Médicos de universidades americanas conseguiram reverter inflamações no cérebro por conta da falta de oxigenação através da nanotecnologia.
O anúncio de uma descoberta médica mostra os resultados muito promissores de pesquisas realizadas em universidades americanas sobre a paralisia cerebral.
A paralisia cerebral em bebês é provocada muitas vezes pela falta de oxigenação no cérebro durante a gestação ou o parto. Dependendo da área atingida, ela pode comprometer a coordenação motora, a fala, a visão e a audição.
É comum as áreas afetadas pelas lesões inflamarem, o que piora ainda mais o quadro. Foi esse processo de inflamação que os médicos de universidades americanas conseguiram reverter usando uma nova técnica: a nanotecnologia, área da ciência que estuda a matéria em uma escala equivalente a menos de um milésimo da espessura de um fio de cabelo.
Os cientistas injetaram em coelhos recém-nascidos moléculas chamadas dendrímeros. Elas funcionam como veículos capazes de atravessar as barreiras do cérebro e levar o remédio às células afetadas pela inflamação.
Em cinco dias houve uma melhora grande na locomoção e também na força muscular dos animais com paralisia cerebral. Os cientistas agora querem ver se esses resultados positivos nos recém-nascidos vão permanecer na idade adulta.
O Jornal Nacional conversou pela internet com dois dos médicos responsáveis pelo estudo. A doutora Sujatha Kannan é pesquisadora da Universidade Johns Hopkins, referência nos Estados Unidos na área de medicina. Segundo ela, quanto mais cedo for feita a intervenção, melhor o resultado.
“Assim, o desenvolvimento do cérebro é menos afetado pela inflamação, preservando a maioria das funções”, diz ela.
Segundo o doutor Rangara-manujam Kannan, que também é pesquisador da universidade, ainda não é possível prever quando essa técnica poderá ser aplicada em humanos. Mas o objetivo, diz ele, é usar esse novo método da maneira mais segura e rápida possível.
Fonte: Jornal Nacional - 19/04/2012
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