Texto foi publicado no Diário Oficial e já está
valendo.
Por Giane Guerra
Rede Super da Praia, do Litoral, já adota o símbolo nas placas. |
O projeto de lei tinha sido aprovado ainda em 2018 pela
Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Como não houve sanção ou veto pela
prefeitura, foi promulgado agora pela presidente do legislativo, Mônica Leal, e
publicado no Diário Oficial.
O prazo de adaptação é de 12 meses para locais já em
funcionamento. Para estabelecimentos novos, a obrigatoriedade é imediata.
ambém foi promulgada pela vereadora e publicada no Diário
Oficial, uma lei que cria o Programa Censo de Inclusão de Autistas. O objetivo
é identificar a quantidade e o perfil socioeconômico das pessoas com transtorno
do espectro autista (TEA) em Porto Alegre, que serão usados para criação do
Cadastro de Inclusão. Será emitida uma carteira do autista para pessoas com
TEA, que trará informações como o grau da deficiência.
Quem já adotou e a importância
Ainda em janeiro, a coluna Acerto de Contas abordou bastante
o uso do símbolo do autismo no comércio. Citou a iniciativa do Super da Praia,
rede de supermercados do Litoral, que colocou o desenho nas placas dos caixas
de atendimento prioritário.
— Acrescentar o símbolo foi simples e estamos impressionados
com a repercussão. Não sabíamos que a situação atingia tanta gente. Há pessoas
de outras cidades ligando para vir nas lojas. São, por exemplo, cuidadores que
relatam não poder deixar as crianças em casa e têm receio de levá-las junto
para fazer compras — conta o empresário.
O símbolo é um laço formado por peças de quebra-cabeça. Faz
uma menção à complexidade e ao enigma que o autismo ainda representa para a
ciência. No Super da Praia, o laço colorido agora está ao lado dos símbolos de
gestantes, pessoas com criança de colo, clientes com mais de 60 anos e pessoas
com deficiência.
Segundo o
diretor-presidente da rede, Cesion Pereira, a medida foi tomada logo após tomar
conhecimento de uma situação que ocorreu na fila de pagamento. Um cliente
reclamou da mãe que estava com uma criança no caixa prioritário, ela explicou
que o menino tinha autismo, mas o homem ainda teria ficado incomodado. Mãe de
Leonam Semeler, de nove anos, Maiara Semeler conta como foi:
— O senhor pediu para eu me retirar porque era um caixa para
idosos. Eu disse que meu filho era autista e que tinha direito. Ainda assim, o
homem ficou resmungando. Fui falar com a direção do supermercado porque sei que
a empresa recebe bem, sou cliente há muito tempo, e pedi que colocassem o
símbolo do autismo no caixa. Prontamente, eles colocaram o sinal e eu fiquei
muito feliz.
Em tese, autistas são considerados por lei como pessoas com
deficiência. Então, são beneficiados já pelo sinal de deficiência nos espaços
de atendimento preferencial. No entanto, o símbolo do autismo é importante para
que as pessoas reflitam que a criança ou adulto naquela fila pode ter autismo,
já que é uma doença difícil de ser percebida. E, claro, pensem antes de
criticar.
— O autismo não tem cara e é chato ficar justificando para
as pessoas que meu filho é autista — desabafa Maiara Semeler.
Uma leitora que se identificou apenas como Denise mandou
relatos semelhantes para a coluna. Disse, inclusive, que a filha autista usa
uma camista com os dizeres "Eu tenho autismo".
Fonte: ZH / Gaúcha
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