Escola Inah de Mello, em Santo André, é considerada um polo de apoio ao deficiente visual.
Por Glória Vanique, Bom Dia SP
03/10/2019 06h31
A professora de educação especial Shirley Monteiro Maciel explica que os alunos podem frequentar a sala de recursos por dez horas semanais. “A gente faz um grupo, grupos produtivos, então quem é do ensino fundamental 2 frequenta num dia, quem é do ensino médio vem em outro e a gente faz uma suplementação, de matérias. Muitas vezes o professor antecipa essas matérias.”
'Diário de Escola': escola de Santo André é referência na inclusão de alunos cegos
A Escola Estadual Professora Inah de Melo, em Santo André, proporciona aos seus alunos vivenciar um mundo diferente. A escola é considerada um polo de apoio ao deficiente visual no ABC paulista.
A escola tem 1.300 alunos, parte deles com algum tipo de deficiência. São 14 alunos cegos ou com baixa visão. O colégio conta com uma sala de recursos, onde os alunos com deficiência visual conseguem complementar tudo aquilo que aprendem em sala de aula.
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A sala tem uma série de equipamentos que ajudam os alunos, como por exemplo uma lupa eletrônica que amplia os textos de livros e serve para alunos que têm baixa visão.
Também tem lupa manual para os alunos com baixa visão poderem ler livros didáticos e um scanner que reproduz em áudio os textos. A sala oferece ainda duas impressoras em baile.
“Aqui é completamente diferente. Não me sinto só, sou bem acolhida por todos”, diz a aluna Milena Fernanda Paulucci da Silva, de 17 anos.
“Aí eu preparo esse material, antecipo com ele, para quando ele entrar na sala de aula e o professor estiver trabalhando isso com todos os amigos, ele também esteja dentro do contexto, no mesmo momento, pra que ele possa acompanhar.”
O aluno Ricardo Campos de Sousa, de 14 anos, tem baixa visão e não consegue enxergar as letras pequenas. Ele usa equipamentos que ampliam as letras.
“Fica mais fácil de fazer a prova em 50 minutos, em vez de esperar duas ou três horas tentando ler.”
Júlia Dias Anjos, de 16 anos, diz que as maiores dificuldades que enfrentaria se não tivesse esse recurso ia depender muito mais dos colegas de classe para ditar um texto.
“Eu não consigo enxergar um livro comum ou a lousa. Então com esses recursos é muito mais rápido.”
As máquinas em braile também vão para as salas de aula e viram os cadernos de anotação. Os alunos com deficiência sempre buscam ter o máximo de independência e também de interação. Na escola inclusiva, os deficientes visuais recebem apoio dos colegas e dos amigos que não têm problemas de visão.
“Você não fica jogado, não fica sem fazer nada”, diz o aluno Guilherme Felício, de 16 anos.
São esse alunos que ditam o conteúdo que a professora escreve na lousa.
Hayana Lorena Petinati, de 16 anos, ajuda a aluna Milene ditando a lição para a colega escrever no caderno. “A gente vai se ajudando”, diz.
Eduardo Ianke, de 17 anos, se diz muito feliz em poder ajudar e poder ser um amigo para os colegas. “No que precisar eu estou para ajudar.”
Fonte: G1 - São Paulo
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