Ela não falava, mas se expressava. E muito bem.
Demonstrava alegria, tristeza, saudade e até senso de humor. Quando seu gatinho de estimação morreu, Koko fez o sinal de “chorar”. Quando estava feliz, sorria com os olhos e os gestos. Sua comunicação era limitada em vocabulário, mas carregada de intenção, emoção e afeto.
Essa história comoveu o mundo.
E, no entanto, paradoxalmente, a Libras — a Língua Brasileira de Sinais — ainda luta por reconhecimento pleno em nossa própria sociedade.
📚 Libras é linguagem. E é viva.
A Libras é a principal forma de comunicação de milhões de brasileiros surdos. Ela possui estrutura gramatical própria, regras linguísticas complexas e é reconhecida por lei (Lei nº 10.436/2002) como meio legal de comunicação e expressão. Assim como o português, a Libras permite expressar pensamentos abstratos, contar histórias, fazer piadas, argumentar e filosofar.
Mas, apesar de tudo isso, ela ainda sofre com preconceito linguístico.
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que Libras é “mímica”? Ou que "aprender Libras não é tão importante"? E, pior: quantos serviços públicos, escolas e instituições ainda negligenciam o direito básico de acesso à informação por meio da Libras?
🤔 Então... o que Koko tem a ver com isso?
Koko não era surda. Também não era humana. Mas ela nos emocionou ao mostrar que a comunicação não depende da fala — e sim da intenção de se conectar.
A sociedade que se comove com uma gorila sinalizando “amor” precisa, urgentemente, aprender a valorizar as pessoas que também sinalizam amor, dor, alegria e esperança todos os dias, usando uma língua plena: a Libras.
O paralelo aqui não é linguístico — é simbólico.
Koko nos lembra que a linguagem é mais do que palavras. É gesto, olhar, presença. É a ponte que nos une, mesmo em mundos diferentes.
🌍 Para uma sociedade mais acessível
A história de Koko pode ser o começo de uma conversa maior. Se nos tocamos com a capacidade de um animal em aprender sinais, por que ainda somos tão lentos em garantir o direito das pessoas surdas à comunicação plena?
Valorizar a Libras é valorizar vidas.
É garantir cidadania, educação, saúde, cultura e inclusão.
Mais do que isso, é reconhecer que há muitas formas legítimas de se comunicar — e todas merecem respeito.
📌 Que tal aprender o básico de Libras? Um simples “olá”, “obrigado” ou “tudo bem?” pode fazer a diferença na vida de alguém.
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