
Ainda na infância, falece seu pai Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlo de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.
Seus planos incluíam estudos em Paris, mas a situação financeira lastimável da família não permitiu. Foi então financiada pelo tio para acompanhar suas primas à Alemanha, em 1910. Lá entrou em contato com o grupo de vanguarda Die Brucke. Teve como mestres os impressionistas Fritz Burger, e posteriormente Lovis Corinth.

Ficou dois anos por lá, voltando em 1916 pro Brasil, cheia de novas telas. Ao mostrar o trabalho para a família, a recepção foi fria. Ninguém gostou daqueles quadros duros, fortes, estranhos. Estavam todos esperando uma pintura acadêmica, quadros de santos. Bem, quebraram a cara. Seu tio, que financiara suas viagem, disse: “mas isso não são pinturas, são coisas dantescas!”
Então Anita montou uma outra exposição individual em 1917. No primeiro dia tudo correu bem, vendeu até 8 quadros. Mas daí o Monteiro Lobato publicou uma crítica no jornal O Estado de S. Paulo, criticando Anita, dizendo que ela tinha se deixado influenciar por Picasso e sua turma. No dia seguinte as telas compradas foram devolvidas e todo mundo passou a atacá-la nos jornais. O primeiro a defendê-la foi o Oswald de Andrade, seguido depois pelo Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Guilherme de Almeida.
Então 1922 chegou, e Anita participou da exposicão da semana de arte moderna com 22 trabalhos, entrando de vez no círculo modernista. Em 1923 faz uma viagem pra Paris, onde permanece por 5 anos, estudando e produzindo. Volta em 1928, e em 29 abre sua quarta individual. A seguir, passa a lecionar.
Nos anos 40, depois da morte de sua mãe e de seu grande e amado amigo, Mário de Andrade, Anita se recolhe em sua chácara em Diadema, onde viverá reclusa até sua morte, em 1964.
Fonte: TURISMO ADAPTADO
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