sábado, 13 de dezembro de 2025

13 de Dezembro: Dia Nacional do Cego

O Dia Nacional do Cego, celebrado no Brasil em 13 de dezembro, é uma data de reflexão, conscientização e respeito às pessoas com deficiência visual. Mais do que lembrar a ausência da visão, esse dia convida a sociedade a enxergar o valor, a dignidade e o potencial de milhões de brasileiros cegos ou com baixa visão, reforçando a importância da acessibilidade, da inclusão e do combate ao preconceito.

A escolha do 13 de dezembro não é aleatória. Ela coincide com o Dia de Santa Luzia, figura profundamente simbólica tanto no campo religioso quanto no imaginário cultural ligado à visão.

Santa Luzia: símbolo de luz em meio à escuridão

Santa Luzia foi uma jovem cristã martirizada no século IV, em Siracusa, na Itália. Seu nome vem do latim lux, que significa luz, e, ao longo dos séculos, ela passou a ser reconhecida como padroeira dos olhos e da visão. Segundo a tradição cristã, sua fé permaneceu firme mesmo diante da perseguição e da dor, tornando-se um exemplo de coragem, esperança e fidelidade espiritual.

Por isso, Santa Luzia é frequentemente invocada por pessoas que enfrentam doenças nos olhos ou dificuldades visuais. Sua história não fala apenas de enxergar com os olhos, mas de ver com o coração, mantendo a luz interior mesmo quando a realidade é adversa.

Uma conexão que vai além da fé

Ao relacionar o Dia Nacional do Cego com o Dia de Santa Luzia, cria-se uma ponte simbólica poderosa:

A luz deixa de ser apenas física e passa a representar conhecimento, autonomia, direitos e oportunidades.

A cegueira, por sua vez, deixa de ser vista como limitação absoluta e passa a ser compreendida dentro de uma perspectiva social, onde as maiores barreiras não estão nos olhos, mas no ambiente e nas atitudes.


Essa conexão reforça que inclusão não é caridade, mas responsabilidade coletiva. Quando há acessibilidade, informação adequada e respeito, a pessoa com deficiência visual exerce plenamente sua cidadania.

Enxergar além do olhar

O Dia Nacional do Cego é, portanto, um convite para que todos nós aprendamos a enxergar além da visão:

Enxergar talentos onde muitos só veem limitações.

Enxergar pessoas antes da deficiência.

Enxergar que a verdadeira luz se manifesta quando há empatia, justiça e inclusão.


Que a simbologia de Santa Luzia inspire não apenas pedidos de cura, mas também ações concretas para construir uma sociedade onde ninguém seja invisível — porque luz de verdade é aquela que inclui. 

Texto produzido com inteligência artificial. Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

imagem também é ferramenta de inclusão:: os avanços da IA na acessibilidade visual

Nos últimos anos, a Inteligência Artificial deu um salto impressionante na criação de imagens. Ferramentas como o ChatGPT passaram a gerar ilustrações cada vez mais ricas em detalhes, com melhor composição, cores mais equilibradas e maior fidelidade àquilo que o usuário imagina e descreve. Mas um avanço igualmente importante — e muitas vezes menos percebido — aconteceu em paralelo: a capacidade dessas mesmas IAs descreverem imagens com precisão, clareza e sensibilidade, algo fundamental para pessoas cegas ou com baixa visão.

No contexto da acessibilidade digital, isso representa uma verdadeira mudança de paradigma. Antes, a descrição de imagens (#PraCegoVer) dependia quase exclusivamente do olhar humano, o que nem sempre garantia uniformidade, objetividade ou atenção aos detalhes relevantes. Hoje, a IA consegue analisar a imagem como um todo e transformar elementos visuais em linguagem compreensível, organizada e coerente, respeitando a função comunicativa daquela imagem.

Descrever não é apenas “contar o que aparece”

Um dos grandes méritos das versões mais recentes do ChatGPT está no entendimento de que descrever uma imagem não é apenas listar objetos, mas contextualizar. A IA passou a identificar expressões, gestos, ambientes, cores predominantes, contrastes, emoções sugeridas e até a intenção comunicativa da imagem — seja ela informativa, afetiva, religiosa, educativa ou de conscientização social.

Isso faz toda a diferença para quem utiliza leitores de tela. Uma boa descrição permite que a pessoa com deficiência visual participe plenamente da mensagem, e não apenas receba uma informação incompleta ou fria.

