sexta-feira, 27 de abril de 2012

TERRA oferece bolsas de estudo para pessoas com deficiência

O Terra, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, irá distribuir bolsas de estudo para pessoas com deficiência, física ou auditiva.

As bolsas serão para o curso profissionalizante de Web Designer, que será ministrado em São Paulo, pelo Senac. Serão 20 vagas - divididas em duas turmas de 10 alunos, uma no período da tarde e outra à noite.

As aulas terão início em 28 de maio e vão até dezembro. A carga horária é de 240h e as aulas acontecem segundas, quartas e sextas, das 14h às 17h (turma da tarde) e 19h às 22h (turma da noite).

As aulas acontecerão no Senac Consolação (rua Dr. Vila Nova, 228 - Vila Buarque - São Paulo).
O local é acessível a cadeirantes e haverá intérprete de Libras.

Para se candidatar, o interessado deve enviar currículo para o e-mail curso.pcd.senac@corp.terra.com.br  até o dia 9 de maio.

Os alunos selecionados para o curso não terão nenhum vínculo empregatício com o Terra. Além de 100% de bolsa, o Terra também oferecerá lanche e passagens de ida e volta em transporte público. Confira alguns requisitos para se candidatar:
  • Ter Ensino Fundamental completo;
  • Ter no mínimo 14 anos completos;
  • Ter conhecimentos básicos do sistema Windows e internet;
  • Ter deficiência auditiva ou física;
Fonte: TERRA

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Noite Traiçoeira - Padre Marcelo Rossi

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Jornal publica fraude de campeã paraolímpica que não era deficiente


A alemã Yvonne Hopf conquistou cinco medalhas de ouro e uma de prata na natação dos Jogos Paraolímpicos de Atlanta 1996 e era a grande estrela do país para a disputa da Paraolimpíada de Sydney 2000. No entanto, ela encerrou abruptamente a carreira de esportista em 1998 sem dizer porque, e a razão foi divulgada somente agora, pelo jornal alemão Der Spiegel: a atleta tinha mais de 10% da visão e, portanto, não era elegível para competir entre os deficientes visuais.

O caso veio à tona depois que a pentacampeã paraolímpica conseguiu tirar a carteira de motorista, contrariando os exames feitos para competir entre os deficientes.

De acordo com o jornal, o caso de Hopf não é isolado. Nos Jogos Paraolímpicos de Inverno de Turim 2006, uma atleta russa parcialmente cega, após sua prova, virou-se para o placar eletrônico e, quando percebeu que havia ganho uma medalha, levantou os braços para o céu e comemorou bastante.

Houve também o caso de um ciclista belga que alegava ter um braço paralisado e foi flagrado segurando um telefone com o mesmo membro que ele não podia mover. Além dele, a holandesa Monique van der Vorst, que conquistou duas medalhas de prata na Paraolimpíada em um triciclo especial "pedalado" com os braços, afirmou que não sofria de paralisia nas pernas e podia caminhar normalmente.
Fonte: TERRA

Pessoa Cega - Dia Internacional do Cão-Guia (Por Deborah Prates)


 Caro leitor, Abaixo texto da amiga Deborah Prates, que diz respeito ao seu cão-guia, “Jimmy Prates”.


Pessoa Cega - Dia Internacional do Cão-Guia


Dia de “JIMMY PRATES”!  Claro que dia disso ou daquilo tem somente a conotação de enfatizar/destacar fatos relevantes. Em minha vida , dia do cão-guia são os 365 de cada ano. Jimmy está comigo 24 horas!

Para sensibilizar e informar a coletividade/sociedade sobre as benesses do cão-guia é que vale a recapitulação do nosso fantástico encontro.

Ceguei num final de janeiro e as aulas da minha filhota recomeçariam em meados de fevereiro, pelo que a minha adaptação teve que ser IMEDIATA.

Tempo para choro e depressão? NÃO tive. Muito a fazer em tão pouco tempo! Reclamar/blasfemar, de nada adiantaria. Fui buscar aula de mobilidade/bengala no IBC, mas, como de se esperar em atividades governamentais, NÃO havia mais vaga no próximo curso. Daí foi que, às duras penas, consegui que um professor do próprio IBC, em suas horas de folga, viesse a minha casa para ministrar aulas. Não foram mais do que seis, já que as condições financeiras também não permitiram além.

Senti muito a perda do espaço aéreo! Daí foi que não me dei bem com a bengala. Era tão cega quanto eu! Começava num lado e, quando percebia, já estava do outro. Passei a andar como peixe, na diagonal da vida! Berê não se deu com a minha personalidade.

Decidi por um olho quadrúpede. Fui à luta! Na época o Integra não teria condições de atender a demanda e não perdi tempo. Procurei uma pessoa usuária de cão-guia para algumas dicas, contudo, não consegui muita coisa, já que era extremamente ocupada e não pôde me dar atenção.

Minha filhota, pela Internet, conseguiu os dados da fundação de onde trouxe Jimmy Prates. Uma amiga e professora de inglês também é coresponsável por essa conquista. Sou adepta da física quântica, pelo que soube querer Jimmy. Na decolagem tive a certeza de que, no voo de volta, traria a totalidade da busca.

Jimmy Prates é um labrador amarelo claro, macho e está com seis anos. Tem o tempo da minha cegueira! Nasceu para mim! Fui para América sem falar um bom inglês.

O universo conspirava a meu favor. O pessoal da fundação “novaiorquina” andava comigo com dicionários de espanhol, português/ Portugal e sempre sorrindo!

