domingo, 23 de fevereiro de 2025

Acessibilidade em restaurantes: o desafio enfrentado por pessoas com deficiência



Alessandra Frederico, que convive com hemiparesia direita—uma condição neurológica que causa fraqueza em um lado do corpo—, relata as dificuldades que enfrenta ao tentar almoçar no restaurante Viena, localizado no Shopping Paulista. Devido à sua limitação, o sistema de autoatendimento do estabelecimento torna-se um obstáculo significativo.

No Viena, os clientes devem se servir no buffet e, em seguida, levar a bandeja até uma balança para pesar a refeição. Para Alessandra, essa tarefa é desafiadora, pois a balança está situada a uma distância considerável do buffet, e não há funcionários disponíveis para auxiliar no transporte da bandeja ou para conduzi-la até a mesa. Essa falta de suporte compromete a autonomia e a dignidade de clientes com mobilidade reduzida.

A situação descrita por Alessandra não é isolada. Muitos estabelecimentos ainda não cumprem as normas de acessibilidade previstas na legislação brasileira, como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que determina que serviços e ambientes de uso público devem ser acessíveis a todos.

A acessibilidade em restaurantes vai além da presença de rampas ou banheiros adaptados. Envolve também um atendimento humanizado, que considere as necessidades específicas de cada cliente. Medidas como disponibilizar funcionários para auxiliar no transporte de bandejas ou oferecer sistemas alternativos de pedido e entrega das refeições diretamente nas mesas são soluções que podem tornar a experiência mais inclusiva.

Infelizmente, muitos estabelecimentos ainda encaram a acessibilidade como um custo adicional, e não como um direito fundamental. Enquanto essa mentalidade persistir, pessoas com deficiência e idosos continuarão enfrentando barreiras que limitam seu acesso a espaços de convivência e lazer.

É essencial que consumidores e sociedade em geral exijam mudanças, denunciando a falta de acessibilidade e apoiando práticas inclusivas. Somente com conscientização e ação coletiva será possível promover ambientes verdadeiramente acessíveis para todos.

E você, já passou por situações semelhantes em restaurantes ou outros estabelecimentos? Compartilhe sua experiência e contribua para ampliar essa discussão.

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