Segundo a presidente da ONG Autismo & Realidade, Paula Balducci de Oliveira, o Brasil adota números do autismo dos Estados Unidos, onde a doença atinge uma em cada 110 crianças.
_Pelas características dos países e pela pesquisa lá ser bem séria, adotamos esse número – afirma. Estimativas da ONU dão conta de que seriam 70 milhões de autistas em todo o mundo.
Cristiane Silvestre de Paula, pós-doutora em Psicologia Médica e Psiquiatria e consultora do Comitê Científico da Autismo& Realidade, diz que, em tese, o Sistema Único de Saúde (SUS) está desenhado para atender as crianças autistas.
_ O formato é o atendimento multidisciplinar com pediatras, psicólogos e psiquiatras – afirma.
Na prática, porém, não existem estruturas suficientes para o atendimento. Uma pesquisa piloto feita em 2010 em Atibaia, interior de São Paulo, revelou uma taxa de autismo de 0,3% em jovens de até 20 anos. Por esses números, seriam necessários 258 Caps I (Centro de Atendimento Psicossocial para Crianças e Adolescentes) no estado. Hoje, são 30 Caps I para atender todos os distúrbios psiquiátricos.
O estudo realizado em Atibaia revela falhas no diagnóstico da doença.
- Foram encontradas crianças maiores de 10 anos que não eram diagnosticadas. A realidade brasileira é essa – diz.
O diagnóstico precoce é tido como uma das principais armas no tratamento do autismo.
- Nos últimos tempos, as pesquisas descobriram muito. Mas esse conhecimento não chegou na ponta do atendimento, nos pediatras e psicólogos do SUS que fazem o diagnóstico.
Segundo a deputada Rosinha da Adefal (PT do B/AL), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência, há dois projetos de lei apresentados ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, projeto que aguarda tramitação na Câmara.
_ Os projetos preveem a disponibilização de leitos específicos para portadores da doença nos Capes, além da obrigatoriedade das equipes multidisciplinares – diz a deputada.
Fonte: Jornal O GLOBO via DeficienteCiente
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