uma cadeira de rodas manual, feita de acordo com suas medidas e necessidades, com acolchoamento especial para evitar formação de feridas.

Em nota, a UFPI informou “está em construção a primeira ciclovia” do campus de Teresina, que terá 1,1 km e “inclui a construção de mais rampas de acesso, faixa de circulação para deficientes físicos e pedestres, a instalação de piso tátil para auxiliar o deslocamento de cegos e pessoas com deficiência visual”.

Segundo a universidade, o projeto de acessibilidade é orçado em R$ 1,4 milhão e é realizado com recursos próprios. A instituição não se manifestou sobre a falta de banheiros inclusivos.​

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Campanha de Vacinação contra o Sarampo


Fonte: Ministério da Saúde

Crianças com deficiência em campo na Copa é grande avanço inclusivo




Menina russa cadeirante entra em campo junto com seleção de seu país Foto: Fifa/Divulgação
Se por um lado a Copa da Rússia deu demonstrações de intolerância em relação à liberdade de gênero, o que é um retrocesso para a diversidade em todo o mundo, por outro lado, ver crianças com deficiência entrar no gramado ao lado de craques do futebol é impacto inclusivo dos maiores.

A primeira criança com deficiência a entrar em campo com uma seleção durante um Mundial foi a menina russa Polina Kharedínova, que pode ficar à frente ao elenco de seus pais, que goleou a Arábia Saudita por 5 a 0.

Uma imagem como essa, que circula o planeta todo, ajuda em vários aspectos: amplia a visibilidade da pessoa com deficiência, desperta para a necessidade de incluir esses pequenos em práticas desportivas, cobra acessibilidade em estádios (e no gramado), amplia a autoestima de crianças vulneráveis ao bullying, ao isolamento.

Também vi uma criança Down acompanhar um elenco (não encontrei imagens, infelizmente) e uma outra criança cadeirantinha entrar no campo no jogo entre Argentina 0 x 3 Croácia. Essa eu não consegui apurar a nacionalidade, nem o nome.

Menino cadeirante entra em campo acompanhando o time da Croácia, que fez 3 a 0 na Argentina Foto: Reprodução de TV
A presença do treinador do Uruguai, Óscar Tabaréz, um dos mais longevos à frente de uma seleção, na lateral do campo, é igualmente interessante para despertar discussões, valores e reflexões a respeito de inclusão, diversidade e acessos.




O técnico do Uruguai, Oscar Tabarez, que usa uma muleta durante suas orientações ao time Foto:</p><p>AP/Darko VojinovicTabaréz tem uma doença neuromotora
e usa uma bengala para se deslocar, atualmente, já com bastante dificuldade. A atitude de “não largar o osso” do treinador provoca o pensamento de que quem deve saber até onde vai somos nós mesmos e nossas competências, não os olhares ou os julgamentos dos outros.



Particularmente, penso que mais crianças com deficiência e mais demostrações de apoio a um mundo diverso poderiam ter aparecido nesta Copa, deixando um marco definitivo, mas não deixa de ser um começo interessante, um grande avanço.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Teclado do Google ganha digitação por Código Morse; veja como usar


REDAÇÃO OLHAR DIGITAL 
11/07/2018 18H03

O Gboard ganhou o suporte a digitação por Código Morse no iPhone e no Android. A novidade foi desenvolvida pelo Google em parceria com a especialista em tecnologia assistiva Tania Finlayson para tornar a digitação em smartphone mais acessível para as pessoas com deficiência. O recurso está disponível apenas no idioma inglês, mas possui sugestões de palavras em português.

Criado por Samuel Morse em 1825, o Código Morse é um sistema que usa sinais codificados para representar letras, algarismos e pontuação. Tudo é transmitido através de sequências de pontos curtos, longos e espaços. A introdução dessa linguagem no GBoard foi feita em parceria com Tania Finlayson, que nasceu com paralisia cerebral e usa o código para se comunicar desde os anos 80. A especialista é co-desenvolvedora do TandemMaster, um dispositivo criado com a ajuda do seu irmão para interagir com o mundo.

Para usar o Código Morse no GBoard, é preciso ter o idioma Inglês dos Estados Unidos instalado no celular. No entanto, foi possível usar o teclado com sugestões em Português do Brasil em testes feitos pelo Olhar Digital. Para ajudar as pessoas a aprenderem a aprenderem a linguagem, o Google criou este jogo para celulares e computador.

