(Carlos Viana / Especial para O POVO)
A manhã do último sábado, 28, vai ficar marcada para sempre na memória de Gabriel Borges, de dez anos. Ele foi uma das 25 pessoas atendidas pela Sociedade de Assistência aos Cegos que andaram pela primeira vez em um avião monomotor. A ação foi realizada no Clube de Aviação Catuleve, em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza).
Na volta ao solo após a experiência, Gabriel disse que não teve medo de voar e queria “ser igual ao (cantor) Waldonys”, para fazer piruetas no ar. “Achei muito legal e quero ir de novo”, afirmou.
Outro que também voou pela primeira vez foi o adolescente Ítalo Araújo. “Minhas pernas estavam tremendo de medo antes de voar,” disse ele. Quando criança, Ítalo passou alguns meses internado no Hospital Infantil Albert Sabin, e lembra que tinha medo toda vez que passava um avião. “Sempre me encolhia debaixo dos lençóis”, contou. O voo de sábado fez ele dizer não ter mais medo de voar.
O projeto foi iniciativa do médico cardiologista e piloto Sérgio Macedo. A ideia surgiu durante uma conversa dele com uma paciente que é cega. “A partir daí, procurei o professor Vicente Cristino, da Sociedade de Assistência aos Cegos”, relatou. A ação foi inicialmente pensada para até cinco pessoas, mas cresceu. “Eu me sinto a pessoa mais feliz! O que está acontecendo hoje certamente é o primeiro de vários voos com pessoas cegas”, comemorou.
Para o professor Vicente Cristino, iniciativas como o voo ajudam o deficiente visual a diminuir a defasagem cognitiva, já que ele passa a conhecer algo e perde o medo do que era desconhecido.
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