Obstáculos, empecilhos? Nenhum! A energia POSITIVA era total. Deu tudo certo e sou extremamente AGRADECIDA- POR TODA A ETERNIDADE – ao Povo americano. Os USA me deram o que o meu País não teve para seu cidadão! A recepção fora maravilhosa. Só tenho elogios e gratidão aos americanos.

A vida prossegue num ritmo acelerado, já que o tempo é implacável. É questão de sobrevivência andarmos no compasso das horas!

Digo que NÃO foi difícil conseguir Jimmy Prates. A perseverança é uma das minhas características. Foi minucioso o procedimento burocrático exigido. Só foi respirar fundo e cumprir metas. Jimmy no Brasil é a resposta para quem tenha alguma dúvida quanto a expressão: “QUERER É PODER”. Claro é que necessitamos SABER querer!

Pós Jimmy a qualidade de vida da Família melhorou sensivelmente. O curso de treinamento na América foi hiper maravilhoso e deu-me a segurança suficiente para evoluir e dominar as situações. Somos uma dupla do barulho!

A dupla continua em formação. Isso porque cada dia é diferente do outro, valendo afirmar que as circunstâncias se apresentam inusitadamente.

O BOM SENSO há que prevalecer sempre! A aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso particular da vida é o “X” do sucesso. Desesperar jamais!

Tenho algumas boas histórias com Jimmy, que, noutra oportunidade, contarei. Bem legais! Amo Jimmy Prates prá valer, de montão e à beça! Juntos damos boas gargalhadas! Exercito os músculos da face, o que retarda o envelhecimento, além de melhorar a forma do coração! Dou a maior força aos interessados. Agora, como tudo na vida, hão que ser analisados, caso a caso, se o guia seria a melhor solução.

A opção há que ser SUSTENTÁVEL e RESPONSÁVEL. Gostar de cachorro é pouco para buscar um guia. É mister AMAR cão para essa iniciativa! Cuida-se de um ser vivo que, como nós, está sujeito a chuvas e trovoadas. Num dia estamos melhor, com a corda toda! Noutro, já não estamos tão simpáticos. Um cão precisa de cuidados permanentes. Uma bengala, ao entrarmos em casa, só precisa ser pendurada atrás da porta! Jimmy, em todas as entradas, já para na área de serviço para uma boa limpeza. A bengala não precisa de ir ao veterinário nem de vacinas. O guia precisa de atenção constante. Então, se não se tem paciência com muito amor essa seria a opção mais irresponsável possível na vida de um cego.

Esse é um bom espaço para eu dar notícia aos amigos que, ao contrário do que muitos imaginam, o guia não sofre maus tratos pelo fato de ser um CÃO TRABALHADOR. Bem longe desse pensamento! Jimmy, por exemplo, tem a vida dele independente da minha no tempo em que é um cachorro. Como assim? Jimmy tem o seu tempo para correr atrás de sua bolinha amada, de modo que se exercita diariamente SEM ser guia. Além do que faz natação numa piscina de treinamento para cães da Polícia Militar no RJ e, em casa, tem a vida de um cão “pet”. Sua alimentação é hiper saudável, sua pelagem divinamente bem cuidada, etc.. E para completar a sua vidinha – mais ou menos maravilhosa – ainda tem a vida social/de trabalho, indo a todos os cantos do Planeta, como muitos de nós não pode desfrutar. Isso é que é VIDA DE CÃO! O resto é conversa!

Quais as vantagens de me locomover com o cão ao invés de usar a bengala? Muitas! Sem comparação. Como disse acima, a bengala é tão cega quanto eu! Indubitavelmente um olho quadrúpede é bem melhor. Além da facilidade com a locomoção, já que confiamos um no outro, Jimmy é, na maioria das vezes, um ponto de convergência entre o cego e a coletividade. Por ilustração, no Metrô é sempre uma FESTA! Quando saímos os que ficam estão no maior bate-papo, e nós nos despedimos rindo e dando cartões. A cada dia novas amizades e inteiração com as pessoas.

Diariamente e com o maior carinho, chego junto a coletividade para noticiar como chegar ao cão-guia quando ele estiver na condução de seu usuário. São observações de puro tino. Comparo o guia com a vida de um motorista. Não devemos distrair o motorista quando estiver na direção do veículo por enfoque óbvio. Mas, como os hábitos dos seres humanos estão comprometidos desde muito, é que continuamos a ver transgressões no trânsito como, por ilustração, motoristas que falam no celular, comem quando estão dirigindo e o fazem – comumente – embriagados, de sorte a comprometer a vida de seus semelhantes. Nesse diapasão é que também percebo pessoas a ofertarem comida ao Jimmy, bem como insistem em chamá-lo enquanto caminhamos em total desrespeito ao cego. Por que desrespeito? ora, assim como ocorre com os motoristas, uma distração do guia pode acarretar um ACIDENTE ao usuário, como cair num buraco, bater com o rosto num obstáculo qualquer, etc.. Viram como não é difícil saber como se comportar diante de uma dupla de cego e cão-guia?! Basta ter uma generosa dose de PERSPICÁCIA e tudo resolvido!

Se o leitor é um “cachorrento contumaz” e não consegue passar por um guia sem falar-lhe, é só pedir para que o cego pare para uma ligeira apresentação. Em regra os usuários são bem receptivos e até gostam de interatuar com a coletividade. Particularmente amo quando me perguntam sobre Jimmy!