Veja matéria completa no OLHAR DIGITAL

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Funcionários Públicos que trabalham ao sol poderão ter ajuda na prevenção ao câncer de pele.

Confira o Tweet de @camarasaopaulo: https://twitter.com/camarasaopaulo/status/1014542117086158848?s=09

Crianças com deficiência em campo na Copa é grande avanço inclusivo







Menina russa cadeirante entra em campo junto com seleção de seu país. Foto: FIFA / DivulgaçãoSe por um lado a Copa da Rússia deu demonstrações de intolerância em relação à liberdade de gênero, o que é um retrocesso para a diversidade em todo o mundo, por outro lado, ver crianças com deficiência entrar no gramado ao lado de craques do futebol é impacto inclusivo dos maiores.

A primeira criança com deficiência a entrar em campo com uma seleção durante um Mundial foi a menina russa Polina Kharedínova, que pode ficar à frente ao elenco de seus pais, que goleou a Arábia Saudita por 5 a 0.

Uma imagem como essa, que circula o planeta todo, ajuda em vários aspectos: amplia a visibilidade da pessoa com deficiência, desperta para a necessidade de incluir esses pequenos em práticas desportivas, cobra acessibilidade em estádios (e no gramado), amplia a autoestima de crianças vulneráveis ao bullying, ao isolamento.

Também vi uma criança Down acompanhar um elenco (não encontrei imagens, infelizmente) e uma outra criança cadeirantinha entrar no campo no jogo entre Argentina 0 x 3 Croácia. Essa eu não consegui apurar a nacionalidade, nem o nome.

Menino cadeirante entra em campo acompanhando o time da Croácia, que fez 3 a 0 na Argentina Foto: Reprodução de TVA presença do treinador do Uruguai, Óscar Tabaréz, um dos mais longevos à frente de uma seleção, na lateral do campo, é igualmente interessante para despertar discussões, valores e reflexões a respeito de inclusão, diversidade e acessos.




O técnico do Uruguai, Oscar Tabarez, que usa uma muleta durante suas orientações ao time Foto: AP/Darko Vojinovic
Tabaréz tem uma doença neuromotora e usa uma bengala para se deslocar, atualmente, já com bastante dificuldade. A atitude de “não largar o osso” do treinador provoca o pensamento de que quem deve saber até onde vai somos nós mesmos e nossas competências, não os olhares ou os julgamentos dos outros.




Particularmente, penso que mais crianças com deficiência e mais demostrações de apoio a um mundo diverso poderiam ter aparecido nesta Copa, deixando um marco definitivo, mas não deixa de ser um começo interessante, um grande avanço.

"Bonito", Capão!

A prefeitura de Capão Bonito,
para novos recursos receber,
fez obras de "acessibilidade".
Na verdade, foi só para inglês ver.

As rampas que a reportagem mostrou
levam do nada até lugar nenhum.
Infelizmente, no nosso país,
isso é, a cada dia, mais comum.

A verba do Governo Federal,
segundo o governo municipal,
só chegaria nessa condição.

Pensando só na grana, a Prefeitura
ri da população, na cara dura,
depois dessa tremenda enganação.

(José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira - A Vida Me Inspira)


terça-feira, 3 de julho de 2018

Poliomielite: doença pode voltar a fazer vítimas no Brasil

Cobertura vacinal baixa colocou Ministério da Saúde e entidades médicas em alerta, nova campanha de vacinação está marcada para agosto

Gabriela Lisbôa, do R7


Geny recuperou os movimentos dos braços, mas os pés nunca voltaram ao normal</p><p>Arquivo PessoalA funcionária pública Geny Barros 42, se orgulha ao repetir os relatos da mãe: aos seis meses, já era um bebê muito ativo, começando a engatinhar. A família vivia no interior do Mato Grosso do Sul, longe de um hospital ou de qualquer tipo de clínica médica.

Quando a criança teve febre muito alta, quem deu o diagnóstico foi o farmacêutico que vivia na região: meningite. Inconformado, o pai levou Geny para um hospital de Goiás e só lá os médicos puderam explicar por que a menina estava paralisada, só conseguia mexer o pescoço, ela tinha sido infectada pelo vírus da poliomielite.