Inclusão como valor, não como recurso opcional

Outro ponto relevante é que a acessibilidade deixou de ser um “extra” para se tornar parte do processo criativo. Ao gerar uma imagem e, em seguida, produzir sua descrição acessível, a IA ajuda criadores de conteúdo, educadores, influenciadores e instituições a adotarem práticas inclusivas de forma mais natural e consistente.

Para projetos como o Cantinho dos Amigos Especiais, isso significa ampliar vozes, alcançar mais pessoas e reforçar o compromisso com uma comunicação verdadeiramente acessível.

Avanços semelhantes em outras Inteligências Artificiais

Esse movimento não acontece de forma isolada. Outras IAs também vêm avançando nesse mesmo caminho. Plataformas de reconhecimento de imagem, leitores inteligentes e sistemas de acessibilidade automática já conseguem identificar cenas, pessoas, textos em imagens, expressões faciais e até situações de risco no ambiente.

Ferramentas como as usadas por redes sociais, aplicativos de celular e sistemas operacionais estão cada vez mais integradas a esses recursos, permitindo descrições automáticas mais ricas, legendas mais precisas e maior autonomia para pessoas com deficiência visual.

Tecnologia que aproxima, não que exclui

Quando bem utilizada, a Inteligência Artificial não substitui o olhar humano — ela o amplia. E, no campo da acessibilidade, isso é especialmente verdadeiro. A evolução na criação e descrição de imagens mostra que tecnologia e inclusão podem caminhar juntas, desde que haja intenção, cuidado e responsabilidade.

No fim das contas, o maior avanço não está apenas na qualidade das imagens geradas, mas na possibilidade de todos enxergarem a mensagem, cada um à sua maneira.


Texto e imagem produzidos com inteligência artificial. Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Dia Nacional das APAEs: quando o cuidado vira movimento de inclusão

Mais do que uma data no calendário, o Dia Nacional das APAEs, celebrado em 11 de dezembro, é um convite para olhar com carinho e respeito para as pessoas com deficiência intelectual e múltipla – e para as famílias que caminham com elas todos os dias. É também um dia de reconhecer o trabalho das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) em todo o Brasil, que há décadas constroem inclusão na prática.


Por que existe um Dia Nacional das APAEs?

O 11 de dezembro foi escolhido porque marca a fundação da primeira APAE, em 1954, no Rio de Janeiro. A partir dessa iniciativa, pais, mães, familiares, profissionais e amigos começaram a se organizar em rede para oferecer apoio, acolhimento e oportunidades a pessoas com deficiência.

Com o passar dos anos, o movimento cresceu, ganhou força e acabou se espalhando pelo país. Hoje, as APAEs formam uma grande rede de entidades filantrópicas que atua em educação, saúde, assistência social e defesa de direitos.


O que as APAEs fazem na vida real?

Na prática, as APAEs estão presentes na vida de muita gente, principalmente em cidades onde o acesso à inclusão ainda é limitado. Entre as ações mais comuns, podemos citar:

  • Atendimento educacional especializado
    Salas de recursos, adaptações pedagógicas, acompanhamento individualizado e projetos que respeitam o ritmo e o potencial de cada pessoa.

  • Serviços de saúde e reabilitação
    Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e outros atendimentos que ajudam no desenvolvimento global e na autonomia.

  • Apoio à família
    Escuta, orientação, grupos de apoio e momentos de formação para pais e cuidadores, que muitas vezes também precisam ser cuidados.

  • Inclusão no trabalho e na comunidade
    Capacitação profissional, parcerias com empresas, oficinas protegidas e projetos que incentivam a participação ativa em espaços culturais, esportivos e religiosos.

Mais do que “oferecer serviços”, muitas APAEs são ponto de referência afetivo: lugar onde se encontra informação, abraço, troca de experiências e, muitas vezes, o primeiro “não desista” dito a uma família em meio ao turbilhão de um diagnóstico.


O que este dia nos convida a repensar?

O Dia Nacional das APAEs não é só para quem já está dentro da instituição. Ele nos provoca, como sociedade, a refletir sobre alguns pontos:

  • Como enxergamos as pessoas com deficiência: como sujeitos de direitos ou apenas como “alvo de pena”?

  • Nossas cidades, escolas, igrejas, comércios e serviços estão preparados para acolher a diversidade?

  • Sabemos ouvir as famílias, em vez de apenas opinar sobre o que elas “deveriam fazer”?

