24/03/2009 11:02:54
Uma base ou plataforma acessível a todos os tipos de pessoa, dividida em várias partes que podem ser locomovidas dentro de um ambiente e passar por portas de tamanho padrão. Assim são os Tatames Especiais, criados pelo designer Paulo Dias, uma tecnologia desenvolvida a partir de um projeto acadêmico de pesquisa e que está contribuindo para a reabilitação de deficientes no Pequeno Cotolengo do Paraná, em Curitiba.
A ideia do projeto surgiu no último ano de faculdade de Dias, aluno do curso de Desenho Industrial (designer de Produto) da Universidade Federal do Paraná, que junto com outros colegas de curso foi convidado a conhecer a instituição.
O Pequeno Cotolengo do Paraná é uma obra social criada em 1965, na capital paranaense, administrada por religiosos da Congregação Pequena Obra Divina Providência. A instituição atende pessoas portadoras de necessidades especiais de ambos os sexos, na faixa etária de 0 a 65 anos, abandonadas ou em situação de risco, em regime de internato – os denominados “Lares”. O objetivo é proporcionar melhoria na qualidade de vida e bem estar dos moradores desses Lares, a fim de que possam desenvolver suas habilidades.
“Minha esposa nos convidou para conhecer e fazer uma intervenção para diminuir a monotonia dos moradores em um dos lares da instituição. Ficamos lá durante uma semana, acompanhando todos os trabalhos que eram realizados. Constatamos que um dos principais problemas envolvia os não-portadores de deficiência, pois havia dificuldade na comunicação e aproximação com os portadores de deficiência”, disse Paulo Dias.
“Além disso, verificamos que os deficientes ficavam sentados em cadeiras de rodas ou deitados, inviabilizando a possibilidade de se posicionar de outra forma. Com base nessas observações, criamos os Tatames Especiais para serem usados na reabilitação de pessoas portadoras de deficiência e, ao mesmo tempo, servir para que pessoas não-portadoras possam se sentar, facilitando uma aproximação”, disse Dias.
O projeto foi executado com apoio financeiro do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia, por meio de um convênio firmado com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Universidade Federal do Paraná e a instituição Pequeno Cotolengo do Paraná.
Para o projetista, a variação de posicionamento dos tatames é vital para uma pessoa cadeirante, pois ninguém pode ficar sentado 16 horas por dia, durante a vida inteira.
Baixo custo - segundo ele, uma das preocupações do grupo de designers era conseguir um material que diminuísse os custos. Para isso, foram usados tubos metálicos e chapas madeireiras OSB e o desenho da estrutura foi concebido para suportar o máximo de força (carga, tensão e resistência mecânica) com o mínimo material possível.
“O nosso objetivo era construir um produto que fosse fácil de ser fabricado, transportado, higienizado e barato. Pois a ideia era de que qualquer empresa, com maquinário, pudesse confeccionar os tatames para as instituições próximas, pois o produto foi depositado como Patente de Invenção em parceria com a UFPR, e não tínhamos nenhum compromisso comercial com o produto”, afirma Paulo Dias.
Juliane Cristina Lopes, fisioterapeuta que trabalha na instituição há 10 meses conta que com os novos tatames melhorou a posição dos pacientes. Os moradores passaram a ter um lugar adequado e confortável para atividades diárias, evitando permanecer um longo período deitado ou na cadeira de rodas. “Também foi de suma importância o emprego dos tatames nas sessões de fisioterapia. Como suas adaptações são de fácil locomoção elas facilitam a vida dos moradores e de quem cuida deles”, afirmou.
A coordenadora técnica da instituição e assistente social Marly Maria Torkaski Silva, afirma que a produção inicial era de 24 tatames e que hoje são 34 tatames distribuídos em cinco grandes lares do Pequeno Cotolengo, atendendo a 230 moradores. “Os resultados obtidos até o momento são muito satisfatórios e demonstram que o Cotolengo é um excelente agente para o projeto de produtos de baixo custo na área de reabilitação de pessoas com deficiências”, disse.
O gerente de Marketing e Desenvolvimento, Orlei Boçon, disse que com os tatames foi possível que os portadores de deficiências, principalmente os cadeirantes, fiquem em posições variáveis, o que diminui o surgimento de escaras (úlceras de pressão), deformações ósseas e patologias psicossomáticas. “Hoje, dos 230 moradores da instituição, 138 usam cadeira de rodas”, informou.