Percebo que o mundo não está de todo perdido. Falta mesmo é a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL como carro chefe! Precisamos mudar hábitos arraigados ao longo da civilização. Processo lento, pelo que imperativo se faz a insistência. Só depende de nós a conquista de um Planeta com maior bem-estar para todos! O grande lance é arregaçarmos às mangas e partirmos para a luta! Precisamos de mais responsabilidade nas urnas nos outubros eleitorais!

Temos que aprender a cobrar/exigir nossos DIREITOS!

Brasileiros gostam muito de discutir a vida nas filas. Ah! O próximo da frente e de trás são os muros das lamentações. Nas mesas dos bares a situação se repete. Dizemos: GARÇOM MAIS UM CHOPE! E vamos desfiando os problemas e as soluções. Depois de jogar muita conversa fora vem a frase final: GARÇOM, A SAIDEIRA E A CONTA! E vamos para as nossas casas distribuindo culpas a granel pelas tempestades a que somos sujeitos no dia-a-dia!

Julgo que somos os CULPADOS por tudo – CULTURALMENTE FALANDO – de MAL que nos acontece. Por isso é que repito que mudar hábitos é processo lento.

A mídia, em muito, tem nos ajudado na questão de levar a sociedade as informações sobre o cão-guia. Porém, tal iniciativa, sem dúvida, deveria ser dos Governos! Mas, fica a pergunta: INTERESSAM E/OU QUEREM OS GOVERNANTES EDUCAR/INFORMAR A COLETIVIDADE? E NÓS, VAMOS NOS CALAR ETERNAMENTE?
Numa situação já fui cruelmente DISCRIMINADA pela maior autoridade do Poder Judiciário do RJ, quando tentei entrar no foro central – local já frequentado fazia dois anos – com Jimmy Prates. O então desembargador presidente ordenou que os seguranças separasse a dupla! Até hoje tramita uma ação em que sou autora em face do Estado do RJ. Inacreditável, né? Pois é, coisas do SER HUMANO que se entende mais IGUAL do que os demais! Acima da lei e por aí afora para todo tipo de mau gosto! E a rotina continua.

No contraponto se faz imperativo respeitarmos os IGUAIS que detestam cachorros. É um direito! Contudo, para esses é que deixo uma singela sugestão: ULTRAPASSE A FIGURA DO GUIA PARA ATINGIR NO SER HUMANO A QUEM ELE TANTO AJUDA. Somos um só! Jimmy é meu olho e eu o seu cérebro. Seja solidário! O guia não incomoda. Foi treinado para não transtornar quem quer que seja!

Em mais essa data de conscientização dos direitos da pessoa com deficiência é que deixo aos amigos leitores um pensamento de Ghandi:

“A grandeza de uma nação e o seu progresso moral, podem ser avaliados pela forma como tratam os seus animais”.


Carinhosamente.
DEBORAH PRATES (cachogente)
+ JIMMY PRATES (pessocão)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fórum discute os direitos da pessoa com deficiência em Laranjal Paulista - SP

O encontro será realizado na próxima terça-feira (24), a partir das 13h. 
O evento é aberto a toda a comunidade..

Na próxima terça-feira (24) será realizado o 1º Fórum Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Laranjal Paulista (SP). será no Largo São João, 228, no Centro, com início previsto para as 13h. A participação é livre para toda a comunidade.

O evento é organizado pela Secretaria de Promoção Social e Desenvolvimento Habitacional. Com o tema “Um olhar através da Convenção da ONU sobre os Direitos da pessoa com deficiência: Novas perspectivas e desafios”, o fórum terá palestra com integrantes da Associação dos Deficientes Físicos de Lençóis Paulista (Adefilp).

Participam ainda do encontro representantes da Associação Laranjalense da Pessoa com Deficiência (Alarde) e da Associação dos Pais e Amigos Excepcionais (Apae).
Fonte: G1

Sobrevivente de ataque a bomba em Londres cria aplicativo para deficientes


Daniel Biddle perdeu as duas pernas, o baço e a visão do olho esquerdo quando um extremista detonou uma bomba no vagão de metrô na estação Edgware, no dia 7 de julho de 2005.

 "O que aconteceu comigo em 7/7 me roubou toda a capacidade de ir praticamente a qualquer lugar", disse o sobrevivente à BBC.

 "Posso pensar em inúmeras ocasiões em que precisava encontrar um banheiro ou ir a um restaurante, e foi impossível. Faltam informações úteis para pessoas em cadeiras de roda, dificuldades de aprendizado e problemas de visão."


Acessibilidade

 O aplicativo Ldn Access, criado por Biddle e uma amiga, Tobi Collett, armazena detalhes sobre percursos sem degraus, rampas e instalações sanitárias adaptadas que podem ser encontrados em milhares de locais na capital britânica, como hotéis, teatros, restaurantes, bares, etc.

Através de tecnologia de localização, o programa consegue oferecer informações baseadas na área em que o usuário se encontra. Pode-se escolher uma categoria geral, como restaurantes, e a partir daí refinar a busca, por exemplo, por tipo de comida (indiana, chinesa, grelhados, etc.).

Biddle diz que a dupla criou um aplicativo simples de usar "porque alguém com problemas de destreza, ou artrite nas mãos, pode não ser capaz de digitar palavras muito longas. É simplesmente apertar um ícone na tela".

O aplicativo tem informações inclusive sobre os locais que serão usados nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres, a partir do fim de julho. E funciona sem conexão com a internet, o que significa que mesmo dentro do metrô o usuário pode checar as informações.

"Para checar se as informações estavam corretas, fomos às ruas e visitamos aleatoriamente os locais listados no aplicativo", conta Biddle. "Tivemos de identificar os locais, entrar nos sites dos lugares, fazer ligações."

