segunda-feira, 28 de maio de 2018

Um estágio para lidar com deficiências. De todos nós





Maria do Carmo (ao centro),
com a estagiária Stephanie e a mãe dela,
Vanda
No começo foi difícil. Alfredo de Campos Adorno, supervisor de SGP.13 (Secretaria das Comissões Extraordinárias e Temporárias), conta que precisou de longas conversas com Maria do Carmo Apelian de Oliveira, de SGA.14 (Seleção, Desenvolvimento e Avaliação de Pessoal), para saber como agir com os estudantes do Programa de Estágio para Estudantes com Deficiência Intelectual, a partir de 2011.
Segundo Alfredo, os funcionários simplesmente não sabiam como se relacionar com a estagiária que apresentava essa deficiência. Alguns a tratavam de um jeito condescendente, como se fosse uma filha, e não uma colega. Outros mostravam-se impacientes e tinham dificuldade, em alguns momentos, de reconhecer os limites apresentados pela estagiária.
Na época, o programa estava no começo e ainda era visto com resistência entre muitos funcionários da Casa. “Muitos mostraram-se preocupados e inseguros em relação à forma de como lidar com os estagiários com deficiência intelectual e de como inseri-los em seu ambiente de trabalho”, conta Maria do Carmo.
Nas conversas, ela aconselhou que Alfredo continuasse a tentar, observando a estagiária com atenção e tentando vê-la como ela realmente era. “Conversar com Maria do Carmo equivale a um treinamento”, lembra Alfredo. “Tive com ela uma análise profissional e uma visão técnica que me mostraram aspectos que desconhecia, no que diz respeito ao emocional humano, o que me possibilitou um olhar muito mais abrangente de um programa elogiável.”
A deficiência de todos
Com tempo e trabalho, a equipe foi percebendo que a estagiária tinha necessidades especiais que precisavam ser observadas, mas também podia encarar desafios e superar limites como qualquer pessoa. “Atender telefones, por exemplo. É claro que no começo ela não seria tão eficiente como outras pessoas, mas podia aprender. As pessoas tinham receio de que ela cometesse algum erro, mas entendemos que erros são inevitáveis no processo de aprendizado, além de termos uma equipe comprometida com o programa. Eventuais equívocos foram contornados” conta Alfredo.  E, de erro em erro, a estagiária aprendeu o certo pela prática.
Do mesmo jeito, a equipe passou a errar menos no relacionamento com a jovem. Foi um aprendizado coletivo, que mobilizou toda a equipe. “Aprendemos a ter um olhar especial para ela, não complacente, mas objetivo”, conta Alfredo. E, o mais surpreendente, começaram a perceber que a deficiência não estava na estagiária, mas em todos os membros da equipe, os que se viam como “normais”.
“Eu comecei a ver que a deficiência estava em mim, no modo como eu me relacionava com ela. Se eu me dirigia a ela de um jeito que a feria, então eu tinha uma deficiência para me comunicar. Se eu explicava e ela não entendia, o problema era eu não saber explicar”, relata.
Foi assim que a equipe aprendeu na prática a noção, descrita na Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de que a deficiência não faz parte de uma pessoa, como um braço ou uma perna, mas que “resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras atitudinais e ambientais que impedem sua plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”.
“Apesar de dificuldades, que considerei  além de razoáveis na época, eu reconheci  a magnitude do trabalho desenvolvido, a importância de trabalhar de forma séria e permanente, de persistir em uma atividade para a qual, penso,  a CMSP é pioneira”, afirma Alfredo.
“Foi transformador”, resume o supervisor. Transformador para as estagiárias, que aprenderam a ir além dos próprios limites e se empoderaram. E transformador para a própria equipe, que aprendeu a enxergar as próprias falhas no relacionamento daquela jovem que viam como diferente. “O grupo todo mudou depois disso”, define.
Eles não estavam mesmo preparados, isso ele reconhece. Mas ninguém poderia estar. “Ninguém pode estar preparado para isso. É algo que só se aprende fazendo”, diz.
Desafio
Expectativa e apreensão. Foi o que a implantação do Programa de Estágio para Estudantes com Deficiência Intelectual despertou. E isso em todo mundo: pais, estudantes, familiares, funcionários. Foi um desafio que a equipe de SGA.14 abraçou, sabendo que era uma briga que valia a pena.
“Eu vi que, através desse trabalho, se fosse bem feito, a gente poderia fazer diferença na vida dessas pessoas: acolhendo, orientando, treinando, preparando”, conta Maria do Carmo. “A gente tinha a proposta de incluir essas pessoas no mercado de trabalho e de também fazer com que as barreiras internas da Câmara fossem vencidas por elas.”
