terça-feira, 16 de julho de 2019

Anda SP: Deficientes visuais com cão-guia enfrentam desafios de mobilidade em SP

Problemas vão de calçadas irregulares a motoristas de aplicativos que recusam corridas por conta do animal.



A mobilidade urbana de São Paulo é um problema para pessoas com deficiência visual. Além de conviver com as calçadas irregulares, os deficientes visuais ainda passam por outros problemas como as pessoas que tiram a atenção do cão-guia e com o cancelamento de corridas de aplicativo devido à presença do animal.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado de São Paulo tem mais de um milhão de pessoas com grande dificuldade de enxergar e 140 mil pessoas totalmente cegas. A equipe do Anda SP, buscando relatar todas as dificuldades que uma pessoa cega enfrenta no dia a dia, acompanhou o trajeto de São Bernardo do Campo, na região do ABC, até a Saúde, na Zona Sul de São Paulo.

Deficiente visual com seu cão-guia em São Paulo — Foto: Reprodução/TV GloboOs obstáculos apareceram logo ao sair de casa: portões que ocupam as calçadas, pisos irregulares (com buracos, degraus, etc) e, até mesmo, o trânsito, afinal, muitas vezes, por problemas com as calçadas, o deficiente visual precisa andar pela rua junto ao seu cão-guia, para evitar dificuldades maiores.

Pegar um ônibus também é um problema: os aplicativos não são precisos e a pessoa precisa da ajuda dos motoristas ou de outros passageiros para que consiga pegar o ônibus certo.

Com relação ao cão-guia, uma das principais dificuldades fica por conta das pessoas que interagem e tentam brincar com o animal que, em um momento de distração, pode prejudicar o deslocamento de seu tutor.

Até mesmo os aplicativos de corrida, que poderiam ser uma solução mais simples para a situação, acabam gerando problemas. Em uma experiência feita pela produção do Anda SP, a Uber atendeu a chamada para o deslocamento do deficiente e seu cão guia, mas um dos motoristas da 99 acabou esperando o tempo limite e cancelando a corrida ao ver que o passageiro possuía um animal que também seria transportado. O Cabify não foi testado por não ser compatível com o sistema de áudio descrição.

Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, nenhum motorista pode cancelar uma corrida por causa do cão-guia e, em nota, a 99 disse que orienta seus motoristas a respeitarem os passageiros e a Lei. A empresa afirma ainda que, aqueles que se sentirem lesados, podem dar um retorno à empresa para que seja tomada uma medida.

O Cabify, por sua vez, avisou que está trabalhando na atualização do sistema e que até o fim do ano o aplicativo estará totalmente adaptado para pessoas com deficiência visual.

Por SP1 — São Paulo
15/07/2019 12h35  Atualizado
2019-07-15T15:35:52.495Z






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