  • Já pensamos em nos aproximar de uma APAE da nossa região para conhecer, apoiar ou divulgar o trabalho?

Quando ampliamos o olhar, percebemos que as APAEs não existem para “substituir” políticas públicas, mas para somar forças: pressionar por direitos, ajudar a construir leis mais justas, mostrar ao poder público e à sociedade que a inclusão não é favor, é obrigação.


Homenagem que também é compromisso

Celebrar o Dia Nacional das APAEs é, sim, prestar homenagem a todos os profissionais, voluntários, famílias e pessoas com deficiência que construíram essa história. Mas é também assumir um compromisso:

  • Combater o capacitismo no dia a dia

  • Valorizar a autonomia e o protagonismo das pessoas com deficiência

  • Apoiar iniciativas que lutam por educação inclusiva, acessibilidade e respeito às diferenças

  • Entender que ninguém deve ficar à margem só porque precisa de um ritmo diferente ou de apoios específicos

No Cantinho dos Amigos Especiais, acreditamos que datas como esta nos lembram algo muito simples e profundo:

Quando a família, a sociedade e as instituições caminham juntas, a deficiência deixa de ser sinônimo de exclusão e passa a ser parte da diversidade humana que todos temos o dever de acolher.

Que o Dia Nacional das APAEs seja, todos os anos, um lembrete de que inclusão se faz com atitude, informação e amor em movimento.

Autismo e água: entre o encanto, o cuidado e as possibilidades de inclusão

É muito comum ouvir famílias dizerem que a criança ou o adulto autista “ama água”: fica hipnotizado olhando o mar, quer entrar na piscina o tempo todo, adora banho demorado ou brincar com mangueira e bacias. Ao mesmo tempo, também ouvimos relatos de medo, insegurança e histórias tristes de afogamento.

Falar sobre a relação entre autismo e água é, portanto, falar de encantamento, de risco e também de oportunidade terapêutica e inclusiva.


Por que a água encanta tantas pessoas autistas?

Muitos autistas têm um modo diferente de processar os estímulos sensoriais: sons, luzes, cheiros, toques e movimentos podem ser sentidos de forma mais intensa ou mais suave do que na maioria das pessoas. A água, por sua vez, é um “pacote completo” de sensações:

  • o barulho das ondas ou dos respingos,

  • o brilho da luz refletida,

  • a sensação de pressão e de frescor no corpo,

  • o movimento contínuo e previsível das ondas ou da água correndo.

Por isso, alguns estudos e relatos apontam que a água pode ser um estímulo sensorial muito atraente para muitas pessoas autistas, trazendo sensação de calma, prazer e organização interna.

Não é uma regra para todo mundo — há autistas que não gostam de água, têm medo de banho ou se incomodam com respingos. Mas, quando há atração, ela costuma ser intensa: é o menino que corre em direção à piscina, a menina que fica fascinada olhando a água do lago, o jovem que prefere ficar horas no banho, pois é ali que se sente melhor.


Quando o encanto vira risco: o problema do afogamento

Exatamente porque a água é tão atraente, o risco de afogamento é muito maior entre pessoas autistas, especialmente crianças.
Levantamentos de entidades especializadas mostram que crianças com Transtorno do Espectro Autista têm um risco de morte por afogamento muito mais elevado do que crianças não autistas, chegando a cerca de 160 vezes mais em alguns estudos.

Alguns fatores ajudam a entender esse dado tão preocupante:

  • Tendência à fuga / “elopement”: muitas crianças autistas podem sair correndo de casa, da escola ou de um ambiente fechado, movidas por curiosidade, busca de um estímulo (como água) ou tentativa de fugir de um desconforto.

  • Atração forte por água: se houver rio, represa, piscina ou lago por perto, é comum a criança se dirigir para lá.

  • Baixa percepção de perigo: algumas crianças e adultos não avaliam o risco da profundidade, da correnteza ou da ausência de colete e supervisão.

  • Dificuldades de comunicação: se estiverem em perigo, podem não gritar por ajuda, seja por dificuldade de fala, seja por não conseguirem organizar o pedido de socorro.

Dados recentes e relatos de entidades de prevenção de afogamento mostram que, entre as mortes de crianças autistas após episódios de fuga, o afogamento é a principal causa. Isso tem levado associações de autismo a criarem alertas específicos sobre o tema e campanhas focadas em prevenção.


A água como aliada: brincadeiras, natação e terapias aquáticas

Se, por um lado, existe o risco, por outro a água também pode ser uma grande aliada na qualidade de vida de pessoas autistas, desde que haja segurança e orientação adequada.

