(26/09/2011 – 17h55)
Cerca de 600 manifestantes do Movimento Surdo de São Paulo estiveram nesta segunda-feira (26) na Câmara Municipal de São Paulo pedindo apoio dos vereadores para o projeto de lei que enviaram à Mesa Diretora da Casa pedindo a manutenção das escolas bilíngues no município. O Plano Nacional de Educação, que deve ser votado ainda este ano pela Câmara Federal, extingue esse tipo de instituição.
“A Comissão de Educação Especial do Ministério da Educação quer igualar a educação dos alunos surdos e ouvintes para que tenham a mesma participação dentro do projeto pedagógico das escolas. Isso traz enormes prejuízos. A comissão não lembra que os surdos tem a linguagem de sinais como primeira língua, e que colocá-los na mesma sala com crianças sem necessidades especiais e com um professor pouco preparado para lidar com todas essas diferenças em classe será um desastre”, disse Priscilla Gaspar, líder do movimento de surdos.
Além da manutenção das escolas, o projeto de lei apresentado pelo Movimento pede ainda que a língua de sinais seja oficializada no município como parte do processo de alfabetização e que haja a realização de concursos especiais para a contratação de professores e funcionários surdos. “Só assim teremos o pleno desenvolvimento dessas crianças, podendo no futuro integrá-las normalmente na sociedade”, completou Priscilla.
O presidente da Câmara, vereador José Police Neto, disse que irá trabalhar com todas as lideranças partidárias para encontrar um consenso que torne possível a aprovação do projeto no menor tempo possível e com a anuência de todos os vereadores. “Vivemos numa cidade de 11 milhões de habitantes e tantas diferenças. Temos de fazer com que essa lei não seja só um belo papel pintado, mas a construção da justiça na política de inclusão social”, afirmou o vereador.
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