A princípio, o aplicativo roda apenas no sistema operacional iOS, da Apple, mas Biddle e Collett pretendem investir o dinheiro levantado com as vendas originadas na loja da Apple, onde está disponível, para criar versões para Android, Blackberry e Windows Phone, e não só sobre Londres, mas outras cidades britânicas.

"Com esse aplicativo, queremos mostrar que a deficiência física não é um problema, o problema é a falta de acessibilidade", afirma Biddle. "A tecnologia pode ser excelente para prover independência. Queremos que este ajuda os deficientes físicos a fazer o que quiserem."
Fonte: BBC via Turismo Adaptado

Turismo para Cadeirantes

A Sunflower Turismo trouxe para o Brasil o 1º Ônibus de Turismo completamente adaptado para cadeirantes.


Colaboração: Roberto Belleza

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pesquisas têm resultados promissores sobre paralisia cerebral

Médicos de universidades americanas conseguiram reverter inflamações no cérebro por conta da falta de oxigenação através da nanotecnologia.

O anúncio de uma descoberta médica mostra os resultados muito promissores de pesquisas realizadas em universidades americanas sobre a paralisia cerebral.

A paralisia cerebral em bebês é provocada muitas vezes pela falta de oxigenação no cérebro durante a gestação ou o parto. Dependendo da área atingida, ela pode comprometer a coordenação motora, a fala, a visão e a audição.

É comum as áreas afetadas pelas lesões inflamarem, o que piora ainda mais o quadro. Foi esse processo de inflamação que os médicos de universidades americanas conseguiram reverter usando uma nova técnica: a nanotecnologia, área da ciência que estuda a matéria em uma escala equivalente a menos de um milésimo da espessura de um fio de cabelo.

Os cientistas injetaram em coelhos recém-nascidos moléculas chamadas dendrímeros. Elas funcionam como veículos capazes de atravessar as barreiras do cérebro e levar o remédio às células afetadas pela inflamação.
Em cinco dias houve uma melhora grande na locomoção e também na força muscular dos animais com paralisia cerebral. Os cientistas agora querem ver se esses resultados positivos nos recém-nascidos vão permanecer na idade adulta.

O Jornal Nacional conversou pela internet com dois dos médicos responsáveis pelo estudo. A doutora Sujatha Kannan é pesquisadora da Universidade Johns Hopkins, referência nos Estados Unidos na área de medicina. Segundo ela, quanto mais cedo for feita a intervenção, melhor o resultado.

“Assim, o desenvolvimento do cérebro é menos afetado pela inflamação, preservando a maioria das funções”, diz ela.

Segundo o doutor Rangara-manujam Kannan, que também é pesquisador da universidade, ainda não é possível prever quando essa técnica poderá ser aplicada em humanos. Mas o objetivo, diz ele, é usar esse novo método da maneira mais segura e rápida possível.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lazer e Turismo passam a ter atenção dedicada pela Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão


Ricardo Shimosakai foi nomeado para trabalhar na Secretaria de Acessibilidade e Inclusão da Prefeitura de São Paulo, também chamada de SMPED (Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida), para dar uma atenção mais dedicada ao Lazer e Turismo. A convite do então secretário Marcos Belizário, o Turismólogo pretende fazer um planejamento turístico para a cidade, de forma organizada, acessível e inclusiva.

A princípio há pouco tempo para colocar suas idéias em prática, pois após a cidade eleger um novo Prefeito, tudo pode mudar, a não ser que a SMPED seja mantida, assim como sua equipe de profissionais.

A Secretaria tem como missão promover a transformação social necessária à inclusão das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Assim, atua como uma ferramenta facilitadora para que o poder público e os vários setores da sociedade desenvolvam projetos que propiciem a interação da diversidade humana.

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da pessoa com deficiência – seja ela física, mental, auditiva, visual, múltipla, surdocegueira - ou com mobilidade reduzida, a SMPED atua como articuladora de ações governamentais, intersecretariais e intersetoriais que atendam às necessidades desse segmento da população.

Esse modo de trabalho intersetorial é muito importante, uma vez que o tema deficiência não se concentra em um só setor. Como ele está em todas as áreas, é preciso quebrar as barreiras arquitetônicas, atitudinais e sistêmicas, mas, mais do que isso, é imprescindível mudar o comportamento das pessoas.

Vários projetos e realizações já foram feitas por essa secretaria, em importantes segmentos da sociedade. Para obter mais informações, acesse a página oficial da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida,

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Hospital das Clínicas Realiza Exames de Prevenção na Semana da Voz

Para marcar a Semana da Voz, a Clínica de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas de São Paulo realiza, até sexta-feira, dia 20, exames de laringoscopia para o diagnóstico precoce do câncer de laringe e outras doenças que atingem as cordas vocais.

A otorrinolaringologista do HC e coordenadora da campanha, Adriana Hachiya, alerta que o diagnóstico precoce é muito importante, pois aumenta as chances de retirar toda a lesão, preservando a estrutura da corda vocal.

A campanha terá avaliação vocal e exibição de um vídeo educativo sobre os cuidados com a voz, além da distribuição de folderes informativos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o câncer de laringe é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço.

Ainda segundo a entidade, o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking de incidência da doença, perdendo apenas para a Espanha.

Os interessados em fazer os exames devem se inscrever pelo telefone 11 2661.3370, das 9h às 16h.

Casa Correta

LAR CENTER traz soluções de arquitetura para pessoas com mobilidade reduzida.

