Um panorama preocupante
Um estudo recente da Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a associação Autistas Brasil, identificou mais de 22 mil publicações com desinformação sobre autismo apenas em comunidades brasileiras no Telegram. Isso representa cerca de 46% do conteúdo problemático identificado na América Latina e Caribe, com alcance superior a 14 milhões de visualizações.
Entre os temas recorrentes estão:
- Curas falsas e perigosas, como uso de dióxido de cloro ou outras substâncias tóxicas;
- Teorias conspiratórias que relacionam vacinas ao autismo;
- Rejeição a métodos baseados em evidências científicas, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA);
- Exploração financeira de famílias com promessas enganosas de terapias milagrosas.
Os riscos da desinformação
A desinformação não apenas engana — ela machuca. Quando um conteúdo falso é disseminado, ele pode:
- Colocar vidas em risco, afastando famílias de tratamentos eficazes;
- Gerar atrasos no diagnóstico e na intervenção precoce, fundamentais para o desenvolvimento da criança autista;
- Estimular preconceito e isolamento, ao propagar estigmas e visões ultrapassadas sobre o autismo;
- Explorar emocionalmente famílias vulneráveis, que se tornam alvos fáceis de charlatanismo e promessas milagrosas.
O papel das redes sociais
A maior parte dessa desinformação circula em grupos privados ou sem moderação, como fóruns alternativos e canais do Telegram. Nesses espaços, a ausência de checagem facilita a propagação de conteúdos perigosos. Além disso, algoritmos de recomendação podem impulsionar ainda mais o alcance dessas publicações, quando há engajamento alto de comunidades específicas.
Como combater a desinformação
O combate à desinformação exige ação coletiva e contínua. Algumas atitudes essenciais incluem:
- Apoiar canais confiáveis, como associações de pais, ONGs e profissionais especializados;
- Verificar a fonte antes de compartilhar qualquer conteúdo relacionado a saúde e autismo;
- Denunciar conteúdos perigosos às plataformas;
- Promover a educação digital desde cedo, ajudando as novas gerações a distinguir fatos de boatos;
- Dialogar com empatia, acolhendo dúvidas e ajudando famílias a buscarem informação qualificada.
Conclusão
O crescimento exponencial da desinformação sobre o autismo não pode ser ignorado. Proteger vidas e garantir a dignidade das pessoas com TEA passa por uma escolha diária: a de informar com responsabilidade. No Cantinho dos Amigos Especiais, reforçamos nosso compromisso com a verdade, o acolhimento e a defesa de uma inclusão plena, baseada no respeito e no conhecimento.
Texto e imagem produzidos com inteligência artificial. Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário