Esse bloqueio pode se manifestar de várias formas: dificuldade para começar uma atividade, sensação de “travamento” diante de uma tarefa simples, sobrecarga mental diante de muitas etapas ou até mesmo esquecimento repentino do que deveria ser feito. Para quem observa de fora, pode parecer preguiça ou desinteresse, mas na verdade é uma questão neurológica ligada ao funcionamento cerebral.
💡 Exemplo prático: uma pessoa autista pode querer arrumar o quarto, mas ficar parada olhando, sem conseguir decidir por onde começar. Não se trata de falta de vontade, mas de um bloqueio real que exige compreensão e apoio.
Como ajudar?
Quebre tarefas em etapas menores: em vez de dizer “arrume seu quarto”, pode-se orientar em passos curtos, como “guarde os brinquedos”, “dobre as roupas”, “organize a cama”.
Use apoios visuais ou escritos: listas, cronogramas e lembretes ajudam a manter a sequência do que precisa ser feito.
Dê tempo e compreensão: respeitar o ritmo e evitar cobranças excessivas reduz a ansiedade que intensifica o bloqueio.
Valorize conquistas pequenas: cada etapa concluída é um passo importante para fortalecer a autonomia.
Com empatia e estratégias adequadas, o bloqueio da função executiva pode ser amenizado, permitindo que a pessoa autista se sinta mais segura, capaz e valorizada.
Você pode perguntar:
1. O bloqueio da função executiva acontece só em pessoas autistas?
Não. Ele pode aparecer em outras condições também, como TDAH, depressão ou ansiedade. Porém, no autismo, ele costuma ser mais frequente e impactar a vida cotidiana de forma significativa, porque se soma a outros desafios de processamento sensorial e social.
2. Isso é preguiça ou falta de interesse?
De jeito nenhum. O bloqueio é neurológico, não é uma escolha. Quando a pessoa parece “parada” diante de uma tarefa, não significa desleixo, mas sim que o cérebro dela está com dificuldade de organizar os passos necessários. Empatia é fundamental.
3. Como diferenciar bloqueio de função executiva de teimosia?
A teimosia envolve uma decisão consciente de não fazer algo. Já o bloqueio é uma dificuldade real, em que a pessoa até quer realizar a tarefa, mas não consegue iniciar ou manter a ação. É como querer andar e sentir as pernas travadas.
4. O que fazer quando a pessoa entra em bloqueio?
O ideal é oferecer apoio prático e emocional. Algumas estratégias são: ajudar a quebrar a tarefa em passos menores, oferecer lembretes visuais ou verbais, e dar tempo sem pressão. Muitas vezes, só de reduzir a ansiedade o bloqueio começa a se desfazer.
5. O bloqueio da função executiva pode melhorar com o tempo?
Sim. Com treino, estratégias adaptadas e acolhimento, a pessoa aprende formas de lidar com as dificuldades. Apoios visuais, rotinas bem estruturadas e validação emocional são recursos que fortalecem a autonomia e reduzem a frequência desses bloqueios.
Concvlusão:
bloqueio da função executiva é um dos muitos desafios que podem acompanhar o autismo, mas compreender sua origem e saber como agir faz toda a diferença. Quando deixamos de julgar e passamos a apoiar, transformamos dificuldades em oportunidades de aprendizado, autonomia e acolhimento. No Cantinho dos Amigos Especiais, acreditamos que cada pequena conquista merece ser valorizada, e que a inclusão começa com empatia, paciência e respeito.
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