quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Alunos surdos aprendem libras e português em escola municipal bilíngue de SP

Escola Municipal Vera Lúcia Aparecida de Ribeiro oferece curso para comunidade para promover a inclusão dos alunos.

Por Glória Vanique,
Bom Dia SP — São Paulo
02/10/2019 07h13
Atualizado há 3 horas



'Diário de Escola': alunos surdos aprendem libras e português em escola de SP

As crianças surdas da cidade de São Paulo contam com a Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Vera Lúcia Aparecida de Ribeiro, na Zona Norte da capital paulista, para aprender a língua brasileira de sinais e o português.

Saiba como propor projetos para as escolas públicas de SP
A série Diário de Escola apresenta projetos que estão promovendo mudanças positivas em escolas públicas de São Paulo. Ideias para aprimorar o ensino de matemática, aumentar a participação da comunidade escolar na gestão das instituições, combater a evasão e a violência escolares, são alguns exemplos.

Veja as reportagem da série Diário de Escola
Os estudantes se comunicam por libras mesmo na hora do recreio, o que torna o local bastante calmo e silencioso. Os 49 alunos da escola têm só surdez ou surdez e outras deficiências.

"A nossa maior dificuldade é a língua porque as crianças quando chegam não têm nenhum repertório. Então, nós começamos do zero. Somos uma escola bilíngue e trabalhamos a libras como primeiro língua e a língua portuguesa como segunda", explicou a professora de matemática Patricia Moreira Corripio.

Uma das atividades preferidas dos alunos é a contação de histórias, que os estudantes relatam levar para casa e ler com os pais. Os professores dizem que o envolvimento faz toda a diferença, com pais e comunidade se comunicando em libras.


Estudantes se comunicam por libras mesmo na hora do recreio na Escola Municipal Professora Vera Lúcia Aparecida de Ribeiro, na Zona Norte de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

A Escola Municipal Vera Lúcia Aparecida de Ribeiro oferece, inclusive, curso de língua de sinais gratuitamente para quem quiser aprender.

"É uma forma de você incluir a criança, o jovem e o adolescente tanto na escola como na sociedade. Porque quando você passa a estudar libras, você vivencia o mundo deles, que é bem diferente", afirmou a auxiliar docente Alessandra Fernella.

A dona de casa Denize Mota da Silva Dias confirmou a importância do envolvimento da família e da comunidade. Ela se matriculou na aula de libras há 3 anos e conta que isso mudou a relação com a filha, que é surda.

"Ela apontava muitas coisas e eu não sabia o que era. Ela só apontava e ficava nervosa porque eu não entendia. Mas depois tudo ficou mais simples", relatou. "Uma hora ela vai ter que viver sem mim, então eu sei que ela já está preparada para algumas coisas. Sem mim, ela vai conseguir se virar, chegar ao mercado e comprar o que ela quer. Ela vai conseguir trabalhar, namorar, casar e ter uma vida normal", continuou.

Fonte: G1 - São Paulo




Nenhum comentário: