terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Quando a voz encontra acolhimento: por que o Dia do Fonoaudiólogo importa para a inclusão?

Falar, ouvir, ler, escrever, engolir, cantar, dar risada… grande parte da nossa vida passa pela comunicação. Por isso, quando algo falha nesse caminho – seja na audição, na fala, na voz ou na linguagem – o impacto não é só “técnico”: mexe com a autoestima, com o estudo, com o trabalho e com os relacionamentos. O Dia do Fonoaudiólogo, celebrado em 9 de dezembro, é um convite para reconhecer esses profissionais como parceiros fundamentais na inclusão das pessoas com deficiência.

De onde veio essa data?

No Brasil, a Fonoaudiologia foi oficialmente reconhecida pela Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, que regulamentou a profissão e definiu o campo de atuação do fonoaudiólogo. Desde então, o dia 9 de dezembro passou a ser lembrado como o momento de celebrar essa área que cuida da comunicação humana em todas as fases da vida. Planalto+1

Com o tempo, a atuação desse profissional foi se ampliando: saiu do consultório e ganhou espaço em hospitais, escolas, serviços de reabilitação, unidades básicas de saúde, empresas e projetos sociais, sempre com um objetivo central: ajudar cada pessoa a se comunicar da melhor forma possível, dentro de suas condições e potencialidades. Educa Mais Brasil+1

O que faz, na prática, um fonoaudiólogo?

Quando pensamos em Fonoaudiologia, muita gente lembra só de “corrigir a fala” ou “ajudar quem é rouco”. Mas o trabalho é muito mais amplo. Entre as áreas de atuação, estão: Qualicorp+1

  • Audição – avaliação de perdas auditivas, indicação e adaptação de aparelhos e implantes, treinamento auditivo e orientação à família.

  • Fala e linguagem – atendimento a crianças com atraso de fala, pessoas que gaguejam, pessoas que perderam a capacidade de falar depois de um AVC, de um traumatismo craniano ou de doenças degenerativas.

  • Leitura e escrita – apoio a quem tem transtornos de aprendizagem, como dislexia e outros distúrbios da linguagem escrita.

  • Voz – cuidado com a voz de professores, cantores, locutores, pregadores, líderes comunitários e qualquer pessoa que dependa da voz para trabalhar.

  • Motricidade orofacial e deglutição – avaliação e tratamento de dificuldades para mastigar, engolir, respirar e articular sons, inclusive em pessoas com malformações, paralisias ou uso prolongado de chupeta e mamadeira.

Em todas essas situações, o objetivo é o mesmo: reduzir barreiras de comunicação e fortalecer a autonomia.

Fonoaudiologia e pessoas com deficiência: comunicação também é um direito

No campo da inclusão, o fonoaudiólogo tem um papel estratégico. Dificuldades de comunicação podem ser barreiras tão grandes quanto uma escada sem rampa. Quando a pessoa não consegue se expressar ou não é compreendida, ela corre o risco de ser excluída da escola, do trabalho, da vida social e até de decisões sobre a própria saúde. SciELO+1

Algumas frentes importantes:

  • Deficiência auditiva

    • Estímulo da linguagem oral, quando essa é a escolha da família e da pessoa;

    • Orientação sobre aparelhos auditivos, Implante Coclear e recursos de tecnologia assistiva;

    • Apoio na construção de estratégias bilíngues (Libras e português), em parceria com outros profissionais. Revista FT+1

  • Autismo e outras condições do neurodesenvolvimento

    • Estímulo à linguagem verbal e não verbal;

    • Uso de Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA), como figuras, pranchas, tablets e aplicativos;

    • Trabalho em conjunto com família, escola e equipe multiprofissional.

  • Paralisia cerebral, doenças neuromusculares e condições que afetam a fala e a deglutição

    • Adequação da alimentação (texturas, posições, ritmo);

    • Prevenção de engasgos e pneumonias por aspiração;

    • Construção de meios alternativos de comunicação quando a fala não é possível.

