A primeira criança com deficiência a entrar em campo com uma seleção durante um Mundial foi a menina russa Polina Kharedínova, que pode ficar à frente ao elenco de seus pais, que goleou a Arábia Saudita por 5 a 0.
Uma imagem como essa, que circula o planeta todo, ajuda em vários aspectos: amplia a visibilidade da pessoa com deficiência, desperta para a necessidade de incluir esses pequenos em práticas desportivas, cobra acessibilidade em estádios (e no gramado), amplia a autoestima de crianças vulneráveis ao bullying, ao isolamento.
Também vi uma criança Down acompanhar um elenco (não encontrei imagens, infelizmente) e uma outra criança cadeirantinha entrar no campo no jogo entre Argentina 0 x 3 Croácia. Essa eu não consegui apurar a nacionalidade, nem o nome.
A presença do treinador do Uruguai, Óscar Tabaréz, um dos mais longevos à frente de uma seleção, na lateral do campo, é igualmente interessante para despertar discussões, valores e reflexões a respeito de inclusão, diversidade e acessos.
Tabaréz tem uma doença neuromotora
e usa uma bengala para se deslocar, atualmente, já com bastante dificuldade. A atitude de “não largar o osso” do treinador provoca o pensamento de que quem deve saber até onde vai somos nós mesmos e nossas competências, não os olhares ou os julgamentos dos outros.
Particularmente, penso que mais crianças com deficiência e mais demostrações de apoio a um mundo diverso poderiam ter aparecido nesta Copa, deixando um marco definitivo, mas não deixa de ser um começo interessante, um grande avanço.
Fonte: Folha de São Paulo
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