Tudo bem, admito que estou ficando cada vez mais véio e cada vez mais xarope. Mas, até que eu desista de atender meus dois ou três leitores, vou esbravejando e reclamando neste canto cibernético (falei bonito, heim? )
por Jairo Marques
Recebi, até ontem, três insistentes convites para, no dia 29 de novembro, plena terça-feira de puro creme do milho no trabalho, ir ao Parque da Mônica, ao Hopi Hari e ao Playcenter, aqui em São Paulo.
O lance é que, neste dia, será comemorado o 2º Dia Nacional de Pessoas com Deficiência em Parque e Atrações Turísticas, também conhecido como DNPD...
Em um dos convites que recebi, estava assim: “O dia tem por objetivo mostrar a importância da acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, promover a inclusão social das pessoas com deficiência e proporcionar-lhes um dia inesquecível, repleto de alegria, surpresas e muita emoção.”.... Sério, morri quando li isso...
Seus donos de parques, eu procuro ser feliz todos os dias... e dias inesquecíveis eu vivo ao lado das pessoas que amo, quando conquisto algo objetivo e não quando brinco de tromba-tromba... sorry.
Sinceramente, eu não quero ter um dia para entrar de graça no parque. Eu quero ir ao parque com dignidade no dia que eu bem entender. Temo que essa data sirva de muleta (olha o trocadilho infame ) para que um funcionário diga ao ‘malacabado’:
“Olha, fio, volta no dia 29 de novembro que você será atendido super mega bem... Hoje não vai tá dando. Se quiser, sevira.com.br”.
Sou radicalmente contra essas iniciativas assistencialistas que só reforçam uma imagem de coitadismo, de desprotegido, de fraco que recai sobre o povo sem braço, sem perna, que anda montado em cadeira de rodas, que é trelelé, que ....
Até atrações artísticas (me recuso a reproduzir aqui para ninguém morrer de emoção antecipada) vão rolar na terça-feira.
Não critico quem vá (e são dezenas as instituições que irão). Se tá chovendo chocolate, bora abrir a boca para se fartar, né?! . Mas confesso que me irrita essa coisa de segregar com a desculpa de “homenagear”.
Por acaso existe o dia no parque para os gordinhos? E o dia no parque para os que tem pinta na testa? Tem dia no parque para as meninas que usam maria-chiquinha? Tem dia no parque para crianças negras? E para crianças que sofrem bulling?
De maneira nenhuma estou dizendo que pessoas com deficiência não precisam de condições diferentes para curtir a montanha-russa. É claro que precisam. Mas a gente quer sempre que NÓS TIVERMOS VONTADE E DISPOSIÇÃO.
Além disso, incluir não tem a ver com “dias especiais”. Incluir é estar junto. É brincar na mesma lama que todos, é ficar com medo no mesmo trem fantasma que todos. Gente “normal” e gente “malacabada” convivendo, interagindo, juntas e misturadas. Isso é bacana, isso é incluir.
“Olha, fio, volta no dia 29 de novembro que você será atendido super mega bem... Hoje não vai tá dando. Se quiser, sevira.com.br”.
Sou radicalmente contra essas iniciativas assistencialistas que só reforçam uma imagem de coitadismo, de desprotegido, de fraco que recai sobre o povo sem braço, sem perna, que anda montado em cadeira de rodas, que é trelelé, que ....
Até atrações artísticas (me recuso a reproduzir aqui para ninguém morrer de emoção antecipada) vão rolar na terça-feira.
Não critico quem vá (e são dezenas as instituições que irão). Se tá chovendo chocolate, bora abrir a boca para se fartar, né?! . Mas confesso que me irrita essa coisa de segregar com a desculpa de “homenagear”.
Por acaso existe o dia no parque para os gordinhos? E o dia no parque para os que tem pinta na testa? Tem dia no parque para as meninas que usam maria-chiquinha? Tem dia no parque para crianças negras? E para crianças que sofrem bulling?
De maneira nenhuma estou dizendo que pessoas com deficiência não precisam de condições diferentes para curtir a montanha-russa. É claro que precisam. Mas a gente quer sempre que NÓS TIVERMOS VONTADE E DISPOSIÇÃO.
Além disso, incluir não tem a ver com “dias especiais”. Incluir é estar junto. É brincar na mesma lama que todos, é ficar com medo no mesmo trem fantasma que todos. Gente “normal” e gente “malacabada” convivendo, interagindo, juntas e misturadas. Isso é bacana, isso é incluir.
“Difinitivamente”, meu povo, é preciso cortar no talo sermos tratamos como “serzinhos especiais, delicados e tortinhos.”. A gente tem é que batalhar por sermos respeitados, juntamente com nossas diferenças, como cidadãos, como pessoas que tem seus direitos, suas obrigações e seus sonhos.
Bom final de semana e beijo nas crianças..
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