Em aeroportos de países onde o atendimento a obesos, gestantes, pessoas mais velhas, com deficiência ou com mobilidade reduzida funciona bem, há sempre um departamento exclusivo e não ligado a nenhuma empresa aérea.
Equipamentos como o famigerado ambulift estão sujeitos a falhas, e é preciso ter pessoas capacitadas para garantir que o embarque ou desembarque ocorra com segurança. Em muitos casos, aliás, isso exige técnica - muito mais do que boa vontade ou força física.
Quando se tem um setor específico, há gente capaz de ter atitudes corretas diante das diversas características físicas e necessidades pontuais - um deslocamento de um acamado, por exemplo.
Delegar às empresas aéreas a obrigação de garantir o direito de ir e vir é criar uma "Geni", e não dar uma solução adequada para uma demanda que só faz crescer: a de deficientes cada vez mais ativos e de uma população que envelhece em ritmo acelerado.
É, sim, urgente debater medidas. Mas as iniciativas apresentadas parecem frágeis diante das demandas. Do que adianta obrigar aeronaves a terem banheiro acessível, o que seria fantástico, se não há garantias de que a poltrona do velhinho ficará próxima a esse recurso?
Por fim, deixar uma ideia de limitar o número de passageiros "especiais", para usar um velho chavão, deverá pode virar um debate de constitucionalidade. Sem falar que, em 2016, seremos palco de uma Paraolimpíada. Delegações de atletas cadeirantes e cegos do mundo todo serão proibidas de viajar?
A Anac faz bem em querer acabar com a bagunça e o desrespeito a que as chamadas "prioridades" têm sido expostas. Mas, para que isso seja útil de fato, ela precisa ampliar o espectro de suas fontes.
Fonte: Folha de São Paulo via TURISMO ADAPTADO
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