sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Cidades para Todos: acessibilidade arquitetônica e atitudinal no Dia Mundial das Cidades

O Dia Mundial das Cidades (31 de outubro) encerra o Urban October, mobilização da ONU-Habitat para refletirmos sobre os desafios e as oportunidades da vida urbana. A data, celebrada desde 2014, destaca que cidades inclusivas são um direito de todos.

Por que falar de acessibilidade hoje?

Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo têm algum tipo de deficiência. No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) assegura a remoção de barreiras e a igualdade de oportunidades — abrangendo tanto o ambiente físico quanto as atitudes das pessoas e das instituições.

Acessibilidade arquitetônica: quando a cidade acolhe no concreto

A acessibilidade arquitetônica garante autonomia, segurança e independência em edifícios e espaços públicos. No Brasil, os parâmetros de projeto e adaptação estão consolidados na ABNT NBR 9050:2020 e dialogam com o Desenho Universal.

Elementos essenciais que fazem diferença no dia a dia:

  • Calçadas contínuas e niveladas, com faixa livre de circulação e piso tátil direcional/alerta bem instalado e contrastante.

  • Rebaixamento de guias (rampas) corretamente dimensionado, sem degraus no encontro com a rua.

  • Travessias acessíveis: tempos de semáforo adequados, botoeiras em altura acessível, sinalização sonora e visual.

  • Transporte acessível: ônibus com elevador ou piso baixo, assentos reservados e informação visual e sonora nas paradas.

  • Rotas acessíveis internas em prédios: rampas, elevadores, corrimãos duplos, portas e circulações com largura adequada, banheiro acessível sinalizado.

  • Sinalização e comunicação com alto contraste, pictogramas compreensíveis e wayfinding intuitivo.

Dica para gestores e arquitetos: em obras novas e reformas, exija memorial de acessibilidade, ART/RRT e verifique a rota porta a porta (calçada → acesso → circulação interna → sanitário → serviço), com auditorias envolvendo usuários reais.

Acessibilidade atitudinal: quando a cidade acolhe nas relações

A LBI define barreiras atitudinais como atitudes e comportamentos que limitam a participação em igualdade de condições. Mesmo com rampa pronta, preconceito, desinformação ou “boa vontade sem preparo” ainda podem excluir.

Boas práticas para governos, serviços e comércio:

  • Atendimento respeitoso e informado: pergunte como ajudar, não presuma. Fale com a pessoa, não com o acompanhante.

  • Comunicação acessível: linguagem clara; materiais em leitura fácil; Libras e legendas quando possível; avisos em áudio e texto; site acessível.

  • Direito ao cão-guia e às tecnologias assistivas sempre respeitado.

  • Filas e assentos preferenciais sem desconfiança ou constrangimento.

  • Treinamento periódico das equipes para evitar microagressões, infantilização e “capacitismo cordial”.

Checklist rápido (para salvar e compartilhar)

Para quem gere espaços: rota acessível contínua desde a calçada; banheiro acessível; informação em múltiplos formatos; equipe treinada; canal de ouvidoria acessível.
Para cidadãos e ativistas: documente barreiras; planeje eventos com Libras/legendagem e rota acessível; revise práticas a partir do feedback dos usuários.

Conclusão

Cidades verdadeiramente inteligentes são as que removem barreiras e ampliam liberdades — no concreto das calçadas e no invisível das atitudes. No Dia Mundial das Cidades, renovamos o compromisso: ninguém fica de fora.


Fontes

  • UN-Habitat — World Cities Day e Urban October.

  • Tema 2025: People-Centred Smart Cities e observância global em Bogotá.

  • Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) — conceitos de barreiras e acessibilidade.

  • ABNT NBR 9050:2020 — critérios de acessibilidade em edificações e espaços urbanos.

  • Decreto 5.296/2004 — definição de Desenho Universal no Brasil.


Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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