Paula Rothman, de INFO Online
Quinta-feira, 26 de agosto de 2010 - 11h56
Quinta-feira, 26 de agosto de 2010 - 11h56
SÃO PAULO - Pela primeira vez, córneas biossintéticas, fabricadas em laboratório, restauraram a visão de pacientes.
Desenvolvida por pesquisadores suecos e canadenses, a nova técnica ajudou a regenerar e reparar tecido danificado do olho em seis de 10 pacientes que se submeteram a um teste clínico.
O estudo, publicado na Science Translational Medicine, é o primeiro a mostrar que material artificialmente fabricado pode se integrar ao olho humano e estimular a regeneração.
A córnea é uma camada fina e transparente de colágeno e células que atua como uma janela no globo ocular e ajuda com o foco. Ela deve ser completamente transparente para permitir que a luz entre; no mundo, as doenças ligadas às córneas são a maior causa de cegueira e milhões de pessoas esperam por um doador.
A pesquisa, liderada pelo Dr. May Griffith, da Universidade Linköping, poderia reduzir essa necessidade. Seu trabalho começou há mais de dez anos em Ottawa, Canadá, usando colágeno feito em laboratório e moldado na forma de uma córnea. Depois, em parceria com o Professor Per Fagerholm, cirurgião da mesma universidade, ele começou a testar a técnica em humanos.
Os testes em 10 pacientes consistiam em remover o tecido danificado da córnea em apenas um olho e o substituir pela córnea biossintética. Após dois anos de acompanhamentos, as células e nervos da própria córnea do paciente cresceram no implante, resultando em uma córnea regenerada que se parecia com o tecido saudável normal.
Os pacientes não tiveram nenhuma reação ou precisaram tomar imunossupressores (os remédios para controlar a rejeição). As córneas novas também se tornaram sensíveis ao toque e começaram a produzir lágrimas normalmente.
A técnica, que restaurou a visão em seis pacientes, é considerada promissora e passa por modificações que visam aperfeiçoar o bio material utilizado e o procedimento cirúrgico.
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