Logo que foi implantado, em 2011, com a criação de 15 vagas de estágio para estudantes do ensino médio com deficiência intelectual, o programa se deparou uma dificuldade: encontrar jovens regularmente matriculados em instituições reconhecidas pelo MEC (Ministério da Educação), uma exigência obrigatória para programas de estágio, mas uma condição nem sempre comum entre jovens com deficiência intelectual.
Uma parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) ajudou o programa a selecionar os primeiros estagiários. Após as experiências iniciais, ficou claro que o programa precisava buscar a colaboração de quem tivesse conhecimentos específicos sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Colaboração que veio por meio de uma parceria com a Apae-SP, assinada em dezembro de 2012. Os objetivos eram dois: capacitar os estagiários e também os servidores da CMSP envolvidos com o projeto.
O estágio na CMSP foi a primeira oportunidade de trabalho que a estudante Stephanie Lima Ferreira, hoje com 22 anos, encontrou na vida. Ninguém sabia o que esperar da experiência. Mesmo a ideia de que a menina passaria a sair de casa todos os dias para ir a um trabalho e voltar era algo que apavorava uma parte da sua família.
“Você é louca, vai soltar sua menina no centro da cidade, se acontecer alguma coisa a gente vai te culpar a vida inteira”, era o que uma tia de Stephanie costumava dizer para a mãe da jovem, Vanda Ferreira, no início do estágio. Nos primeiros dias, a menina ainda ia e voltava com os pais. Depois, passou a fazer o percurso sozinha. “Tia, se for para acontecer, vai acontecer, entrega na mão de Deus”, Stephanie respondia.
Trabalhando nas Comissões, ela atendia aos telefones e levava documentos aos gabinetes dos vereadores. Como tem dificuldades para ler e escrever, a equipe criou uma tabela com os nomes e as fotos dos vereadores para ajudá-la a se localizar nos labirintos do Palácio Anchieta.
Divisor de águas
A experiência deixou marcas fundas na vida de Stephanie. Hoje trabalha numa escola de inglês, onde a chamam de Formiguinha, porque “está sempre fazendo coisas”. Fazer coisas, resolver problemas, ter iniciativa: ela conta que o primeiro emprego, proporcionado pela Câmara, rendeu uma autonomia que ela nunca tivera. “Se eu não tivesse vindo aqui, acho que estaria do mesmo jeito, que nem antes, dependendo da minha família para fazer tudo”, diz. E não foi só o que mudou. “Antes, eu tinha poucas amizades. Agora, tenho um monte de amigo”, conta, feliz.
A CMSP modificou a vida de outros jovens com deficiência. Foram 38 estagiários que passaram pelo programa, sendo que 15 já estão inseridos no mercado de trabalho, em empresas como Credigy, Englishtown, Socicam, Renner, Le Lis Blanc, IMC SASTE e Manserv.
No ano passado, Stephanie candidatou-se e foi eleita suplente para o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência. Hoje ativista, conta que a experiência do estágio mudou até sua relação com a própria deficiência: “Antes, eu tinha vergonha de falar para as pessoas”. Chegou a esconder a deficiência de um namorado. Para que ele não desconfiasse de nada, pedia que as irmãs lessem e respondessem por escrito as mensagens que ele mandava via Whatsapp, já que ela só consegue enviar áudios. Quando finalmente resolveu contar, foi aceita sem problemas e ainda descobriu que o namorado tinha um irmão com deficiência.
Até no ônibus, ela relata, um dia fez questão de dar uma lição em uma mulher que dizia lamentar o destino da filha, que, por ser deficiente visual, não poderia trabalhar. “Eu expliquei minha história para ela e falei assim: ‘eu sou conselheira e também tenho trabalho, quem falou que sua filha não pode chegar aonde cheguei?’” No Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, diz que já discutiu com uma pessoa que a aconselhou a não falar em público. “Eu disse para ela que falaria, sim, e completei que antes de ser deficiente, sou uma pessoa.”
“A partir do trabalho na Câmara, mudou muito, muito, muito a vida da Stephanie”, conta sua mãe, Vanda. “Foi um divisor de águas.” Curiosamente, Alfredo, o supervisor de SGP.13, usa a mesma expressão de Vanda para se referir ao impacto que o programa trouxe à sua vida profissional: “O programa foi um divisor de águas para toda a equipe”.
Como transformou as vidas de Stephanie, de Alfredo e tantos outros, o Programa de Estágio para Estudantes com Deficiência Intelectual quer ir além. O próximo passo é incluir estagiários com outros tipos de deficiência, abrindo a possibilidade de transformação para mais e mais pessoas.

