Trilha dos Sentidos: Através de uma trilha: o envolvimento, a compreensão, a interação - então é inclusão! (by Lumiy)
A princípio pensei em transcrever esta experiência somente como pesquisa, pois se encaixa num estudo de caso abordando a inclusão e a visão através de outros sentidos, porém surgiram tantos elementos variáveis envolvendo as diversidades e ainda as emoções, que resolvi expor parte do acontecimento, externalizando um dia perfeito na escola de educação especial para alunos com deficiência visual (DV). A idéia de construir a trilha dos sentidos foi do nosso amigo Ranulfo (cego), colaborador da Sanepar (*). Inicialmente o objetivo da trilha foi expor o caminho da água e o meio ambiente de forma diferente para os funcionários no museu da Sanepar. A trilha é bem simplícia para o olhar, estruturada com muitos significados e antes de entrar nela, a pessoa é vendada para assistir, ou melhor para sentir, acompanhada por uma pessoa que explica o roteiro. A trilha foi tão bem elaborada que foi inevitável o convite para expor na escola. O Ranulfo e a sua equipe aceitaram de prontidão, seria para eles a primeira experiência com público diferente e entenderam a importância de levar as informações para as crianças, pois envolve além do caminho da água, a preservação da natureza, o desperdício da água e outros importantes fatores do meio ambiente para conscientização aos nossos futuros adultos. Acredito que não existam profissionais mais entendidos sobre a distribuição da água que os próprios funcionários da Sanepar. Todos os alunos e professores entraram na trilha e ficaram encantados em sentir e de aprender. O segredo da trilha estava mesmo no Ranulfo, mais do que o conhecimento profissional, a forma de ele conduzir e transmitir a informação transformava numa aventura espetacular e isso também se tornou em aprendizado aos professores. Durante o evento fiz entrevistas com todos e qual foi a minha surpresa quando vi o Guilherme emocionado após acompanhar uma das alunas na trilha – ele dizia que foi somente para ajudar a montar a trilha; a Ana, a bióloga, tinha outro compromisso e ameaçava em ir embora, mas ao ver o próximo aluno na fila de espera, largava tudo para entrar junto na trilha. Enfim, no começo havia certo receio para entrar em contato com DVs, mas percebendo que eram crianças iguais aos outros, estavam todos empenhados para atendê-los. Ao terminar, fiquei conversando com o pessoal da Sanepar sobre DVs e via-se um ar cansado e satisfação interior estampado no semblante de cada um. Ficamos combinados em fazer uma trilha maior para atender público além da escola, isso quando começar a primavera, o clima é mais quentinho e não judiaria das crianças para mexer na água, diz Ranulfo. (www.lumiy.wordpress.com)
** Obrigada Ranulfo, Ana, Guilherme, Jefferson e a Sanepar.
(*) Sanepar é empresa pública responsável pela distribuição de água e saneamento no Paraná.
terça-feira, 21 de abril de 2009
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