Agora pense comigo: será que esse amigo se sentiria à vontade em um espaço que, de antemão, parece “feito só” para quem tem limitações? E mais: será que você mesmo faria esse convite com tranquilidade?
Não é difícil perceber como a intenção de acolher pode, às vezes, acabar criando barreiras. Quando um restaurante, cafeteria ou doceria decide se especializar apenas em um público específico, corre o risco de transformar a inclusão em segregação. Afinal, encontros sociais reúnem pessoas diferentes — algumas com restrições, outras não.
O ideal seria que os estabelecimentos pensassem de forma ampla: oferecer opções seguras e gostosas para quem precisa de cuidados especiais, mas sem excluir os demais. Porque toda radicalização pode afastar, mesmo quando nasce da melhor intenção.
O mercado já tem bons exemplos: casas que acolhem todos os clientes, criando cardápios variados e garantindo que ninguém se sinta “fora do cardápio”. Isso, sim, é inclusão de verdade!
Em tempos de desafios econômicos, abrir mão de clientes não é apenas um risco financeiro — é também um vacilo no quesito humanidade. Afinal, comer junto é mais que nutrir o corpo: é nutrir vínculos. E vínculos só se constroem quando todos têm lugar à mesa.
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