A convivência com pessoas com deficiência visual é repleta de aprendizados e oportunidades de desconstrução. Muitas vezes, perguntas são feitas por curiosidade genuína, mas acabam sendo invasivas, constrangedoras ou carregadas de estereótipos. Pensando em promover uma convivência mais respeitosa e consciente, reunimos aqui dez perguntas que NÃO devem ser feitas, acompanhadas do motivo para evitá-las.
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1. “Mas você enxerga quanto, exatamente?”
Nem sempre a pessoa consegue explicar em números. Além disso, a pergunta reduz sua identidade à limitação visual. O foco deve ser na convivência, não no grau clínico da deficiência.
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2. “Você já tentou tratamento X ou cirurgia Y?”
Perguntas assim sugerem que a pessoa não fez o “suficiente” para enxergar. Pode soar como responsabilização pela própria condição.
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3. “Você consegue ver isso? E isso aqui? E de longe, como é?”
Transforma a deficiência visual em teste ou brincadeira. A pessoa não é uma “prova viva” para saciar curiosidade.
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4. “Nossa, como você faz tudo sozinho?”
Pergunta carregada de surpresa infantiliza a pessoa e reforça o mito de incapacidade. Pessoas com DV vivem, trabalham, cuidam da casa e estudam — como qualquer pessoa, com adaptações quando necessário.
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5. “Quem te ajuda a tomar banho / se vestir / fazer suas coisas?”
Extremamente invasiva. Vida íntima e autonomia não são assunto para curiosos. A pessoa compartilha isso se e quando quiser.
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6. “Você prefere alguém te guiando sempre, né?”
Supõe dependência permanente e tira da pessoa a voz para expressar suas preferências. Sempre pergunte “Posso te ajudar?” antes de assumir qualquer coisa.
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7. “Como você ‘vê’ as coisas na sua cabeça? Sonha enxergando?”
Pode parecer intrigante, mas invade o campo mais íntimo da percepção. Algumas pessoas gostam de falar sobre isso — outras não.
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8. “Você ficou cego por quê? Foi acidente? Doença?”
A causa da deficiência é uma informação pessoal e muitas vezes dolorosa. Só deve ser perguntada se a pessoa abrir esse assunto espontaneamente.
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9. “Você não tem medo de sair sozinho?”
A frase reforça o estigma de que a pessoa com deficiência visual é frágil, insegura ou incapaz. Pessoas com DV desenvolvem estratégias, tecnologias e práticas que lhes garantem segurança.
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10. “Por que você anda com bengala se você enxerga um pouco?”
A bengala não é símbolo de cegueira total — é ferramenta de autonomia. Essa pergunta descredibiliza a deficiência e expõe a pessoa a julgamentos desnecessários.
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Refletindo um Pouco Mais…
A convivência se torna leve quando substituímos curiosidade invasiva por respeito.
Boas perguntas existem — e podem abrir portas para diálogos profundos — desde que venham acompanhadas de sensibilidade, empatia e consentimento.
Convivência inclusiva é feita de atenção, cuidado e escuta.
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Texto e imagens produzidos com inteligência artificial. Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.





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