segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Setembro Amarelo: Um Alerta para a Prevenção do Suicídio entre Pessoas com Deficiência

Setembro é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Mais do que uma campanha de conscientização, trata-se de um chamado urgente para que olhemos com atenção às dores silenciosas que muitas vezes passam despercebidas. Quando falamos de pessoas com deficiência (PCDs), esse cuidado deve ser redobrado: além das dificuldades comuns a todos, elas enfrentam barreiras sociais, físicas e emocionais que podem intensificar sentimentos de desesperança.

É fundamental que familiares, amigos, colegas de trabalho e a sociedade como um todo estejam atentos. Conhecer as principais causas que levam ao risco de suicídio nesse grupo é o primeiro passo para salvar vidas.

1. Isolamento Social e Solidão

O afastamento de círculos de convivência, seja pela falta de acessibilidade em espaços públicos ou pelo preconceito velado, pode gerar profunda solidão. A exclusão social é uma das maiores causas de sofrimento emocional entre PCDs, levando à sensação de invisibilidade.

2. Preconceito e Capacitismo

A discriminação, explícita ou sutil, corrói a autoestima. Comentários depreciativos, subestimação das capacidades e atitudes capacitistas podem reforçar sentimentos de inutilidade e desesperança. Esse ambiente hostil mina a saúde mental e abre portas para pensamentos suicidas.

3. Dores Crônicas e Sofrimento Físico

Muitas deficiências estão acompanhadas de dores persistentes ou limitações físicas que geram sofrimento contínuo. A convivência diária com a dor, associada a dificuldades no acesso a tratamentos adequados, aumenta a vulnerabilidade psicológica.

4. Desemprego e Exclusão no Mercado de Trabalho

A dificuldade em conseguir e manter um emprego digno é uma realidade para muitos PCDs. O impacto financeiro somado ao sentimento de improdutividade fragiliza a autoestima e pode levar ao desespero.

5. Dependência e Perda de Autonomia

A necessidade de apoio constante em atividades cotidianas pode gerar frustração e sensação de ser um peso para a família. Quando essa percepção se instala, há maior risco de desenvolver transtornos depressivos que podem culminar em tentativas de suicídio.


Um Chamado à Ação

Conviver com uma pessoa com deficiência exige empatia, paciência e presença ativa. Preste atenção a mudanças de comportamento, falas de desvalorização da vida e sinais de isolamento. Pequenos gestos de apoio, escuta acolhedora e incentivo à busca de ajuda profissional fazem toda a diferença.

O Setembro Amarelo nos lembra: a vida sempre importa. Para as pessoas com deficiência, ela importa ainda mais, porque cada vitória, cada conquista e cada superação são testemunhos de força e de esperança.

Se você convive com uma PCD, seja um ponto de apoio, não de julgamento. E se você é uma pessoa com deficiência e está sofrendo, saiba: você não está sozinho. Procure ajuda profissional e compartilhe sua dor com alguém de confiança.

📞 No Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida atende gratuitamente pelo 188, 24 horas por dia, com sigilo e acolhimento.

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