A Síndrome de Burnout é mais do que “cansaço”. É um sinal de que algo não vai bem — não apenas no corpo, mas na alma e no ambiente em que vivemos e trabalhamos. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um transtorno ocupacional, essa condição vem afetando milhões de brasileiros e levanta uma questão importante: será que o Burnout pode ser considerado uma deficiência?
📍 O que é Burnout?
Burnout é uma síndrome causada pelo estresse crônico no ambiente de trabalho. Surge quando a pessoa é levada ao limite físico e emocional, geralmente por sobrecarga, pressão, falta de reconhecimento ou um ambiente tóxico.
Ela atinge profissionais de todas as áreas, mas é mais comum entre quem lida com o sofrimento alheio ou tem rotinas intensas, como profissionais da saúde, educação, segurança pública, atendimento ao público e tecnologia.
🚨 Sintomas mais comuns:
Cansaço constante, físico e mental
Perda de motivação, isolamento e irritabilidade
Dificuldade de concentração e memória
Crises de ansiedade, insônia ou depressão
Dores pelo corpo, distúrbios gastrointestinais e sensação de exaustão
🧾 E no campo dos direitos: Burnout é deficiência?
A resposta é: nem sempre, mas pode ser, dependendo da gravidade do caso.
🔹 Quando pode ser considerado deficiência?
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei nº 13.146/2015) define deficiência como impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que dificultem a participação plena e efetiva na sociedade.
Se o Burnout evoluir para um quadro crônico de saúde mental, como transtorno de ansiedade generalizada, depressão profunda ou síndrome do pânico, e gerar prejuízos permanentes à autonomia da pessoa, ele pode ser reconhecido como uma deficiência psíquica.
Esse reconhecimento permite acesso a direitos importantes, como:
- Atendimento prioritário e acessível
- Isenção de concursos para PCDs
- Apoio da rede de proteção social
- Auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez (casos graves)
- Adaptações no ambiente de trabalho
⏳ E quando é uma incapacidade temporária?
Nos quadros menos duradouros, o Burnout pode gerar afastamento pelo INSS (auxílio-doença comum ou acidentário), sem ser enquadrado como deficiência, mas ainda assim exigindo cuidado, tratamento e acolhimento.
🌱 Precisamos falar de saúde mental com seriedade.
Nem todo sofrimento é visível. E nem toda deficiência é física.
No Cantinho dos Amigos Especiais, acreditamos que acolher também é incluir. Falar sobre Burnout é reconhecer que todos nós precisamos de pausas, respeito, escuta e dignidade no ambiente de trabalho.
Se você está passando por isso, você não está sozinho. Procure ajuda. Cuide-se. E saiba que você tem direitos.
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