quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Brasil: 77% dos portadores de deficiência se sentem desrespeitados

Pesquisa sobre a condição de vida dos deficientes no Brasil, realizada pelo DataSenado, aponta que as pessoas com deficiência não têm seus direitos respeitados no País. Essa é a opinião de 77% dos 1.165 portadores de deficiência (759 deficientes físicos, 170 visuais e 236 auditivos) entrevistados entre 28 de outubro e 17 de novembro.

O estudo foi realizado com base no cadastro do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), com 10.273 registrados.

“As pessoas se sentem sem acesso aos serviços, desrespeitadas no seu direito de ir e vir, e o importante é que elas estão percebendo isso. O preconceito ficou tão natural, como quando um deficiente físico é carregado para entrar no ônibus que não tem elevador, que as pessoas não percebem como preconceito”, destaca a superintendente do IBDD, Teresa Costa D”Amaral.

Confira outros pontos abordados na pesquisa:

Adaptação

Os prédios públicos estão mais adaptados (18% responderam que a maioria tem acesso) que os comerciais (12% de respostas favoráveis).

Locomoção

As ruas e calçadas são o grande entrave para a locomoção dos portadores de deficiência: para 87%, nenhuma ou poucas das ruas estão adaptadas em sua cidade. Quatro em cada dez entrevistados deixaram de ir a algum lugar porque a estrutura física não estava adaptada.

Transporte público

43% dos entrevistados disseram que são atendidos por transporte público em sua cidade;

51% relataram que a principal falha do transporte público é a falta de veículos adaptados;

26% se queixaram da falta de colaboração dos funcionários;

23% reclamaram que os outros passageiros desrespeitam o assento preferencial.


Lazer

64% dos deficientes físicos e 51% dos visuais gostariam de praticar esportes, mas não podem por falta de acesso; 25% dos deficientes auditivos gostariam de ir ao teatro; e

23% dos deficientes visuais iriam ao cinema, se as salas fossem adaptadas.

Prevenção de doenças

A falta de atuação mais firme do Estado na prevenção e tratamento aos deficientes também foi um dos pontos de destaque na pesquisa: para 64% das pessoas consultadas no levantamento, a prevenção de doenças que leva a deficiências é pouco eficiente.

Discriminação

43% disseram que se sentem discriminados no ambiente de trabalho – o índice chega a 63% entre os deficientes auditivos e 44% entre os visuais.

A pesquisa foi feita pelo telefone. Deficientes auditivos responderam por e-mail, após receberem mensagem com um filme explicativo sobre o estudo, com interprete da linguagem de sinais.

Fonte: Blog da Saúde

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