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo (Intranet)

terça-feira, 22 de maio de 2018

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Hospital do Câncer de Barretos - HOSPITAL DO AMOR

Após 10 meses de trabalho, aí está o filme que apresenta o novo nome do Hospital de Câncer de Barretos: Hospital de Amor. A peça, criada pela WMcCann, Zombie Studio e LOUD, mostra o quanto essa palavrinha faz diferença no tratamento daqueles que literalmente perdem o chão por causa da doença. ❤
Por favor compartilhe, toda a criação e produção do vídeo foi doado pela agência e produtora e ficou sensacional!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Garoto Autista Construiu Réplica do Titanic Usando Peças de LEGO


A maior réplica de Lego do Titanic foi construída ao longo de 700 horas – 11 meses – por um menino de 10 anos de Reykjavik, na Islândia, que está no espectro do autismo.

Brynjar Karl Bigisson, agora com 15 anos, construiu a réplica com 56.000 peças de Lego. Ela tem 8 metros de comprimento e 1,5 metro de altura.

Brynjar se lembra de brincar com Legos por horas, quando tinha 5 anos. “Às vezes eu construía com base em manuais de instruções e, às vezes, usava minha própria imaginação”, disse ele.

Na época, ele era obcecado por trens, mas isso mudou quando seu avô, Ludvik Ogmundsson, o levou para pescar em um barco, despertando interesse e apreço pelos navios. Até o momento Brynjar tinha 10 anos e sabia tudo o que havia para saber sobre o Titanic.

Quando viajei com a minha mãe para a Legoland na Dinamarca e vi pela primeira vez todos os fantásticos modelos de casas famosas e aviões, locais e navios, eu provavelmente comecei a pensar em fazer o meu próprio modelo de Lego. Assim que fiz 10 anos, comecei a pensar em construir um modelo do Titanic em Lego do tamanho de um personagem de Lego”, disse Brynjar.

O projeto foi algo de família, com o avô Ogmundsson, um engenheiro e a mãe Bjarney Ludviksdottir ajudando. Ogmundsson reduziu o modelo original do Titanic para o tamanho Lego e ajudou a descobrir quantos pequenas peças do brinquedo seriam necessárias para criar o modelo.

Ludviksdottir serviu como sua líder de torcida pessoal. “Se ela não tivesse apoiado o projeto dos meus sonhos, nunca teria sido uma realidade”, disse Brynjar.

Doações de familiares e amigos permitiram que ele comprasse todas as peças de Lego.

Brynjar diz que ele foi capaz de abraçar seu autismo através da construção da réplica do Titanic.

Antes de iniciar o projeto, ele teve dificuldade em se comunicar, o que, segundo ele, o deixou infeliz e solitário. Agora, ele tem confiança e está dando entrevistas sobre sua realização.

“Quando comecei o processo de construção, eu tinha uma pessoa me ajudando na escola em cada passo que eu dava, mas hoje estou estudando sem nenhum apoio. Minhas notas aumentaram e meus colegas de classe me consideram como seus colegas. Eu tive a oportunidade de viajar, explorar e conhecer pessoas maravilhosas”, disse ele.

A mãe de Brynjar disse que quando ela começou a criar seu filho, ela se sentiu totalmente cega a respeito de como seria seu futuro por causa de seu autismo, e se preocupou com os obstáculos que muitas crianças no espectro do autismo têm que superar. Ela agora se orgulha de compartilhar com outros pais de crianças no espectro do autismo que é possível alcançar seus objetivos.

“Quando seu filho vier até você com um grande sonho, missão ou objetivo louco que ele ou ela gostaria de alcançar, precisará de sua ajuda. Ouça atentamente e tente encontrar maneiras de ajudar a criança a alcançar esse objetivo. Pode acabar sendo o melhor investimento que você fará para o seu filho”, disse Ludviksdottir.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Viagens Gratuitas - Via Legal




Empresa aérea é condenada a cumprir a lei de acessibilidade e reservar duas vagas em cada voo a deficientes que não podem pagar pela passagem.  A alegação da companhia era que a exigência se refere apenas ao transporte rodoviário.

