25/04/2010 - 11:44
Cientistas israelense criam sapatos especiais Abrar nasceu com paralisia cerebral e só anda com a ajuda de muletas. Três vezes por semana, ela frequenta um centro de reabilitação em Jerusalém Oriental. Graças a um convênio entre uma empresa israelense de tecnologia e a autoridade palestina, a menina de 11 anos está reaprendendo a andar sem apoio.
Ela é uma das primeiras pacientes a usar o “re-step”, um sapato de aspecto esquisito que parece uma mistura de tênis e chuteira. Mas o que seriam as travas são pequenos sensores que podem ser programados por computador para executar vários movimentos.
Depois de algumas sessões, Abrar já consegue se equilibrar e dar alguns passos sozinha. O resultado é analisado pelos terapeutas para avaliar a evolução, mas é o agradecimento da mãe que mostra que o tratamento de Abrar está no caminho certo.
O cérebro comanda os movimentos, isso a gente aprende desde cedo. Mas quando a parte da coordenação motora está danificada, as pessoas têm dificuldades para andar. O sapato inverte esse comando. Ele ajuda as pernas a dizerem ao cérebro o que fazer durante uma caminhada.
A diretora científica da empresa, Simona Bar-Haim, explica que os sensores são programados para reeducar e fazer com que o cérebro reproduza o mecanismo de andar normalmente. Eles simulam passos na areia, na grama e até sobre pedras, sem seguir um padrão. Assim, surpreendido a cada passo, o cérebro tem de tomar decisões instantaneamente e resolver os problemas.
A cientista afirma que esta é a melhor maneira de reabilitar a área do controle motor que está danificada. Quarenta minutos por dia, durante três meses, podem ajudar não só crianças, mas pessoas idosas, como Ney’La. Aos 63 anos, ela tem paralisia na metade esquerda do corpo, sequela de um derrame cerebral.
Estreando os sapatos, Ney’La logo alerta que pela primeira vez em muito tempo consegue levantar a perna esquerda a cada passo, em vez de arrastá-la. Os cientistas pretendem vender o sapato a clínicas de reabilitação e a consumidores a partir do ano que vem. Até lá, quem sabe, Abrar já terá se despedido da incômoda muleta.
Os pacientes vão ter de usar os sapatos até que o cérebro reaprenda a comandar os movimentos das pernas. A ideia é que, no fim do tratamento, eles consigam a reabilitação total – ou seja, deixem de usar as muletas definitivamente.
Fonte: Tudo Global
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