Por meio de nota, o banco afirmou que a retirada do equipamento faz parte de um processo que começou após a fusão entre as duas instituições, concluída em 2010.
“A migração das agências Unibanco para o modelo Itaú contemplou também uma mudança de layout, que buscava mais proximidade e transparência no atendimento ao cliente. Além da ausência da porta giratória, os clientes perceberam mudanças na distribuição de senhas, mobiliário e espaços de atendimento.”
De acordo com a instituição, mesmo sem as portas giratórias, que foram substituídas por outros mecanismos, as novas unidades mantiveram o nível de segurança oferecido anteriormente.
Ricardo Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado, diz que a porta giratória representa uma barreira para pessoas com deficiência, principalmente para usuários de cadeira de rodas. “Geralmente há uma demora para abrir a porta alternativa, pois a chave fica em posse do gerente. Os seguranças não tem a autonomia para abrir as portas, e muitas vezes ficam esperando até o gerente acabar o atendimento do cliente para pedir a chave. Já cheguei a ficar até 40 minutos esperando até liberarem a porta”, comenta Ricardo.
A manicure Marilza de Cássia Raia, de 40 anos, disse ter gostado da mudança. Ela frequenta uma agência na Avenida Paulista, em São Paulo, que teve a porta giratória retirada. Sem saber que a unidade não possuía mais o modelo de porta, ela foi sem bolsa ao local na manhã desta quinta-feira (9) justamente para evitar dores de cabeça ao e ser impedida de entrar. “Eu nem vim com a bolsa porque não tinha condições de entrar (…). Eu sempre era barrada”, afirma.
O garçom Orlando Silva, de 47 anos, frequenta a mesma agência ao menos uma vez ao mês e disse ter ficado satisfeito com a retirada das portas giratórias. “Ficou melhor, assim a gente não fica preso naquela porta”, disse. Ele afirmou que quando precisa ir a bancos que ainda possuem as portas giratórias não leva nenhum objeto de metal justamente para não ser impedido de entrar. “Tiro até o relógio.”
O auxiliar contábil Luis Chiaradia, de 54 anos, também aprovou a retirada do equipamento. “Ficou melhor, não tem mais que parar na porta para entrar.”
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que a segurança dos seus funcionários e clientes é uma preocupação central das instituições. A federação citou que o investimento anual em segurança dos bancos, de cerca de R$ 9,4 bilhões, é mais de três vezes superior ao valor do início da década.
“Esses investimentos crescentes, aliados a uma série de medidas preventivas, produziram uma redução expressiva dos assaltos nesta década. De 2000 para 2010 houve uma queda de 82%, de 1903 ocorrências para 337″, disse, por meio de nota.
Quanto à decisão dos bancos, de tirar ou manter as portas, a Febraban afirmou que, “dentro do que é exigido pela legislação, cada instituição financeira determina os padrões de segurança para suas agências de acordo com sua estratégia de negócio”.
Outros bancos
A reportagem procurou também outros bancos para saber se pretendem retirar as portas giratórias das agências. O Bradesco afirmou, em nota, que “não tem como política a retirada das portas giratórias de sua rede de agências” e disse que segue um plano de segurança próprio aprovado pela Polícia Federal.
O HSBC disse que não tem planos de retirar as portas de segurança de suas agências bancárias. A Caixa informou que não tem nenhum projeto em andamento sobre a retirada de portas giratórias.
O Santander garantiu que manterá as portas giratórias com detector de metais nos locais onde vigorem leis municipais ou estaduais que determinem sua instalação. “Nos locais onde não haja essa previsão, as portas giratórias já instaladas não serão retiradas por questões de segurança.”
Em nota, o Banco do Brasil informa que implementa um programa de transformação do varejo que, entre outras melhorias, prevê a modernização das agências. “As agências que recebem esse modelo são criteriosamente analisadas, e podem não receber a porta giratória, aumentando a conveniência e conforto aos clientes, desde que não implique na redução do nível de segurança.”
Fonte: Turismo Adaptado
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