quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Disque 100

Escrito por Jairo Marques

Meu povo, qualé a atitude que um ‘malacabado’ das pernas, dos ‘zovido’, das vistas ou do esqueleto em geral pode tomar quando é humilhado, desrespeitado, passado para trás em seus direitos básicos no dia a dia devido a suas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais?
“Ah, tio, o negócio é sentar e chorar, né? E pra quem é cadeirante e já tá sentando…”.
Não, ‘zimininos’, o caminho de engolirmos a seco os destratos de sermos de um mundo paralelo onde foram enfiados os “diferentes” do dito padrão normal já não é e nem precisar ser único.
Avançamos numa série de conquistas e ainda estamos na peleja de garantir outras que simplesmente nos iguala para viver minimamente em sociedade. Mas assim como no funk Rindo a toa, como na final dos campeonatos, temos de “botar pressão”.
Um meio poderoso para que tentemos minimizar o impacto das manifestações de preconceitos, maus tratos, atropelos aos que temos garantido pelas leis é buscar apelo do Ministério Público.
Em muitas capitais, sobretudo, já há seções especializadas em defender as pessoas com deficiência, onde não há, é preciso buscar o promotor que aja em defesa dos direitos humanos (sempre há pelo menos um!).
Há exatamente um ano, entretanto, um novo serviço público, o “Disque 100”, que antes era apenas para denúncias de exploração sexual de crianças, passou também a receber queixas relativas às demandas dos estropiados, dos velhos, do público gay e de outros grupos vitimizados.
Apesar de estar valendo faz tempo, só agora está havendo uma campanha de divulgação em massa do número 100 como possibilidade de apoio pra “nóistudo”! Bem humorado
Acho importantíssimo espalharmos esse veículo de denúncia que funciona 24 horas por dia e está ligado à Secretária Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Ou seja, tem a obrigação de funcionar bem, ser atencioso com todos e mostrar resultados efetivos.
O número também pode ser discado por quem vir uma situação de desrespeito vivida pelos deficientes na rua, no transporte público, nas instituições públicas ou privadas, em tudo que é canto… Alegre.
“Tio, mas em que casos assim é possível ligar e fazer uma denúncia pro ‘guverno’ tudo?”
Entendo que seja coerente ligar, por exemplo, quando for negada a entrada de um cadeirante em um lugar aberto para todos, quando um cegão for flagrantemente discriminado no trabalho, quando um surdão for enganado em uma negociação flagrantemente por sua condição. Quando qualquer estropiado for vítima de violência física.
Porém, usem o serviço sempre que o calo apertar no seu sapato, ou seja, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, como diria Caetano Veloso… Tonto. #ficaadica!

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