Publicada em 30 de dezembro de 2015.

Mas o que explica números tão desanimadores?
Além da barreira de acesso à educação, que há tempos impede esse público de ter uma formação básica, hoje, se uma pessoa com deficiência resolve ingressar no mercado de trabalho formal, ela perde o auxílio que recebe do Estado para viver. Por insegurança e inúmeras dificuldades de acesso para sair de casa e encarar o mercado, muitas optam por viver na informalidade.
Para mudar tal realidade, a Lei Brasileira da Inclusão, texto relatado por mim na Câmara, que entrará em vigor em 2016, propõe a criação do Auxílio Inclusão, um benefício que será concedido à pessoa com deficiência que ingressar no mercado de trabalho formal. Essa renda complementar será conferida ao cidadão com deficiência, de natureza moderada ou grave, e que seja beneficiário do BPC - ou o tenha recebido nos últimos cinco anos.
Com mais de 33 mil beneficiários, o BPC (Benefício de Prestação Continuada) é o menor benefício oferecido em todo o Brasil. Trata-se de um salário mínimo pago àqueles que não possuem meios para prover sua subsistência. Contudo, este apoio, que, na prática, deveria funcionar como um subsídio para melhorar a realidade destas pessoas, acabava por inibi-las a procurar uma oportunidade de trabalho.
Com a oferta do Auxílio Inclusão, os beneficiários do BPC poderão fazer uso do benefício do Governo sem abrir mão de oportunidades. A ideia é que o auxílio ajude a pessoa a arcar com os custos de sua deficiência sem deixar de produzir. Uma pessoa tetraplégica, por exemplo, chega a gastar em média R$ 6 mil para manter uma vida tão produtiva quanto antes. Isso levando em conta os gastos em várias fases de sua vida, como a compra de um carro adaptado, a contratação de cuidadores, medicamentos e a troca de cadeira de rodas.
Diferente de apenas receber benefícios de subsistência do Estado, a pessoa com deficiência passará de beneficiada a contribuinte, como todo trabalhador. A Previdência, por sua vez, deixará de apenas pagar benefícios integrais para milhões de pessoas e passará a receber a contribuição desses trabalhadores. O resultado é a ampliação de empregos e benefícios, alavancando a economia e reduzindo a desigualdade social.
Além de garantir dignidade, poder de consumo e bem-estar, o trabalho é uma das principais fontes de integração social. Para mim, a felicidade está ligada a minha capacidade de produzir. E o trabalho é um dos maiores combustíveis para me manter preenchida de sonhos e perspectivas para o País. E para seguir minha trajetória.
Fonte: Vida Mais Livre
Um comentário:
Olá, e quem virou deficiente agora e não estava no BPC. Pode entrar no Auxílio Inclusão??
Postar um comentário