Neste artigo, vamos entender, de forma clara e didática, o que significa o “limite” do TDAH — um termo cada vez mais usado por pacientes, familiares e profissionais para descrever momentos críticos da condição.
O que é TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica que afeta funções executivas do cérebro, como o foco, a organização, o controle emocional e a memória de trabalho. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem incluir:
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Dificuldade de concentração;
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Impulsividade;
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Hiperatividade (física ou mental);
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Desorganização;
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Problemas com o tempo (procrastinação ou hiperfoco);
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Baixa tolerância à frustração.
Mas o que é esse “limite”?
O limite do TDAH não é um conceito médico oficial, mas sim um termo usado para descrever um estado de sobrecarga física, mental e emocional. É quando a pessoa não consegue mais lidar com as demandas da rotina, e os sintomas saem do controle.
Imagine um copo d'água sendo preenchido durante o dia com cada tarefa, cobrança, barulho ou mudança inesperada. Pessoas neurotípicas (sem TDAH) têm mecanismos naturais para esvaziar esse copo aos poucos. Já quem tem TDAH costuma acumular — e, em algum momento, o copo transborda.
O que acontece quando esse limite é ultrapassado?
Ultrapassar o limite do TDAH pode provocar uma crise de esgotamento. Os sinais mais comuns incluem:
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Colapso emocional (choro, raiva, explosões verbais);
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Travas mentais (ficar paralisado diante de tarefas simples);
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Esquecimentos graves;
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Dores físicas (de cabeça, musculares, fadiga crônica);
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Crises de ansiedade ou pânico;
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Isolamento social;
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Sentimentos de incapacidade ou autodepreciação.
Em casos mais graves, isso pode desencadear episódios depressivos ou quadros de burnout — especialmente quando a pessoa tenta se forçar a funcionar “como todo mundo”.
Por que isso acontece?
Pessoas com TDAH vivem em constante esforço para parecer “normais”. Esse esforço tem um nome: masking (mascaramento). É quando a pessoa tenta camuflar seus sintomas, organizando-se à força, evitando distrações a qualquer custo e lutando contra a impulsividade sem descanso. Com o tempo, isso cobra um preço alto.
Além disso, o cérebro com TDAH gasta mais energia para realizar tarefas rotineiras, o que gera uma fadiga cognitiva que a maioria das pessoas não percebe — até ser tarde demais.
O que fazer antes de atingir o limite?
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Reconhecer os sinais de alerta: irritabilidade frequente, insônia, falhas de memória, sensação de sobrecarga.
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Pedir ajuda profissional: psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais podem ajudar a organizar a rotina e tratar o transtorno.
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Adaptar o ambiente: usar recursos visuais, lembretes, técnicas de Pomodoro, pausas regulares e simplificação de tarefas.
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Buscar apoio: grupos de apoio, familiares compreensivos e ambientes que respeitem a neurodiversidade fazem diferença.
E se eu já ultrapassei esse limite?
A primeira coisa é: não se culpe. Você não falhou. Você está esgotado — e isso pede acolhimento, não cobrança. O ideal é:
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Parar e descansar (de verdade, sem culpa);
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Reavaliar o que está te exigindo demais;
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Estabelecer novos limites e dizer mais “nãos”;
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Voltar aos poucos às atividades, priorizando a saúde mental.
Concluindo…
O “limite” do TDAH é real, embora invisível para quem olha de fora. Ultrapassá-lo pode trazer consequências sérias, mas é possível se recuperar, ajustar a vida e seguir com mais autocompaixão.
Falar sobre isso é um passo importante para tirar o peso da culpa e trazer mais consciência sobre o cuidado necessário com quem vive esse transtorno todos os dias — inclusive com você mesmo, se for o caso.
📌 Compartilhe com alguém que precisa entender melhor o TDAH. A informação também pode ser um alívio.
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