1️⃣ Ler livros e estudar
Mito: “Cego não lê, não estuda, não consegue se formar.”
Fato: Pessoas cegas ou com baixa visão leem usando Braille, audiobooks, leitores de tela e lupas eletrônicas. Um grande exemplo é o professor José Álvaro de Azevedo Gonzaga, totalmente cego, doutor em Direito e professor na PUC-SP. Temos também a professora Maria da Penha, cega, que atua no ensino superior no Brasil, mostrando que deficiência visual não é desculpa para parar de aprender.
2️⃣ Trabalhar em áreas intelectuais ou criativas
Mito: “Cego só pode vender bala ou tocar música na rua.”
Fato: Já ouviu falar do jurista Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, o primeiro desembargador cego do Brasil? Ele prova que é possível atuar com excelência na Justiça. E, se quiser olhar para fora do país, temos o icônico músico Ray Charles, que mesmo cego desde a infância se tornou um dos maiores nomes do soul e do blues. Pessoas com deficiência visual estão em escritórios, universidades, salas de audiência e nos palcos do mundo inteiro.
3️⃣ Usar tecnologia avançada
Mito: “Cego não mexe em computador, nem em smartphone.”
Fato: Hoje, com leitores de tela como NVDA, JAWS, TalkBack e VoiceOver, pessoas cegas dominam tecnologia como qualquer outro usuário. Influencers brasileiros como Ricardo Shimosakai, especialista em turismo acessível e tecnologia assistiva, mostram na prática como é possível navegar pelo mundo digital e físico com total autonomia. E não faltam exemplos de profissionais que programam, editam vídeos e gerenciam redes sociais, desmentindo completamente esse mito.
4️⃣ Praticar esportes
Mito: “Cego não pode fazer esporte.”
Fato: O que dizer da paratleta Marinalva de Almeida, que participou da vela na Paralimpíada Rio 2016 e competiu também no atletismo? Além disso, os atletas brasileiros de futebol de 5 são multicampeões mundiais, provando que, quando se fala em superação, as pessoas com deficiência visual dão show — literalmente.
5️⃣ Viajar sozinhos
Mito: “Cego não sai sozinho, não viaja, não se vira.”
Fato: O turismólogo Ricardo Shimosakai, que também tem baixa visão, viaja o mundo inteiro e dá palestras sobre turismo acessível, inspirando pessoas a conquistarem autonomia. Com bengalas, cães-guia e aplicativos de localização, muitas pessoas com deficiência visual exploram cidades, pegam metrôs, fazem trilhas e voltam com histórias incríveis para contar.
Conclusão
A verdade é dura (e libertadora): não existem “incapacidades” absolutas — existem barreiras e preconceitos. Ao insistir em mitos ultrapassados, a sociedade impede que pessoas com deficiência visual ocupem espaços que são, por direito, delas também. Antes de repetir a frase “coitado, não consegue”, pergunte-se: quem é que realmente não consegue enxergar o potencial do outro?
Nenhum comentário:
Postar um comentário