Todas as pessoas com deficiência que usam o passe Livre Inter estadual devem assistir este vídeo no YouTube. Pessoal esse direito é válido basta a expansão dele para que não fique em sigilo. 

Fonte: YouTube

CONCERTO MATINAL DA OSESP COM AUDIODESCRIÇÃO NA SALA SÃO PAULO EM 20 DE MAIO



Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Fundação OSESP convidam para o Concerto Matinal da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, com a regente Marin Alsop. No programa, a Sinfonia nº 6 em Si Menor, Op 74 – Patética de Tchaikovsky. A apresentação conta com o recurso de audiodescrição.

Local: Sala São Paulo.
Endereço: Praça Júlio Prestes, Nº 16 (próxima à Estação Júlio Prestes).
Data: 20 de maio.
Horário: 11:00 horas.
Entrada gratuita.
Favor confirmar presença por email: marina@vercompalavras.com.br  ou pelo Whatsapp (11)9 9848-1264
Audiodescrição: VER COM PALAVRAS.
Roteiro e narração: Lívia Motta.
Consultoria: Felipe Monteiro.

Sobre a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo: Fundada em 1954 e hoje reconhecida internacionalmente pela excelência, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Com mais de 80 álbuns lançados, realiza transmissões digitais, radiofônicas e televisivas. Em 2012, Marin Alsop assumiu o posto de regente titular e, em 2013, foi nomeada diretora musical. Em 2016, a Osesp apresentou-se como convidada dos maiores festivais da Europa (Proms, Edimburgo, Lucerna, entre outros). A Temporada 2017 recebeu alguns dos maiores prêmios da crítica em São Paulo.

Sobre o programa: Com formação cristã, Tchaikovsky também viu na doutrina de São Tomás de Aquino um caminho para unir sua fé aos seus questionamentos filosóficos. A última de suas seis sinfonias, Patética, foi estreada nove dias antes de seu falecimento precoce aos 53 anos. Tchaikovsky morreu oficialmente de cólera, que contraiu pela ingestão (talvez proposital) de água contaminada. A teoria do possível suicídio baseia-se na perseguição que sofria por sua homossexualidade, então materializada em uma acusação que poderia levá-lo ao exílio na Sibéria. A música é repleta de silêncios que, metaforicamente, ainda ecoam nos dias de hoje. Considerada pelo compositor como sua melhor e mais sincera obra, a Sinfonia no 6 foi concebida rapidamente a partir de uma ideia programática preexistente, não publicada: a oposição entre vida e morte, talvez aludindo à adequação ou inadequação social de Tchaikovsky às contrições da época. O título Patética, adicionado após a estreia, remete à ideia de apaixonante – se no sentido literal ou figurativo de impulso à vida, não sabemos.

Sobre Marin Alsop: Regente titular da Osesp desde 2012, a nova-iorquina Marin Alsop é formada pela Universidade de Yale e diretora musical da Sinfônica de Baltimore desde 2007. Lidera atividades educacionais que atingem mais de 60 mil alunos: em 2008, lançou o OrchKids, programa destinado a prover educação musical, instrumentos e orientação aos jovens menos favorecidos da cidade. Como regente convidada, apresenta-se regularmente com a Filarmônica de Nova York, a Orquestra de Filadélfia, a Sinfônica de Londres e a Filarmônica de Los Angeles, entre outras.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

COMO SERÁ? - Dia das Mães - Histórias de Três Mães com Deficiência

No Dia das Mães,  o programa COMO SERÁ, da Rede Globo, apresentou três matérias sobre mães com deficiência (três verdadeiras guerreira. Parabéns ao repórter Alexandre Henderson pelas excelentes entrevistas.

Veja a história de Sabrina
Veja a história de Dieli
Veja a história de Vivi

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Garçons com Síndrome de Down Cativam Clientela em Café na Rua Augusta


Fonte: TV Record - Programa Hoje em Dia

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Conversa com Bial recebe a autista Amanda Paschoal


No “Conversa com Bial” de quinta-feira, 3 de maio de 2018, Pedro Bial recebeu a arte-educadora e autista Amanda Paschoal. Ela bateu um papo franco com o apresentador sobre o transtorno do espectro autista.
Segundo o site Vittude, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, bem como por forças e diferenças únicas.
Amanda Paschoal terminou o programa com uma mensagem clara, emprestada da música “Máscara”, da Pitty.
Assista no Globoplay

Fonte: MidiaE3