O TJ-SP reconhece oficialmente Rebecka como a primeira magistrada cadeirante do Estado, e o Conselho Nacional de Justiça informa que, entre quase 19 mil juízes no país, cerca de 270 declararam alguma deficiência — mas nenhuma mulher antes dela apresentou tetraplegia ao exercer o cargo.
📚 Sua trajetória de superação
Aos 12 anos, Rebecka sofreu um grave acidente automobilístico no Espírito Santo que provocou lesões na medula e deixou-a tetraplégica. A recuperação foi longa: traqueostomia, sessões de fonoaudiologia e uma neuropatia grave seguida de parada cardiorrespiratória.
Mesmo enfrentando limitações motoras, especialmente na movimentação das mãos (ela não possui controle e digita usando o dorso, com as mãos invertidas), Rebecka sempre manteve um profundo desejo de estudar e atuar no Direito.
Ela mesma resume sua vocação: “Escrever uma peça jurídica é um exercício de liberdade... sinto que não tenho os limites que o meu corpo me impõe.”
⚖️ Justiça com empatia
Rebecka diz sentir que, como juíza, tem o poder de mudar a vida das pessoas. Esse compromisso nasce não só da sua formação jurídica, mas de sua própria experiência com superação e resiliência.
Ela integra uma nova geração de magistrados com deficiência — mais seis foram aprovados no mesmo concurso de ingresso — contribuindo para uma judicatura mais diversa e inclusiva.
🌍 Significado e legado
A posse de Rebecka não é apenas um marco pessoal: representa um avanço significativo para a inclusão das pessoas com deficiência no Poder Judiciário paulista e brasileiro. Sua presença nos tribunais abre dialogo sobre adaptabilidade e representatividade — seja por meio de acessibilidade física, tecnológica ou institucional.
Além de reafirmar os princípios da Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência, sua trajetória reforça que a justiça deve ser acessível e plural.
Rebecka Martins Gomes simboliza coragem, dedicação e uma esperança renovada na luta por igualdade no meio jurídico. Sua história inspira não apenas pessoas com deficiência, mas toda a sociedade a repensar os limites entre capacidade, vocação e inclusão.
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