Na próxima quinta-feira (19), o Lar Center abre sua Mostra de Arquitetura Universal - Home & Office, que vai apresentar 21 ambientes com soluções para facilitar o dia a dia de pessoas com mobilidade reduzida.

Os arquitetos convidados também trarão sugestões para casas com crianças, adultos e idosos com deficiência visual, auditiva e obesidade.

A mostra vai ficar em cartaz até 20 de junho e a entrada é gratuita.

Mais informações pelo site do Lar Center ou pelo telefone (11) 22215959.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO - Suplemento CASA (ed. de 15 a 21 de Abril de 2012 - p. 12).

domingo, 15 de abril de 2012

Deficiência física ajudou Anita Malfatti a encontrar sua vocação artística

Anita Malfatti, filha do engenheiro italiano Samuel Malfatti e de mãe norte-americana Betty Krug, Anita Malfatti nasceu no ano de 1889, em São Paulo . Segunda filha do casal, nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da sua vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.

Ainda na infância, falece seu pai Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlo de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.

Seus planos incluíam estudos em Paris, mas a situação financeira lastimável da família não permitiu. Foi então financiada pelo tio para acompanhar suas primas à Alemanha, em 1910. Lá entrou em contato com o grupo de vanguarda Die Brucke. Teve como mestres os impressionistas Fritz Burger, e posteriormente Lovis Corinth.

Devido à guerra, as garotas tiveram que voltar ao Brasil, mas não sem antes dar um pulinho na tão sonhada Paris. De volta à Sampa, em 1914, Anita montou sua primeira exposição individual, ao 24 anos. Seu objetivo era conseguir uma bolsa e voltar a viajar, mas por causa da guerra não deu muito certo. Então seu tio novamente financiou sua viagem, dessa vez pra terra do Tio Sam.

Ficou dois anos por lá, voltando em 1916 pro Brasil, cheia de novas telas. Ao mostrar o trabalho para a família, a recepção foi fria. Ninguém gostou daqueles quadros duros, fortes, estranhos. Estavam todos esperando uma pintura acadêmica, quadros de santos. Bem, quebraram a cara. Seu tio, que financiara suas viagem, disse: “mas isso não são pinturas, são coisas dantescas!”

Então Anita montou uma outra exposição individual em 1917. No primeiro dia tudo correu bem, vendeu até 8 quadros. Mas daí o Monteiro Lobato publicou uma crítica no jornal O Estado de S. Paulo, criticando Anita, dizendo que ela tinha se deixado influenciar por Picasso e sua turma. No dia seguinte as telas compradas foram devolvidas e todo mundo passou a atacá-la nos jornais. O primeiro a defendê-la foi o Oswald de Andrade, seguido depois pelo Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Guilherme de Almeida.

Então 1922 chegou, e Anita participou da exposicão da semana de arte moderna com 22 trabalhos, entrando de vez no círculo modernista. Em 1923 faz uma viagem pra Paris, onde permanece por 5 anos, estudando e produzindo. Volta em 1928, e em 29 abre sua quarta individual. A seguir, passa a lecionar.

Nos anos 40, depois da morte de sua mãe e de seu grande e amado amigo, Mário de Andrade, Anita se recolhe em sua chácara em Diadema, onde viverá reclusa até sua morte, em 1964.





Fonte: TURISMO ADAPTADO

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Theatro José de Alencar no Ceará, terá acessibilidade garantida

A Secretaria de Cultura do Ceará assinou a Ordem de Serviço que dará início as obras de acessibilidade do Theatro José de Alencar. Serão investidos cerca de R$ 338 mil em serviços e reparos no Theatro. O projeto de restauração e adaptação faz parte de um estudo realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA, que vem mapeando as condições de acessibilidade os bens culturais do Estado.

De acordo com Francisco Pinheiro, atual Secretário de Cultura, o grande objetivo do Estado é “Ampliar o acesso à cultura em todas as suas instâncias e transpor as barreiras de acessibilidade é uma delas” afirma. Ainda de acordo com o Secretário, estão previstas algumas alterações como rampas, instalação de pavimentos ásperos, adaptação da bilheteria, além de uma área rebaixada para melhor atender os portadores de necessidades especiais.

De acordo com Izabel Gurgel, diretora do TJA, hoje o Theatro não possui nenhuma reserva para cadeirante, nem para pessoas obesas. “Os cadeirantes, quando vão assistir algum tipo de espetáculo ou atividade ficam na lateral da plateia, onde é difícil a visibilidade”, revela . “Nossa intenção é reservar um total de 14 espaços, dos 767 lugares já existentes na plateia, para cadeirantes, 8 assentos para pessoas com mobilidade reduzida e 8 assentos para pessoas obesas, preferencialmente instalados ao lado de cadeiras removíveis e articuladas para permitir ampliação da área de uso por acompanhantes ou outros deficientes”, acrescenta a diretora.

Referência artística e turística nacional, o Theatro José de Alencar desempenha importantes papéis na vida cultural cearense. Na qualidade de Teatro-Monumento oferece não só a mais seleta programação cênica do Estado, mas, também, a mais ativa e diversificada pauta de atividades sócio-culturais e artísticas do eixo central de Fortaleza. Com a dinâmica possibilitada pelo Centro de Artes Cênicas do Ceará (CENA) - unidade multifuncional anexa, o Theatro José de Alencar se afirma como espaço aglutinador de pesquisa, formação, produção e difusão artística, se transforma em palco de inclusão social e firma seu compromisso com o futuro.

