Artigo de Claudio Tavares*
A Inclusão Profissional de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho – A 26 anos, antes do estabelecimento da Lei 8213/91 de 24/07/1991, conhecida como Lei de Cotas para empresas, o profissional com deficiência conseguia ingressar no mercado de trabalho somente através de ações de Associações ou ONGs que os terceirizavam para o poder público.
Após o estabelecimento desta Lei as empresas não tinham a visão de como viabilizar o acesso desses profissionais no mercado de trabalho e lançavam vagas praticamente impossíveis de serem preenchidas na época, muitas exigiam pós-graduação e no mínimo 36 meses de experiência em determinada função, como não conseguiam preencher essas vagas recorriam aos órgãos fiscalizadores e recebiam uma certidão negativa, um documento que informava que ele havia lançado a vaga e procurado o profissional sem sucesso na contratação e que o liberava mais 60 dias para a adequação da lei.
Com a mudança acompanhada de um trabalho de autuação feita pelos fiscais do trabalho e pelo valor das multas aplicadas, vimos a mudança cultural, porém forçada. Os Gestores de Rh queriam de fato contratar pessoas com deficiências, mas confrontavam com a má vontade e desconhecimento dos gestores das áreas, esses foram obrigados a contratar esses profissionais por imposição das novas políticas das empresas juntamente com o RH, pois ser multado custava caro ( e continua sendo, podendo custar milhões ).
Após a primeira inclusão, as dúvidas acabam por serem desmistificadas e é visto que é algo bom e agrega valor para a empresa para os demais colaboradores.
Em 2010 vimos o boom do crescimento da inclusão social e novos cargos de especialistas desse movimento surgirem, juntamente com novas ferramentas e tecnologias para o mercado de trabalho, além de uma melhoria do trabalho de conscientização para disseminação de informações para inclusão, com isso fazendo a retenção e dando continuidade, hoje pessoas com deficiência buscam cada vez mais serem produtivos para de fato fazerem a diferença, atingindo altos cargos e criando um mercado consumidor visto por muitas empresas, exemplo disso a automobilística que apostam suas fichas nesse consumidor.
Depois de toda essa historia, pergunto:
Você candidato consegue ou tem condições (estrutura física) de se aperfeiçoar na sua profissão e atingir as metas definidas pela casa onde trabalha? Você consegue estudar, ou chegar no seu trabalho sem ter uma porcaria de obstáculo na sua frente? Os Governos municipais, estaduais e federais tem feito sua parte? Eu respondo: Não, não tem, por que a acessibilidade urbana continua precária roubando o direito de ir e vir de nós cidadãos.
E você empregador, quando você recebe um currículo, você o analisa completamente? Quando você aprova o perfil profissional e tem alguma dúvida referente a deficiência do candidato você liga para o candidato perguntando se ele precisa de alguma adaptação?
Estamos exatamente no meio de 2 situações: o empregador que não quer contratar ou fazer a inclusão de forma seria, e do candidato que em muitas vezes cumprem todas as exigência da empresa como profissional, mas a empresa sequer se importa se ele precisa de uma barra de apoio no banheiro e vai para o próximo currículo.
Empregador: Como dica para a real inclusão aconselho a abrirem TODAS as suas vagas para profissionais com deficiência, assim aumentando seu leque de possibilidades sem precisar canibalizar neste mercado aquecido.
Quer um novo olhar sobre a inclusão? Pare só de olhar e comece a agir…
*Claudio Roberto Tavares, 38 anos.
Profissional com Deficiência, com ausência da mão direita, fundador do DeficienteOnline.
Profissional com mais de 20 anos no mercado de trabalho, sendo 15 anos dedicados à criação e resolução de rotinas referentes à Informação de Recursos Humanos e área social.
Fonte: Pessoas Com Deficiência
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