BRASÍLIA - Os três deputados que têm problemas de acessibilidade e usam cadeiras de rodas terão condições de usar a tribuna do plenário da Câmara para pronunciarem seus discursos. É o que garantem funcionários da Casa, que correm contra o tempo para, até o final de janeiro, finalizar a obra de implantação de uma plataforma elevatória para a cadeira de rodas. No plenário também está sendo feita a troca do painel de votações, com a substituição de antigos retroprojetores por monitores modernos de LCD. Em janeiro haverá ainda a troca do carpete do Salão Verde. Sem contar o valor da troca do painel, não divulgado nesta quarta-feira pela Câmara, as obras deste janeiro giram em torno de R$ 250 mil.
A obra de acessibilidade foi feita em tempo recorde pela Câmara. A eleição de três deputados cadeirantes, um deles tetraplégico - a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) - mobilizou a Casa. A compra da plataforma custou R$ 48.350,00 e foi feita por meio de carta convite, em dezembro. O elevador levará o cadeirante até a tribuna, por cima dos cinco degraus de acesso, e enquanto não estiver sendo usado, ficará retraído, sem atrapalhar a passagem dos demais deputados.
Embora há cinco anos a Câmara esteja trabalhando num programa de acessibilidade nos diferentes pontos da Casa, a tribuna do plenário ainda era inatingível para alguém com cadeira de rodas. O pedido mais contundente para a mudança na situação, segundo os funcionários, foi feito pela deputada Mara Gabrilli. Ela ponderou que teria dificuldade de levar adiante sua bandeira pela acessibilidade sem acesso à tribuna. Além dela, nas últimas eleições foram eleitos dois deputados cadeirantes: Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) e Walter Costa (PMN-MG).
Além de acesso à tribuna, eles terão como ocupar o plenário com suas cadeiras (foram retiradas cadeiras do local) e terão microfones exclusivos em sua bancadas. Os demais deputados dividem os 8 microfones instalados nos corredores. A bancada de Mara terá ainda um equipamento semelhante ao que utilizava na Câmara de Vereadores de São Paulo para poder exercer o direito de votar, apenas com movimentos faciais. Desde janeiro do ano passado, foram feitas obras de acessibilidade nos banheiros do plenário e nas comissões permanentes.
Segundo Maurício Mattar, arquiteto e diretor de projetos do Departamento de Engenharia da Casa, há duas legislaturas (entre 2003 e 2007), a solução da plataforma elevatória foi apresentada ao deputado cadeirante Leonardo Mattos, que não aceitou. Para evitar o uso do elevador, começou a ser estudada uma outra opção, que implicaria em mudanças no formato do plenário. Em 2007, o deputado Gerônimo da Adefal também era portador de deficiência física, mas morreu pouco mais de um mês depois de assumir o mandato.
A troca do carpete do Salão Verde, segundo a Câmara, é necessária porque eles estão sendo usados há 12 anos e estão desgastados. O carpete do plenário também está gasto, mas envolve uma operação de engenharia maior e a troca só deverá ser feita em janeiro de 2012. No caso da mudança no painel eletrônico, a Câmara informou que eles estavam defasados e havia problemas de peças de reposição. As enormes e pesada cubas de projeção multimídia, compradas em 1995, pesam cerca de 1 tonelada. As 25 telas de LDC, em cada um dos dois painéis, pesam apenas 500 quilos e permitirão economia de energia.
Fonte: Isabel Braga - O Globo (06/01) in Deficiente Alerta
Referência: Portal Mara Gabrilli
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