Curioso exemplar da arquitetura eclética no Brasil, o Theatro José de Alencar, além da sala de espetáculo em estilo art noveau, dispõe de auditório de 120 lugares, foyeur, espaço cênico a céu aberto e o prédio anexo, com 2.600 metros quadrados, que sedia o Centro de Artes Cênicas (CENA), o Teatro Morro do Ouro, com capacidade para 90 pessoas, a Praça Mestre Pedro Boca Rica, com palco ao ar livre e capacidade para 600 pessoas, a Biblioteca Carlos Câmara, a Galeria Ramos Cotôco, quatro salas de estudos e ensaios, oficinas de cenotécnica, de figurino e de iluminação, abrigando ainda a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho e o Curso Princípios Básicos de Teatro e Circo.

Visita Guiada ao Theatro

O percurso tem início a cada uma hora.
Terça à sexta: 8h, 9h, 10h e 11h + 13h, 14h, 15h e 16h
Sábados, domingos e feriados: 13h, 14h, 15h e 16h
Inclui a edificação de 1910, os jardins de Burle Marx e o Centro de Artes Cênicas do Ceará – Cena, anexo ao prédio histórico.
R$ 2,00 (estudante) e R$ 4,00
Visitação gratuita para grupos de escolas públicas, ongs e projetos sociais previamente agendados: 3101.2567 com Tito ou Ana Marlene.
Visitação gratuita para todos nos dias 17 e no último domingo do mês, de janeiro a dezembro

Roteiros especiais

Todo dia 17, às 10h o bailarino Hugo Bianchi guia um percurso. O TJA de 1910, os jardins e o Cena são percorridos também pelos caminhos da memória do pioneiro do balé clássico no Ceará, que vive o TJA há mais de 50 anos.

Todo dia 17, às 16h com audiodescrição e conversão em libras para deficientes visuais e auditivos. Realização conjunta com o Grupo Lead, da Universidade Estadual do Ceará, e com o Grupo de Acessibilidade da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social – STDS, do Governo do Estado.

Todo último domingo do mês às 16h uma percurso pelo jardim, guiado por Alba & Vilani. Amantes das árvores, elas conhecem a flora da região central de Fortaleza, onde moram. Convidam a apreciar os oitis centenários, a grande cascata de thumbergia, o pau-brasil etc.

Disney cancela atração após ser acusada de estigmatizar crianças obesas

O Walt Disney World decidiu cancelar a inauguração em Orlando, na Flórida, de uma atração que buscava combater a obesidade infantil, depois de receber críticas que a acusavam de estigmatizar as crianças obesas.

A inauguração da atração - que durante alguns dias esteve aberta de forma extraoficial para testar a reação do público - estava prevista para o próximo dia 5 de março, mas a empresa adiou indefinidamente sua abertura.

Batizada de Habit Heroes, a atração foi projetada pela Disney, em colaboração com uma associação americana de companhias de seguros médicos, para combater os maus hábitos que contribuem à obesidade infantil, como a comida gordurosa e a falta de exercícios físicos.

Localizada no parque temático Epcot, a Habit Heroes oferecia uma série de jogos que exigiam certa atividade física para que os visitantes pudessem ajudar um suposto menino que enfrenta problema por seus maus hábitos.

O cancelamento da abertura oficial acontece depois que, na semana passada, a Associação Nacional para Promover a Aceitação dos Obesos (NAAFA, na sigla em inglês) acusou a Disney de "ficar sob a sombra da negatividade e da discriminação" ao apostar "na ferramenta da vergonha como a melhor maneira de comunicar-se com as crianças".

Em comunicado, essa associação criticava a Disney por utilizar "personagens estereotipados" para criticar os hábitos alimentares infantis.

"O uso desses estereótipos, habitualmente utilizados para atormentar as crianças com sobrepeso, poderia reforçar e fortalecer o ciclo de intimidação, depressão, transtornos alimentícios e inclusive pensamentos suicidas", segundo a NAAFA.

Um porta-voz da associação de seguradoras que colaborou com a Disney na atração garantiu que o parque está "testando e recebendo a informação dos usuários, para fazer os ajustes necessários prévios à inauguração".

"Queremos nos assegurar que a atração transmita de forma divertida uma mensagem positiva sobre o estilo de vida saudável", explicou.

O site da atração permanece fora do ar para manutenção.




quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mulher com paralisia facial sofre constrangimento durante blitz


Ester Naveira, de 36 anos, foi parada em uma blitz da Lei Seca, no Rio de Janeiro, mas o policial não conseguiu perceber a dificuldade da carioca em falar devido a ter paralisia facial em todo lado esquerdo. A mulher tentou argumentar que não conseguiria soprar o bafômetro devido a deficiência e que, inclusive, toma remédios controlados para estimular a parte neurológica, o que a impede de ingerir bebidas alcoólicas.

Mesmo com todos os argumentos, Ester recebeu uma multa de quase mil reais e teve que aguardar alguém ir retirar o carro dela para que não fosse presa, como foi ameaçada.

O Governo do Estado reconheceu o erro e devolveu a carteira da motorista enviando flores junto com um pedido de desculpas, mas Ester, apesar de ter perdoado a ação, disse que irá recorrer à justiça para que o caso não caia no esquecimento e sirva como um alerta.

Em nota, a secretaria informou que todos os procedimentos realizados na abordagem da motorista foram corretos.

Fonte: SBT

Com 5 votos a 1, STF pode liberar nesta 5ª aborto de anencéfalo.