Atualmente, instituições governamentais e filantrópicas podem adquirir os tatames a preço de custo no Pequeno Cotolengo, pois o projeto não visa lucro. Mais informações sobre a instituição podem ser obtidas no endereço www.pequenocotolengo.org.br
A ideia do projeto surgiu no último ano de faculdade de Dias, aluno do curso de Desenho Industrial (designer de Produto) da Universidade Federal do Paraná, que junto com outros colegas de curso foi convidado a conhecer a instituição.
O Pequeno Cotolengo do Paraná é uma obra social criada em 1965, na capital paranaense, administrada por religiosos da Congregação Pequena Obra Divina Providência. A instituição atende pessoas portadoras de necessidades especiais de ambos os sexos, na faixa etária de 0 a 65 anos, abandonadas ou em situação de risco, em regime de internato – os denominados “Lares”. O objetivo é proporcionar melhoria na qualidade de vida e bem estar dos moradores desses Lares, a fim de que possam desenvolver suas habilidades.
“Minha esposa nos convidou para conhecer e fazer uma intervenção para diminuir a monotonia dos moradores em um dos lares da instituição. Ficamos lá durante uma semana, acompanhando todos os trabalhos que eram realizados. Constatamos que um dos principais problemas envolvia os não-portadores de deficiência, pois havia dificuldade na comunicação e aproximação com os portadores de deficiência”, disse Paulo Dias.
“Além disso, verificamos que os deficientes ficavam sentados em cadeiras de rodas ou deitados, inviabilizando a possibilidade de se posicionar de outra forma. Com base nessas observações, criamos os Tatames Especiais para serem usados na reabilitação de pessoas portadoras de deficiência e, ao mesmo tempo, servir para que pessoas não-portadoras possam se sentar, facilitando uma aproximação”, disse Dias.
O projeto foi executado com apoio financeiro do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia, por meio de um convênio firmado com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Universidade Federal do Paraná e a instituição Pequeno Cotolengo do Paraná.
Para o projetista, a variação de posicionamento dos tatames é vital para uma pessoa cadeirante, pois ninguém pode ficar sentado 16 horas por dia, durante a vida inteira.
Baixo custo - segundo ele, uma das preocupações do grupo de designers era conseguir um material que diminuísse os custos. Para isso, foram usados tubos metálicos e chapas madeireiras OSB e o desenho da estrutura foi concebido para suportar o máximo de força (carga, tensão e resistência mecânica) com o mínimo material possível.
“O nosso objetivo era construir um produto que fosse fácil de ser fabricado, transportado, higienizado e barato. Pois a ideia era de que qualquer empresa, com maquinário, pudesse confeccionar os tatames para as instituições próximas, pois o produto foi depositado como Patente de Invenção em parceria com a UFPR, e não tínhamos nenhum compromisso comercial com o produto”, afirma Paulo Dias.
Juliane Cristina Lopes, fisioterapeuta que trabalha na instituição há 10 meses conta que com os novos tatames melhorou a posição dos pacientes. Os moradores passaram a ter um lugar adequado e confortável para atividades diárias, evitando permanecer um longo período deitado ou na cadeira de rodas. “Também foi de suma importância o emprego dos tatames nas sessões de fisioterapia. Como suas adaptações são de fácil locomoção elas facilitam a vida dos moradores e de quem cuida deles”, afirmou.
A coordenadora técnica da instituição e assistente social Marly Maria Torkaski Silva, afirma que a produção inicial era de 24 tatames e que hoje são 34 tatames distribuídos em cinco grandes lares do Pequeno Cotolengo, atendendo a 230 moradores. “Os resultados obtidos até o momento são muito satisfatórios e demonstram que o Cotolengo é um excelente agente para o projeto de produtos de baixo custo na área de reabilitação de pessoas com deficiências”, disse.
O gerente de Marketing e Desenvolvimento, Orlei Boçon, disse que com os tatames foi possível que os portadores de deficiências, principalmente os cadeirantes, fiquem em posições variáveis, o que diminui o surgimento de escaras (úlceras de pressão), deformações ósseas e patologias psicossomáticas. “Hoje, dos 230 moradores da instituição, 138 usam cadeira de rodas”, informou.
Atualmente, instituições governamentais e filantrópicas podem adquirir os tatames a preço de custo no Pequeno Cotolengo, pois o projeto não visa lucro. Mais informações sobre a instituição podem ser obtidas no endereço www.pequenocotolengo.org.br
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