Pesquisas sobre terapia aquática / hidroterapia em crianças com TEA apontam benefícios como:

  • melhora da coordenação motora e do equilíbrio;

  • aumento da força muscular e da resistência física;

  • redução de comportamentos de agitação e ansiedade;

  • aumento da interação social (brincar com outras crianças, seguir instruções de um professor, participar de jogos em grupo);

  • melhora da auto-regulação sensorial – a pressão da água, a flutuação e a temperatura estável podem trazer uma sensação de “abraço” no corpo, ajudando a pessoa a se organizar internamente.

Além das terapias formais, brincadeiras simples com água – bacias, esguicho de mangueira, chuveirão, chuva artificial no quintal – podem ser utilizadas como recurso de lazer, vínculo e comunicação em família, quando a pessoa autista gosta desse tipo de estímulo.

O ponto-chave é: usar a água como aliada, sem esquecer a segurança.


Cuidar é prevenir: orientações práticas para famílias e comunidades

1. Segurança começa em casa

  • Se houver piscina em casa, condomínio ou sítio da família, é fundamental ter grade, portão com trava alta e, se possível, capa de proteção apropriada.

  • Portas e portões que dão acesso à rua, a rios ou represas podem ter fechos extra, de preferência fora do alcance da criança.

  • Alarmes de porta, campainhas que tocam ao abrir e outros recursos simples podem ajudar a avisar quando alguém sai sem que o cuidador perceba.

2. Ensinar a nadar o quanto antes – com abordagem inclusiva

  • Aulas de natação adaptadas para autistas podem salvar vidas: a criança pode aprender a boiar, virar de barriga para cima, nadar até a borda e segurar firme, mesmo que não domine todos os estilos.

  • É importante procurar profissionais que conheçam o TEA ou estejam abertos a aprender, usando rotinas visuais, repetições previsíveis e reforço positivo.

  • Mesmo com aulas, a supervisão de um adulto responsável continua obrigatória. Saber nadar reduz o risco, mas não elimina.

3. Supervisão constante perto de qualquer água

  • Crianças autistas nunca devem ficar sozinhas perto de piscinas, lagos, rios, praias ou até tanques e caixas d’água.

  • Em festas de família, clubes, viagens e passeios, o ideal é combinar quem será o adulto de referência, com atenção exclusiva a essa criança naquele período.

  • Em ambientes com muita gente, usar identificação (pulseira, cordão) com contato da família pode ajudar em caso de fuga.

4. Comunidade preparada salva vidas

  • Escolas, clubes, igrejas, centros comunitários e espaços públicos podem oferecer orientação específica sobre autismo e segurança na água aos seus funcionários.

  • Salva-vidas e monitores precisam saber que muitas crianças autistas são atraídas pela água, podem não responder quando chamados e podem se afogar silenciosamente, sem gritos.

  • Políticas públicas que incentivem programas de natação inclusiva, cercamento de áreas de risco e campanhas de conscientização contribuem diretamente para reduzir mortes por afogamento em pessoas autistas.


Respeito ao jeito de ser e direito ao lazer

É importante lembrar que o objetivo não é afastar a pessoa autista da água, mas permitir que ela se relacione com esse elemento de forma segura, respeitosa e prazerosa.

  • Se a pessoa ama água, vamos cuidar para que tenha acesso a piscinas, praias, rios, chuveirões e brincadeiras com segurança, supervisão e, quando possível, apoio profissional.

  • Se a pessoa tem medo ou aversão, vamos respeitar esse limite, oferecendo aproximação gradual, sem forçar, e lembrando que nem todo mundo precisa gostar da mesma coisa.

No fim das contas, a relação entre autismo e água nos lembra que inclusão também é garantir acesso seguro ao lazer.
É reconhecer que aquele menino fascinado pela piscina, aquela jovem que só relaxa verdadeiramente no banho, aquele adulto que encontra paz olhando o mar não estão “exagerando”: estão expressando um jeito próprio de sentir o mundo.

Quando famílias, profissionais e sociedade entendem essa relação, conseguem transformar a água de possível ameaça em espaço de cuidado, desenvolvimento e alegria — como deve ser em qualquer caminho verdadeiramente inclusivo.


Referências

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

BV no ar #35 | Retrospectiva 2025: A Força da Comunidade Bengala Verde

Live do Bengala Verde Brasil, em 09/12/2025