O único voto divergente foi do ministro Ricardo Lewandowski, que disse que não cabe ao Judiciário legislar.
Foto: Fellipe Sampaio / STF/DivulgaçãoO Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, na tarde desta quinta-feira, o julgamento que poderá descriminalizar o aborto de fetos anencéfalos (com má-formação do cérebro e do córtex), o que leva o bebê à morte logo após o parto ou uma curta vida vegetativa. O assunto é controverso, e grupos religiosos acreditam que a decisão poderá abrir precedente para a liberação do aborto em outros casos. Ontem, antes de o julgamento ser suspenso, o placar estava em 5 votos a 1 favoráveis à prática. A previsão é que a Corte descriminalize este tipo específico de aborto.

Anencefalia: quanto tempo é possível sobreviver sem cérebro?

Votarão hoje os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ayres Britto e o presidente, Cezar Peluso. A se manter o placar de ontem, falta apenas um voto para que o colegiado decida que a antecipação da gestação no caso de anencéfalos não é ilegal. Antes de conceder voto à ministra Rosa Weber, o ministro Peluso sinalizou que deverá votar contra a maioria. Ele ponderou que o Brasil é um Estado laico, mas que é preciso que os ministros considerem "as consequências práticas" das decisões tomadas pela Corte.

Dez dos 11 ministros da Corte decidirão a questão, já que Dias Toffoli não votará, tendo-se declarado impedido por ter atuado no processo quando era advogado-geral da União. Atualmente, o Código Penal prevê que o aborto pode ser realizado apenas em caso de estupro ou de claro risco à vida da mulher. A legislação proíbe todas as outras situações, estabelecendo pena de um a três anos de reclusão para a grávida que se submeter ao procedimento. Para profissional de saúde que realizar a prática, ainda que com o consentimento da gestante, a pena é de um a quatro anos.

Além do relator, Marco Aurélio Mello, votaram pela descriminalização os ministros Rosa Weber, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O voto divergente é do ministro Ricardo Lewandowski, que declarou que não cabe ao Judiciário legislar.

O processo foi movido em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que pede que não seja considerada crime a prática do aborto em caso de gravidez de feto anencéfalo. Naquele mesmo ano, Marco Aurélio concedeu liminar para autorizar a antecipação do parto quando a deformidade fosse identificada por meio de laudo médico. Porém, pouco mais de três meses depois, o plenário decidiu cassar a autorização. Em 2008, foi realizada uma audiência pública em que representantes do governo e da sociedade civil, especialistas em genética e entidades religiosas debateram o tema.

Fonte: Terra

quarta-feira, 11 de abril de 2012

TV francesa faz programa de viagens com jornalista cega

Por Ricardo Shimosakai

O programa "Dans tes yeux" ("Nos teus olhos", em tradução literal) mostra as viagens da francesa Sophie Massieu, cega desde o nascimento, em 40 cidades de 23 países, entre eles o Brasil.

Jordânia, China, Índia, Turquia, Canadá, Alemanha, Etiópia e Madagascar são alguns dos países visitados pela jornalista cega, que também percorreu a Lapônia, na Finlândia, a Palestina e algumas regiões francesas, como a Camarga (o "Pantanal" da França). Durante as viagens, que duraram dez meses, a repórter tomou 74 aviões e utilizou diferentes meios de transporte: trens, barcos, balão e até camelo.

"Nunca pensei que fosse montar na garupa de uma Vespa segurando um cachorro", diz ela, que circulou pelas ruas de Nápoles, na Itália, com o dálmata Pongo em seu colo na moto.

O conceito do programa é "mostrar o mundo de maneira diferente", sob a ótica das sensações de alguém que não possui a visão, diz Sébastien Deurdilly, co-redator-chefe da série de documentários turísticos.

"Ainda não acredito que um canal de televisão aceitou dar o papel principal de um programa para uma pessoa portadora de deficiência. Isso é um sinal de que há avanços nessa área", diz Massieu, de 36 anos.

Ela foi uma das primeiras pessoas cegas a ter cursado, em 1998, uma escola de jornalismo na França e foi colaboradora de grandes jornais e revistas do país. Entre as inúmeras aventuras de suas viagens para o programa de TV, ela saltou de asa delta na ilha da Córsega, na França, fez escalada na Grécia, participou de corrida de carros na Polônia, colheu arroz na China e aprendeu a dançar valsa usando salto alto em Budapeste, na Hungria.

Na Grécia, ela também mergulhou em apneia para colher esponjas marinhas utilizando o mesmo antigo método dos mergulhadores locais, amarrada a um pedra de mais de 20 quilos. Além das percepções diferentes que uma pessoa cega têm ao descobrir um local, o programa privilegia o contato humano, ressaltando os encontros que a jornalista fez ao longo das viagens, como um pastor de ovelhas na Córsega, pescadores nas Ilhas Canárias, uma jovem de Xangai que a leva a discotecas ou um artista de Nova York.

"Como eu não vejo, eu questiono coisas sobre os lugares que as outras pessoas não têm o hábito de perguntar", diz a francesa, que também fala inglês, espanhol e italiano.

No Brasil, Massieu visitou Salvador, na Bahia, e outras localidades no Nordeste. Ela visitou ainda uma tribo indígena, segundo informou à BBC Brasil a assessoria do canal de TV Arte. A jornalista teve algumas dificuldades nas viagens. Seu cachorro Pongo, que a guia desde 2007, não foi autorizado a acompanhá-la a todos os lugares, como no Muro das Lamentações, em Israel, onde animais não são permitidos. A série de reportagens será exibida diariamente até o final de abril. Os programas sobre o Brasil serão apresentados nos dias 16 e 23 de abril.

