quinta-feira, 31 de julho de 2025

Não é o que parece: 10 características do autismo que confundem muita gente


Infelizmente, ainda é comum que características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) sejam confundidas com comportamentos negativos, falta de educação ou até mesmo "manhas". O desconhecimento leva ao julgamento, e o julgamento pode gerar dor, isolamento e exclusão para pessoas autistas. Neste artigo, buscamos esclarecer dez dessas características frequentemente mal interpretadas, revelando o que realmente está por trás de atitudes que, à primeira vista, podem parecer incompreensíveis. O objetivo é promover empatia, respeito e inclusão — pilares fundamentais para um convívio social mais justo e acolhedor.


Não é preguiça, é disfunção executiva.

A disfunção executiva afeta a capacidade de planejar, organizar, iniciar e concluir tarefas. Pessoas com autismo podem ter dificuldades em começar uma atividade, mesmo quando querem muito fazê-la. Isso não tem nada a ver com preguiça. É como se o cérebro não conseguisse dar o “start” necessário. Em vez de julgamento, o que elas mais precisam é de apoio, estratégias visuais e compreensão.

Não é frescura, é seletividade alimentar.

A seletividade alimentar no autismo não se trata de "birra" ou de uma criança mimada que só quer comer o que gosta. Está ligada a fatores sensoriais: textura, cheiro, cor, temperatura e até o som ao mastigar. Um alimento que parece inofensivo para a maioria pode causar desconforto real a uma pessoa autista. A alimentação precisa ser acompanhada com cuidado e sem imposição.

Não é obsessão, é hiperfoco.

O hiperfoco é uma concentração intensa em um assunto de interesse. Para a pessoa autista, esse foco pode trazer aprendizado profundo e prazer. Porém, para quem observa de fora, pode parecer “obsessão” ou falta de interesse por outros temas. Na verdade, o hiperfoco é uma das formas mais potentes de expressão e conexão com o mundo.

Não é chatice, é rigidez cognitiva.

Pessoas autistas podem ter dificuldade em lidar com mudanças de planos ou com ideias muito diferentes das que já conhecem. Isso é a rigidez cognitiva, que causa ansiedade quando há imprevistos. O que parece “teimosia” ou “falta de flexibilidade” é, na verdade, uma maneira de se manter em segurança diante de um mundo imprevisível.

Não é má educação, é hipersensibilidade sensorial.

Sons altos, luzes fortes, cheiros intensos ou roupas com determinadas texturas podem ser extremamente incômodos ou até dolorosos para uma pessoa autista. Reações como tampar os ouvidos, sair do ambiente ou recusar um abraço não são grosserias — são formas de proteção sensorial.

Não é falta de empatia, é dificuldade na comunicação social.

Muitos acreditam, equivocadamente, que autistas não têm empatia. O que ocorre, na verdade, é uma forma diferente de expressá-la. Eles podem ter dificuldade para identificar expressões faciais ou responder de maneira esperada socialmente, mas isso não significa que não sentem ou se importam com os outros.

Não é timidez, é ansiedade social.

Em locais com muitas pessoas ou situações novas, a pessoa autista pode parecer tímida, retraída ou até arrogante. No entanto, esse comportamento geralmente está ligado à ansiedade social — um medo intenso de não saber como agir, ser mal interpretado ou se sentir sobrecarregado com tantos estímulos.

Não é teimosia, é necessidade de previsibilidade.

Rotinas previsíveis ajudam a reduzir a ansiedade e dar segurança às pessoas autistas. Quando algo foge do que estava planejado, elas podem reagir mal, chorar ou até entrar em crise. Isso não é teimosia — é uma resposta a um ambiente que de repente deixou de ser compreensível.

Não é insensibilidade, é dificuldade com o olhar e o toque.

Contato visual direto pode ser incômodo ou desconfortável para alguns autistas, e o toque físico pode ser interpretado como uma invasão. Isso pode gerar a ideia errada de frieza ou insensibilidade. Mas respeitar esses limites é uma forma de carinho e acolhimento.

Não é agressividade, é sobrecarga sensorial ou emocional.

Quando o ambiente, as cobranças ou as emoções se tornam demais, a pessoa autista pode entrar em colapso, também conhecido como meltdown. Gritar, chorar, se isolar ou, em casos extremos, agredir, são formas de explosão depois de um acúmulo. São pedidos de ajuda, não sinais de violência gratuita.


Conclusão

Quando enxergamos além da superfície, compreendemos que os comportamentos autistas não são falhas de caráter ou “esquisitices”, mas expressões legítimas de um modo único de existir. A empatia começa pelo conhecimento. Ao acolher essas diferenças com respeito e sensibilidade, ajudamos a construir um mundo mais justo para todos. Afinal, ninguém merece ser julgado por aquilo que sente ou por como o seu cérebro funciona. Que esse artigo seja um passo a mais rumo a uma sociedade que reconhece, acolhe e valoriza as neurodiversidades.


Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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