“Eram os anos 1970, naquela época as pessoas não conheciam a doença”, conta Geny.

De volta para a casa, a família ajudou o bebê a fazer os exercícios ensinados pelos médicos, em poucos meses ela voltou a mexer os braços, mas os pés permaneceram virados para dentro. Segundo Geny, porque “a doença afetou a minha coluna, que ficou com o formato da letra S, meus pés nunca voltaram ao normal, nunca consegui caminhar”.

Leia mais: SP tem 44 cidades em alerta para poliomielite

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a poliomielite é uma doença contagiosa, causada por um vírus que vive no intestino, chamado de pólio. Ela pode ser transmitida pelo contato com fezes infectadas ou por secreções expelidas pela pessoa doente os tossir ou espirrar.

O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo, pode ser na boca, garganta ou no intestino. Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso.

Na maioria das pessoas, o vírus causa apenas sintomas leves como febre e dor de garganta.

Casos como o de Geny, onde a doença desenvolve paralisia e causa sequelas permanentes representam cerca de 1%, mas já foram muito comuns no Brasil, principalmente no início do século XX, quando ainda não existia vacina, descoberta em 1953, os primeiros testes só foram feitos em 1955.

Geny aos 7 meses se recuperando da doença</p><p>Arquivo PessoalDoença pode voltar

A poliomielite está erradicada em toda a região das Américas há mais de 25 anos. No Brasil, o último caso foi registrado em 1990.

No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a anunciar um possível caso em uma comunidade indígena da Venezuela, mas, dias depois, testes laboratoriais descartaram a possibilidade.

Mesmo assim, existe o risco de a doença voltar a fazer vítimas no Brasil. Na última quinta-feira (28), o Ministério da Saúde divulgou uma lista com 312 cidades onde a cobertura vacinal foi menor de 50% em 2017.

De acordo com o pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, os baixos índices de vacinação representam “um risco enorme”.

“A vacinação é a única forma de manter a doença erradicada, ter cobertura inferior a 80% já é um risco enorme”, destaca o pediatra.

Kfouri explica que dificilmente a doença volte a fazer vítimas com o vírus selvagem, que está praticamente erradicado no mundo, com casos registrados apenas no Afeganistão, Paquistão e Nigéria, mas crianças não vacinadas podem ser infectadas pelo vírus vacinal.

Isto é possível porque existem dois tipos de vacina contra a pólio, a de vírus morto, injetável, e a de vírus vivo inativado — as famosas gotinhas.

Em crianças com menos de 1 ano que recebem a vacina com vírus vivo, “pode acontecer deste vírus sofrer uma mutação no organismo e se fortalecer, ou seja, recuperar a capacidade de infecção”, explica Kfouri.

Neste caso, a criança vacinada não vai ter a doença, mas as que não foram e convivem com ela, provavelmente vão.

Falta conscientização

Um dos principais motivos para a cobertura vacinal ter caído tanto nos últimos anos, segundo Renato Kfouri, é a falta de conscientização dos pais.

“Como não são registrados casos há muito tempo, existe uma perda da percepção de risco, as pessoas não lembram como a poliomielite pode ser agressiva. Uma companha de vacinação tem sucesso quando a doença está fazendo vítimas, quando isso não acontece, as pessoas perdem a noção do que a doença representa e acabam negligenciando o risco”.

De acordo com o médico, essa falta de percepção também afeta os profissionais de saúde, que acabam “não cobrando os responsáveis pelas crianças como deveriam”.

Para Geny, que enfrenta as consequências da doença todos os dias, é difícil entender por que os pais não vacinam os filhos.
“Na minha época não tinha vacina, mas hoje tem, é só levar no posto de saúde, é só uma gotinha, e é de graça”.

Nova campanha de vacinação

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), o esquema de vacinação contra a poliomielite deve ser iniciado a partir dos dois meses de vida, com mais duas doses aos quatro e seis meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos cinco anos de idade.

A média de cobertura vacinal no país está abaixo de 95% - que seria o ideal. Para levantar este índice, uma nova campanha de vacinação foi marcada pelo Ministério da Saúde e deve acontecer em todo o Brasil entre os dias 6 e 24 de agosto.

Fonte: R7