  • Pessoas com dificuldades de comunicação reconhecidas como deficiência
    Projetos em discussão no Congresso já apontam para o reconhecimento formal das dificuldades de comunicação como uma forma de deficiência, reforçando a importância da Fonoaudiologia na equipe do SUS e na garantia de direitos. 

Em todos esses casos, o fonoaudiólogo não “faz por” ninguém: ele cria caminhos para que a própria pessoa tenha voz – seja falando, sinalizando, usando símbolos, tecnologia assistiva ou qualquer outra forma de expressão.

Comunicação acessível: quando a Fonoaudiologia encontra a tecnologia

A tecnologia assistiva é hoje uma grande aliada da Fonoaudiologia na inclusão das pessoas com deficiência. Entre os recursos mais utilizados, podemos citar: Faculdade de Medicina UFMG+1

  • Sistemas de comunicação alternativa, com figuras, símbolos e aplicativos;

  • Softwares de leitura de tela para pessoas cegas ou com baixa visão;

  • Dispositivos que transformam texto em voz ou voz em texto;

  • Recursos que ampliam som, filtram ruídos ou ajudam a localizar a fala em ambientes barulhentos.

Quando bem escolhidos e acompanhados por profissionais capacitados, esses recursos não “substituem” a pessoa, mas ampliam sua participação na escola, no trabalho, na igreja, nos espaços culturais e na vida em comunidade.

Família, escola e serviços de saúde: ninguém inclui sozinho

Para que o trabalho do fonoaudiólogo faça diferença, é fundamental que ele seja parte de uma rede:

  • Com a família, que precisa entender o diagnóstico, aprender estratégias de comunicação e ser acolhida nas suas dúvidas e medos.

  • Com a escola, que deve adaptar materiais, respeitar o tempo da criança e ouvir as orientações da equipe de saúde.

  • Com outros profissionais (médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, educadores, assistentes sociais), alinhando condutas e compartilhando informações.

Quando essa rede funciona, a pessoa com deficiência deixa de ser vista apenas pelo rótulo (“surdo”, “mudo”, “não fala”, “não entende”) e passa a ser compreendida como sujeito de direitos, com história, desejos e projetos de vida.

No Dia do Fonoaudiólogo, o que o Cantinho dos Amigos Especiais quer lembrar?

No Cantinho dos Amigos Especiais, falar do Dia do Fonoaudiólogo é:

  • Agradecer a cada profissional que se dedica a escutar para além do som e ver para além do diagnóstico;

  • Reforçar que comunicação acessível é parte da acessibilidade, tanto quanto rampas, pisos táteis e elevadores;

  • Lembrar que pessoas com deficiência têm direito a ser ouvidas – com a voz, com as mãos, com o olhar, com imagens, com tecnologia, com tudo o que for preciso.

Se você é pessoa com deficiência, familiar, educador ou profissional da saúde, vale a pena perguntar:

Quem é o fonoaudiólogo que caminha ao lado da nossa rede de cuidados?
Estamos garantindo, na prática, o direito de cada pessoa se comunicar e ser compreendida?

Que o Dia do Fonoaudiólogo nos inspire a construir espaços em que ninguém fique em silêncio por falta de acolhimento, recurso ou oportunidade. Porque, quando a comunicação é inclusiva, toda a sociedade fala a mesma língua: a do respeito e da dignidade.

Fontes consultadas:

BRASIL. Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981. Regulamenta a profissão de Fonoaudiólogo e cria os Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia.
CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA (CFFa). Publicações institucionais e materiais informativos sobre a atuação do fonoaudiólogo e a história da profissão no Brasil.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Materiais educativos e documentos técnicos sobre atenção à saúde auditiva, linguagem, voz e reabilitação da comunicação.
ARTIGOS E MATERIAIS sobre Fonoaudiologia, comunicação humana e inclusão de pessoas com deficiência em serviços de saúde, educação e reabilitação.


Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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