segunda-feira, 15 de junho de 2009

Instituto dos Cegos executa obra para atender melhor o deficiente visual

10/06/2009



UBERABA - MG - O Instituto dos Cegos do Brasil Central (ICBC) foi fundado em 25 de agosto de 1942. A entidade que é referência no Brasil está passando por reforma desde o final de 2007. O ICBC é uma instituição sem fins lucrativos, possui como presidente atual o neurocirurgião Wilson Adriano Abrão Borges, neto de Antônio Simões, um dos fundadores do ICBC.
Wilson explica que a obra trata de reestruturação arquitetônica com finalidade de promover a acessibilidade e de atender às exigências sanitárias. A obra se encontra em fase final. "Isto permitirá a ampliação de nossas ações de habilitação e reabilitação, embasando a entidade como prestadora de serviços de reabilitação na área de deficiência visual. Todos os atendimentos do ICBC são gratuitos", esclarece Wilson.
O presidente relata que o instituto conta com psicóloga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, pedagogos, especialistas em educação de deficientes visuais, assistente social, oftalmologista, técnicos em orientação e mobilidade, técnico em estimulação visual. "Mantemos escola filantrópica inteiramente gratuita de ensino infantil e fundamental (anos iniciais ou 1º a 4ª série), além de estar em andamento parceria com o colégio Dr. José Ferreira, onde já estão incluídos nas salas de aula regulares cerca de 17 alunos deficientes visuais, como bolsistas integrais, que estudam naquela escola e recebem o apoio pedagógico integral do ICBC. Mantemos internato que hoje conta com cerca de 40 pessoas, com idades entre 12 e 80 anos. Atendemos não só à deficiência visual pura, mas à deficiência múltipla, pois estas pessoas têm muita dificuldade de serem aceitas por outras entidades", salienta.

Gasto - Wilson observa que na reforma foram gastos aproximadamente R$ 500 mil, sendo que R$ 8 mil foi a verba doada através do Conselho Municipal de Defesa do Adolescente de Uberaba (Comdical) para o projeto dentro da pista sensorial. "Este dinheiro foi utilizado na compra de alguns itens da rampa para que ela pudesse ser implementada. O restante foi verba da própria instituição. Na rampa será construída uma pista sensorial que servirá para as atividades de reabilitação dos deficientes visuais em orientação e mobilidade, atividades de vida diária, estimulação sensorial. A entrada da instituição também será adaptada com o piso tátil, isso resultará numa acessibilidade garantida", diz.

Voluntários - Borges relata que a população pode contribuir financeiramente ou como voluntariado em todas as atividades desenvolvidas. Segundo o presidente, o interessado pode procurar a entidade e escolher uma tarefa de auxílio. "Temos desde a simples leitura para os deficientes visuais até a atuação dentro de uma determinada profissão, como: psicologia, fonoaudiologia, medicina, direito, assistência social, etc", acrescenta.

Empresário - De acordo com o presidente, empresário tem a chance de usar uma portaria do Ministério do Trabalho que permite que ele contrate o deficiente sem os encargos sociais. Para isso, o deficiente visual tem que estar vinculado ao Instituto dos Cegos ou outra entidade equivalente. "Dessa forma, nós fazemos com que o deficiente visual trabalhe na empresa como uma terapia elaborativa. O empresário economizará todos os encargos sociais referentes a esse indivíduo. Quem se interessar deve procurar a instituição, já que realizamos o treino com o deficiente visual dentro do ambiente, treinando-os dentro da empresa, damos todo o apoio para o empresário contratar o deficiente visual", observa.

Piso tátil - Wilson pondera que o piso tátil é a principal ferramenta de acessibilidade do deficiente visual. Segundo ele, consiste numa trilha aplicada no piso com um relevo específico. "Temos dois relevos básicos, um de direção e outro de mudança de direção. O deficiente, ao passar o pé em cima do piso, percebe se existe caminho para diante, se ele pode parar, se tem um obstáculo à frente", explica.
"Estivemos em São Paulo, no dia 30 de maio, na 1º Assembleia Geral Ordinária da Organização dos Cegos do Brasil (ONCB). Somos delegado de Minas Gerais nessa assembleia, representando todos os deficientes visuais do estado. Aprovamos as contas e o relatório de atividade da organização de 2008. Além disso, traçamos metas de trabalho e foi criada uma comissão técnica e científica, e nós fomos convidados a integrar essa comissão dando opiniões, pareceres científicos relacionados a saúde visual, terapia moderna com células tronco, reabilitação visual, a questão da cegueira monocular, dentre outras. Vamos embasar cientificamente a luta do movimento dos direitos dos deficientes visuais", completa Wilson Adriano Abrão Borges.

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