quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nova lei assegura proteção a direitos de autistas


Texto foi sancionado por Dilma Rousseff no final de dezembro. Gestor escolar que recusar matrícula de autista poderá ser punido.

No final de dezembro, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei aprovada pelo Congresso que assegura novos direitos aos autistas. A medida vale para serviços de saúde, educação, nutrição, moradia, trabalho, previdência e assistência social. Devem se beneficiar não só os pacientes com diagnóstico fechado, mas também aqueles casos em que há suspeita.

Ao instituir a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista", a lei dá a esse grupo os benefícios legais de todos os indivíduos com deficiência, incluindo desde a reserva de vagas em empresas com mais de cem funcionários até o atendimento preferencial em bancos e repartições públicas, segundo informou a Agência Câmara.
O texto sancionado prevê ainda uma punição para gestores escolares que recusarem a matricular alunos com autismo. O responsável pela negação está sujeito a multa de 3 a 20 salários mínimos. Em caso de reincidência, os gestores podem até perder o cargo.

O texto afirma ainda que "em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular (...) terá direito a acompanhante especializado".

A pessoa autista também não poderá ser impedida de participar de planos de saúde em razão de sua condição, como já previa uma lei específica sobre o tema. Além disso, esses pacientes terão direito a atendimento com uma equipe de médicos, como neurologista, psiquiatra e terapeuta de fala.
De acordo com a Agência Câmara, no entanto, o texto foi sancionado com vetos que causaram polêmica entre representantes do setor. Foram retirados dois dispositivos que garantem atendimento especial a alunos que não puderem frequentar a rede regular de ensino, sempre em função das necessidades de cada estudante.

O argumento do governo é de que a exclusão dos alunos autistas das escolas regulares é contrária à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da qual o Brasil é signatário. Segundo o acordo, todas as pessoas com deficiência devem ter acesso aos ensinos primário e secundário inclusivos.

Outro veto derruba a previsão de horário de trabalho especial para funcionários públicos que sejam pais de pessoas com deficiência ou responsáveis por elas. Atualmente, já existe uma lei que prevê um regime de trabalho especial para os servidores públicos com deficiência, mas a extensão desse benefício aos familiares só poderia ocorrer após iniciativa do Executivo.

Diagnóstico

 O diagnóstico de autismo já é possível antes dos 3 anos de idade, desde que seja feito por um profissional experiente, segundo a psicóloga Emanuelle Leal. Em geral, as principais características de uma criança com essa condição são: dificuldades na interação social, comunicação tardia, palavras e movimentos repetitivos – que podem se manifestar em maior ou menor grau, dependendo do tipo de autismo.

A psicóloga recomenda que os pais com suspeitas levem o filho ao pediatra e, caso o profissional desconheça o problema, a criança seja encaminhada a um neuropediatra ou psiquiatra infantil. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de favorecer o desenvolvimento do paciente e diminuir problemas futuros.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Estudo Conclui que é Fácil e Barrato Melhorar a Acessibilidade a Deficientes Visuais

Veja matéria veiculada na edição de 13/01/2013 do Jornal das Dez

Fonte: Globonews.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Google premia mapa virtual com foco em acessibilidade criado por paulistano



Accessibility View mapeia a acessibilidade na cidade
Dono da ideia irá receber R$ 35 mil e fará viagem a sede da empresa para discutir projeto
O Google Maps é a ferramenta mais usada por quem quer descobrir o melhor caminho para ir de um lugar a outro. Imagine uma versão adaptada para cadeirantes, que indica as melhores ruas – e até as melhores calçadas – para se locomover pela cidade. Essa ideia, transformada em projeto pelo paulistano Eduardo Battiston, acaba de ser premiada pelo próprio Google e pode virar uma ferramenta da gigante de buscas.
Eduardo é o vencedor do Creative Sandbox Brief, uma iniciativa anual da empresa para incentivar ideias inovadoras. Ele levou R$ 35 mil para dar início ao projeto e irá viajar para uma sede da companhia americana (pode ser na Califórnia ou em Nova York, não está decidido), para discutir a criação com desenvolvedores do Google.
O projeto se chama Accessibility View e inclui um aplicativo para que moradores das cidades possam atualizar as informações do sistema, reportando se um buraco foi consertado ou se uma guia foi danificada, por exemplo. "A intenção é que os principais municípios brasileiros tenham uma espécie de Googles Maps de acessibilidade", diz Eduardo.
Após morar dois anos em Madrid, ele percebeu como as cidades brasileiras ainda têm graves problemas de mobilidade para pessoas deficientes. "O dinheiro do prêmio servirá para botar a primeira fase do projeto no ar, o que significa começar o mapeamento e fazer o aplicativo", diz Eduardo, que tem 36 anos e é diretor de criação publicitária na Agência Click Isobar.

Eduardo 'se o Google quiser implementar a ideia no Maps como um botão, fico lisonjeado'
Eduardo 'se o Google quiser implementar a ideia no Maps como um botão, fico lisonjeado'
A princípio, o Accessibility View funcionará como um site próprio, mas, ainda que seja apenas uma possibilidade, pode se tornar um "botão" dentro do próprio Google Maps. "Se o Google gostar muito e quiser implementar no site, fico lisonjeado", diz Eduardo.
"A ideia é viável", afirma Marco Bebiano, responsável pela área de agências de publicidade dentro do Google Brasil. "Após ele ir para a sede da empresa, vamos revisitar a ideia e ver aonde ela pode chegar, mas pode, sim, virar um botão", diz.
De qualquer forma, Eduardo irá buscar viabilizar o site com anunciantes e pessoas dispostas a investir nele. "Espero que a primeira fase entre no ar no início do ano que vem, provavelmente na cidade de São Paulo", afirma. "O importante é que se torne realidade. É um projeto meu, mas quero que se torne dos cadeirantes", diz o criador.
O Creative Sandbox premiou ainda um projeto para mapear favelas pacificadas do Rio de Janeiro usando o Google Maps (como segundo lugar) e outro que mostra imagens de crianças desaparecidas nos resultados de busca do Google Imagens (como terceiro).