Historicamente, muitos termos incorretos, carregados de preconceitos e estigmas, vêm sendo utilizados no cotidiano sem que haja uma real percepção de seu efeito negativo. Expressões como "aleijado", "retardado", "perneta" ou "caolho" perpetuam visões equivocadas e depreciativas sobre as pessoas, reduzindo-as à sua condição ou limitação.
É fundamental adotar termos corretos que evidenciem a pessoa em primeiro lugar, reconhecendo sua humanidade antes de suas particularidades físicas, sensoriais ou intelectuais. Por exemplo, em vez de "cego", podemos dizer "pessoa cega"; no lugar de "deficiente auditivo", usa-se "pessoa com deficiência auditiva". A expressão correta sempre deve dar prioridade à pessoa, reforçando o respeito e a consideração.
Outro aspecto importante é o uso correto de termos específicos. A expressão "língua de sinais", por exemplo, pode ser mais precisamente substituída por "Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)", valorizando a identidade linguística e cultural da comunidade surda. Da mesma forma, é mais apropriado utilizar "pessoa com baixa visão" em vez de termos como "meio cego" ou "visão subnormal", e "pessoa com visão monocular" ao invés de "caolho".
A seguir, apresentamos uma tabela com termos incorretos comumente usados e suas versões adequadas:
| Termos Comuns | Termos Corretos |
|---|---|
| Deficiente visual | Pessoa com deficiência visual |
| Cego | Pessoa cega |
| Deficiente auditivo | Pessoa com deficiência auditiva |
| Surdo | Pessoa surda |
| Deficiente físico | Pessoa com deficiência física |
| Aleijado | Pessoa com mobilidade reduzida |
| Deficiente mental | Pessoa com deficiência intelectual |
| Retardado | Pessoa com deficiência intelectual |
| Autista | Pessoa com transtorno do espectro autista |
| Língua de Sinais | Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) |
| Visão subnormal | Pessoa com baixa visão |
| Meio cego | Pessoa com baixa visão |
| Perneta | Pessoa com amputação |
| Caolho | Pessoa com visão monocular |
Ao adotarmos essa postura consciente e responsável no uso da linguagem, contribuímos diretamente para a construção de uma sociedade mais justa, acolhedora e inclusiva. O respeito começa pelas palavras, e estas têm o poder de transformar realidades, promover dignidade e valorizar a diversidade humana.


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