terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Dia da Criança com Deficiência: mais do que uma data, um chamado à responsabilidade de todos nós

Toda criança tem direito de ser criança: brincar, aprender, se expressar, fazer bagunça, errar, acertar e sonhar alto. O Dia da Criança com Deficiência, lembrado em 9 de dezembro, existe para reforçar exatamente isso: não estamos falando de um “caso especial”, mas de infância, direitos e dignidade.

Não é “coitadinha” nem “super-heroína”: é criança

Muitas vezes, a criança com deficiência é vista em dois extremos:
ou como alguém “incapaz, frágil, coitadinha”,
ou como um “exemplo de superação”, “guerreirinha” o tempo todo.

Nenhum dos dois lados respeita quem ela é de verdade.

A criança com deficiência:

  • sente medo, cansaço, raiva, alegria, como qualquer outra;

  • não é obrigada a ser forte o tempo todo;

  • não é um “anjo” nem “castigo”, é uma pessoa em desenvolvimento, com necessidades reais e direitos garantidos em lei.

Olhar para ela como criança, antes de tudo, é o primeiro passo para combater o capacitismo – aquele jeito de tratar a pessoa com deficiência como menos capaz ou diferente demais para conviver em igualdade.

Direitos que não podem ser “favor”

O Dia da Criança com Deficiência também nos lembra que inclusão não é gentileza, é obrigação.

Alguns direitos básicos que ainda são tratados como “favor”:

  • Educação inclusiva: escola acessível, professor preparado, materiais adaptados, atendimento educacional especializado quando necessário.

  • Saúde: acesso a consultas, exames, terapias e medicamentos sem barreiras físicas, de comunicação ou de preconceito.

  • Brincar e conviver: parques, praças, brinquedotecas, igrejas, templos, festas e atividades de lazer pensados para todos, e não só para quem anda, enxerga, ouve ou aprende dentro de um padrão.

  • Participação: ouvir a própria criança sobre seus medos, desejos, opiniões – dentro do que ela já consegue expressar.

Direito não é mimo. Direito não é “se der”.
É compromisso da família, da escola, das políticas públicas e da sociedade inteira.

A família também precisa de cuidado

Por trás de cada criança com deficiência, quase sempre há uma rede de pessoas se desdobrando: mãe, pai, avós, irmãos, cuidadores, amigos.

Esse Dia também é oportunidade de:

  • acolher o cansaço físico e emocional de quem cuida;

  • oferecer apoio, informação e escuta sem julgamento;

  • parar de dizer frases que machucam, como “Deus só dá uma cruz pesada para quem aguenta” ou “Nossa, eu não daria conta disso”.

Em vez disso, podemos perguntar:

  • “Do que você está precisando hoje?”

  • “Tem algo que eu possa fazer para facilitar a rotina de vocês?”

Pequenas atitudes fazem grande diferença.

Escola, igreja, praça, hospital: a inclusão começa onde a criança está

A inclusão não acontece só em leis e documentos. Ela se concretiza nos espaços onde a criança vive:

  • Na escola: adaptar a atividade, e não excluir da brincadeira.

  • Na igreja ou templo: providenciar intérprete, recursos visuais, acolhimento na evangelização ou catequese, em vez de dizer “ela não vai entender mesmo”.

  • No parque e nas festas: pensar em brinquedos e dinâmicas acessíveis, não só em “cantinho separado”.

  • Nos serviços de saúde: explicar os procedimentos com calma, respeitar o tempo da criança, facilitar a comunicação e garantir respeito à sua dignidade.

Cada espaço que se adapta manda uma mensagem poderosa:
Você é bem-vinda, você é bem-vindo aqui, do jeito que você é.

O que eu posso fazer, como pessoa comum?

Você não precisa ser especialista para fazer diferença. No Dia da Criança com Deficiência – e em todos os outros dias – você pode:

  • Parar de olhar com pena e começar a olhar com respeito.

  • Perguntar, em vez de supor: “Posso ajudar? Como?”

  • Ensinar às crianças sem deficiência que brincar com o colega que tem deficiência é normal e bonito, não “caridade”.

  • Defender a presença dessas crianças em todos os espaços, sem aceitar desculpas do tipo “não temos estrutura para isso”.

  • Ouvir as famílias, sem frases prontas, sem julgamentos.

Uma infância que cabe em todos os corpos, jeitos e tempos

O Dia da Criança com Deficiência nos lembra que infância não tem modelo único.
Ela cabe em corpos diferentes, em tempos diferentes, em formas diferentes de falar, andar, sentir, aprender.

Quando a gente acolhe essa diversidade desde cedo, ajuda a construir um mundo onde nenhuma criança precise pedir licença para existir.

Que esta data não seja apenas um dia no calendário, mas um convite permanente para:

  • ver a criança antes da deficiência,
  • respeitar a deficiência sem negar a criança,
  • e lutar, todos os dias, para que os direitos dela saiam do papel e cheguem à vida.


Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira. 

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