Prêmio Cidadão Sustentável.

O Prêmio Cidadão Sustentável surge com a proposta reconhecer e valorizar as pessoas que realmente estão ajudando a transformar São Paulo em uma cidade mais justa, democrática, saudável e solidária.

Resultado de uma parceria entre o portal Catraca Livre e a Rede Nossa São Paulo, o Prêmio está sendo lançado neste ano de 2012, às vésperas das eleições municipais, como uma oportunidade para discutir propostas e pensar no futuro da nossa cidade.

Durante o mês de abril, qualquer cidadão que vivem em São Paulo poderá ajudar a construir o Prêmio, indicando os nomes que farão parte da primeira etapa de votações.

Haverá um vencedor para cada categoria:

  • Cultura
  • Educação
  • Intervenções Urbanas
  • Inclusão Social
  • Meio Ambiente
  • Saúde
  • Tecnologia e Comunicação
PARTICIPE!
Você pode indicar quantos nomes quiser. Clique aqui e faça sua Indicação.

Os primeiros vencedores serão escolhidos pela sociedade, em votação direta, pela internet. Um júri formado por personalidades com histórico de luta por São Paulo fará uma seleção, e haverá um vencedor geral.

Sua indicação é muito importante. Participe, ajude a valorizar os verdadeiros heróis da nossa cidade!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Internada há 36 anos em UTI lança livro de memórias escrito com a boca

10/04/2012 - 10h09
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO


Faz 36 anos que Eliana Zagui vive deitada num leito de UTI do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Vítima de paralisia infantil aos dois anos, ela perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Respira com ajuda de equipamentos.

Na cama, a menina se formou no ensino médio, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história da arte e tornou-se pintora. Tudo isso usando a boca para escrever, pintar e digitar. Hoje, lança (só para convidados) seu primeiro livro: "Pulmão de Aço - uma vida no maior hospital do Brasil" (Belaletra Editora).

Pulmão de aço é o nome de uma máquina, inventada na década de 1920, parecida com um forno. As pessoas com insuficiência respiratória eram colocadas dentro dela, com a cabeça de fora.

Eliana ficou cinco dias lá dentro, mas não funcionou. A pólio havia paralisado completamente o diafragma e a deglutição. Ela teve, então, que ser conectada para sempre a um respirador artificial. Só consegue ficar poucas horas longe do aparelho.

Eliana Zagui,38, é vítima de paralisia infantil e desde de um ano e meio mora no Hospital das ClinicasEntre 1955 e o final da década de 70, 5.789 crianças vítimas da pólio foram internadas no HC. Sete delas, atingidas com mais severidade, ficavam lado a lado na UTI. "Nós nos apegávamos um ao outro, como numa grande família. Era a única maneira de suportar aquilo tudo", lembra Eliana.

Da turminha, só sobreviveram ela e Paulo Machado, 43, que divide o quarto com a amiga e cuja história de vida também aparece no livro. "A Eliana é minha irmã, a minha família. Tem temperamento forte. Quando vejo que ela está brava, coloco os fones de ouvido e fico na minha", diz.

Eles poderiam viver com suas famílias, com o apoio do hospital. Mas nunca houve interesse por parte delas. Os parentes raramente os visitam. "Não me magoo mais. Já sofri muito e hoje aprendi que cada um é cada um."

Eliana e Paulo passam a maior parte do tempo na internet. Ela gosta de sites de relacionamentos, de pintura e artesanato. Paulo é aficionado por cinema. Está envolvido na produção de uma animação cuja protagonista é Teca, o apelido carinhoso pelo qual chama Eliana. E, para ela, o amigo é o Teco.

Quando é necessário, ele faz as vezes de irmão mais velho. "Dias atrás, eu me irritei no Face [Facebook] e postei uma mensagem malcriada. O Paulo viu e me chamou a atenção", conta Eliana, que chegou a ter 3.000 amigos virtuais. "Fiz uma limpa no final do ano e só deixei uns cem. Agora tenho uns 300, mas preciso limpar de novo."

A saudade dos amigos reais, os quais viu morrer um a um, é o que mais a entristece. "Foram momentos tão bons. Mas não voltam mais."

No livro, ela relata que flertou com o suicídio. "Avaliava as possibilidades: arrancar a cânula da traqueia com a boca, cortar ou furar o pescoço." E encerra com humor. "Descobrimos que até para morrer antes da hora precisamos da ajuda de alguém."

Eliana diz que, volta e meia, essas ideias ainda a visitam, mas que hoje tenta aliviar suas angústias nas sessões semanais de análise.

Eliana Zagui, que desde os dois anos vive em hospital, escreve em seu livro dedicatóriaPergunto se sonha em viver na casa dos pais. "Não. Eu iria estagnar", responde convicta. Mas, sim, ela sonha em morar fora do hospital.

Em dezembro último, pela primeira vez em 36 anos, passou o Natal fora do HC, na casa de amigos. Foi de maca e com respirador artificial portátil. "Foi uma experiência ótima, indescritível."

Quanto ao livro, Eliana diz esperar que ele ajude "aqueles que não querem nada com a vida". "É claro que cada um tem as suas dores. A minha desgraça não é maior que a sua nem a sua é maior que a minha. Mas é sempre bom poder aprender a tirar o que vale a pena da vida."

Serviço
PULMÃO DE AÇO
AUTORA: Eliana Zagui
PREÇO: R$ 36,00
PÁGINAS: 240
EDITORA: Belaletra

Fonte: Folha.com